Madrugada de lua cheia, 4h30 da manhã. Dia 2 de
agosto de 2012. O mar vai subir dois metros e meio. Em Natal será uma
das maiores marés do ano. Uma maré tão alta assim representa um risco ao
calçadão de Ponta Negra, que está parcialmente destruído à espera de
recursos federais para ser consertado num trecho de aproximadamente 500
metros. O projeto para evitar queda de novos trechos vai custar ao
Ministério da Integração Nacional cerca de R$ 4 milhões. A prefeitura
decretou calamidade pública e aguarda a liberação dos recursos. Enquanto
isso, o vai-e-vem da natureza não para. Atingir, na quinta-feira, dois
metros e meio é uma maré muito alta sim, mas a mesma altura da maré
cheia se repetirá no dia seguinte, às 5h09, e no domingo, 19 de agosto,
às 5h17 da manhã.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal (Semsur) está ciente dos riscos das marés cheias entre 2 e 3 de agosto, e acelerou o processo de instalação dos sacos de areia chamados Big Bags, que são enterrados na praia. "O calçadão será preparado para essa maior maré do ano. Estamos cientes, mas garantimos que continuamos trabalhando permanentemente ali na praia para evitar maiores danos. Fizemos a proteção na parte que já ruiu, de forma que sejam amortecidos quaisquer impactos que por ventura ocorreram, e agora estamos fortalecendo a parte mais fragilizada, que ainda não ruiu mas que pode cair", ressaltou Luiz Antônio Lopes, titular da pasta.
Segundo informou o capitão Rodolfo Góis, a maré chega ao nível mais alto e permanece em estofo, tempo em que se mantém no nível mais alto. "Dura questão de poucos minutos e já começa a baixar novamente". O que é considerado nível zero é o nível de redução, consideradas as marés mais baixas, numa série histórica. "A partir dessa redução máxima é feito o nível das marés", explicou Rodolfo Góis.
Planejamento
O capitão-dos-portos Rodolfo Góis, evita comentar em que nível a maré alta vai afetar ou não o calçadão da praia de Ponta Negra. "No caso de Ponta Negra, opinar sobre o calçadão não é nossa competência. A Capitania dos Portos se limita a informar sobre as marés", destacou ele, que enfatizou: "Todas as construções tem que ser feitas com a avaliação dessa variação nas marés. Isso precisa ser considerado quando se constrói à beira-mar. É preciso avaliar se a água do mar vai afetar ou não".
O comandante também ressaltou que, considerando a oscilação de marés, a diferença entre elas é muito pequena. "Dez centímetros entre uma maré alta e outra talvez não façam diferença", colocou. "A gente tem visto muita coisa mudando o nível do mar, mas a oscilação é cíclica e deve ser considerada".
Fonte: Sérgio Henrique Santos, para o Diário de Natal
Via DNonline
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