quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PONTA NEGRA SE PREPARA PARA MAIOR MARÉ DO ANO

Ponta Negra enfrenta nessa madrugada um dos maiores níveis da maré no ano


 ( Fábio Cortez/DN/D.A Press)
 
Madrugada de lua cheia, 4h30 da manhã. Dia 2 de agosto de 2012. O mar vai subir dois metros e meio. Em Natal será uma das maiores marés do ano. Uma maré tão alta assim representa um risco ao calçadão de Ponta Negra, que está parcialmente destruído à espera de recursos federais para ser consertado num trecho de aproximadamente 500 metros. O projeto para evitar queda de novos trechos vai custar ao Ministério da Integração Nacional cerca de R$ 4 milhões. A prefeitura decretou calamidade pública e aguarda a liberação dos recursos. Enquanto isso, o vai-e-vem da natureza não para. Atingir, na quinta-feira, dois metros e meio é uma maré muito alta sim, mas a mesma altura da maré cheia se repetirá no dia seguinte, às 5h09, e no domingo, 19 de agosto, às 5h17 da manhã.

Os dados são da tábua de marés do Banco Nacional de Dados Oceanográficos (BNDO), elaborado pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), ligado à Hidrografia e Navegação (DHN). No Rio Grande do Norte,a Capitania dos Portos monitora os dados. O capitão-dos-portos do Rio Grande do Norte, comandante Rodolfo Góis de Almeida, explicou que como o próprio nome diz a maré é uma oscilação no nível do mar. "Criou-se um mito no dia 2 de agosto, mas ao longo do ano inteiro, há várias marés do mesmo nível", destacou ele.

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal (Semsur) está ciente dos riscos das marés cheias entre 2 e 3 de agosto, e acelerou o processo de instalação dos sacos de areia chamados Big Bags, que são enterrados na praia. "O calçadão será preparado para essa maior maré do ano. Estamos cientes, mas garantimos que continuamos trabalhando permanentemente ali na praia para evitar maiores danos. Fizemos a proteção na parte que já ruiu, de forma que sejam amortecidos quaisquer impactos que por ventura ocorreram, e agora estamos fortalecendo a parte mais fragilizada, que ainda não ruiu mas que pode cair", ressaltou Luiz Antônio Lopes, titular da pasta.

Segundo informou o capitão Rodolfo Góis, a maré chega ao nível mais alto e permanece em estofo, tempo em que se mantém no nível mais alto. "Dura questão de poucos minutos e já começa a baixar novamente". O que é considerado nível zero é o nível de redução, consideradas as marés mais baixas, numa série histórica. "A partir dessa redução máxima é feito o nível das marés", explicou Rodolfo Góis.

Planejamento

O capitão-dos-portos Rodolfo Góis, evita comentar em que nível a maré alta vai afetar ou não o calçadão da praia de Ponta Negra. "No caso de Ponta Negra, opinar sobre o calçadão não é nossa competência. A Capitania dos Portos se limita a informar sobre as marés", destacou ele, que enfatizou: "Todas as construções tem que ser feitas com a avaliação dessa variação nas marés. Isso precisa ser considerado quando se constrói à beira-mar. É preciso avaliar se a água do mar vai afetar ou não".

O comandante também ressaltou que, considerando a oscilação de marés, a diferença entre elas é muito pequena. "Dez centímetros entre uma maré alta e outra talvez não façam diferença", colocou. "A gente tem visto muita coisa mudando o nível do mar, mas a oscilação é cíclica e deve ser considerada".


Fonte:    Sérgio Henrique Santos, para o Diário de Natal
Via  DNonline

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