sábado, 29 de abril de 2017

GREVE? QUE GREVE????

Tiro pela culatra do sindicalismo

Ao despertar a ojeriza da população diante dos atos de vandalismo, a greve geral se transformou num rotundo fracasso

Greve foi feita por poucos sindicalistas

Não foi uma estratégia de mobilização, mas de imobilização. Por isso, a greve geral que ocorreu na última sexta-feira 28 conseguiu produzir uma unanimidade na sociedade: de repulsa, e se transformou num eloquente fracasso. A baderna provocada por integrantes das centrais sindicais e associações ligadas ao PT, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que incluiu a interrupção do transporte público e das vias na tentativa de transmitir a sensação de que foi exitosa, só contribui para gerar mais antipatia e revolta entre a população interessada em fazer valer o seu direito de ir e vir. Não há dúvida de que greve é um direito constitucional do cidadão, sobre o qual não se discute. Mas impedir as pessoas de trabalhar, usando a violência pura e simples como forma de imposição, é uma transgressão inaceitável e uma atitude típica de mentes totalitárias. “Os verdadeiros trabalhadores foram constrangidos e agredidos. O povo de verdade está passando frio, esperando condução. Greve é direito. Obrigar as pessoas a aderir a uma greve é crime”, esbravejou nas redes sociais a advogada e professora da USP, Janaína Paschoal. “A mensagem é a seguinte: se estamos no poder, o País funciona (sabemos como). Se saímos do poder, paramos tudo, entendem?”

Pancadaria

No aeroporto Santos Dumont, no Rio, um grupo vestindo coletes e bonés da Central Única dos Trabalhadores (CUT) partiu para o confronto dentro do saguão do check-in, que funcionava normalmente. Houve trocas de socos e pontapés com taxistas, que reclamavam do fechamento da via em frente ao terminal. Mas não foi só lá que os manifestantes fizeram sua vontade valer pela força dos punhos. Também na Estação da Luz, em São Paulo, os sindicalistas expulsaram de dentro dos trens passageiros que tentavam embarcar durante a reabertura das atividades entre trechos do metrô. Houve um princípio de tumulto, e a PM precisou intervir.

Os cidadãos que não foram trabalhar só o fizeram pelo achaque dos sindicalistas. Em Brasília, bloqueios impediram o acesso à cidade. Ao menos cinco estradas que fazem ligação com a cidade estavam fechadas, entre elas a BR-060, que liga a capital federal a Goiânia, onde pneus foram queimados. Outros pequenos atos pelas ruas de várias capitais serviram ao mesmo propósito: importunar aqueles que queriam trabalhar normalmente. Em Fortaleza, a atuação dos manifestantes gerou uma situação tragicômica: os sindicalistas passaram em frente a lojas e as obrigavam a fechar as portas. Com medo, os comerciantes atendiam o pedido no momento, apenas para voltar a funcionar tão logo os militantes iam embora.

A adesão de diversos setores ficou muito abaixo do esperado pelas centrais sindicais. Mesmo os setores em que a participação parecia certa – caso dos bancários, metroviários e rodoviários – pararam apenas parcialmente. Como ficou claro que o movimento grevista não tinha a força que apregoava, é provável que ele esfrie de agora em diante. Diz o filósofo e economista norte-americano, Thomas Sowell: “Um dos tristes sinais da nossa época é que demonizamos aqueles que produzem, subsidiamos os que se recusam a produzir e canonizamos os que reclamam”. Aqui, não!

Gatos pingados A greve, feita por poucos sindicalistas, impediu o direito de ir e vir de muitos. No Rio, membros da CUT espancaram quem quis trabalhar no Aeroporto Santos Dumont (Créditos Dida Sampaio/Estadão; Antonio Cruz/Agência Brasil; Beto Barata/PR)

Membros da CUT espancaram 
quem quis trabalhar no aeroporto Santos Dumont

Greve teve baixa adesão

Sindicalistas impedem o direito de ir e vir de muitos

Sindicalistas protestam



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SÓ MI MI MI

A tática rasteira da banca de Lula

A estratégia dos advogados de defesa do ex-presidente consiste em atacar a Justiça, adotar medidas protelatórias e negar tudo (tudo mesmo), só que sem contestar os fatos. Não tem dado muito certo.

POWER POINT PETISTA 
Os advogados Cristiano Zanin (em pé) e Roberto Teixeira (sentado) 
defendem Lula das acusações de corrupção

Roberto Teixeira é mais do que um advogado para o ex-presidente Lula. Em alguns crimes pelos quais Lula é acusado, como no recebimento de R$ 12,4 milhões da Odebrecht para a compra de um terreno para a nova sede do Instituto Lula e aquisição de duplex vizinho ao seu em São Bernardo, Teixeira é comparsa e também réu no processo ao lado de Lula. Em outros, como no sitio de Atibaia, o advogado é suspeito de ter forjado contratos para a aquisição e reforma do imóvel. Então, mais do que advogado, é cúmplice do ex-presidente. Há 40 anos, a relação dos dois é de compadrio. Assumiu também o papel de tutor de Lula, sendo seu bem-feitor, oferecendo-lhe pequenos favores pessoais, como moradia de graça, carro com motorista e outras coisas pouco republicanas. Para auxiliá-lo na defesa do ex-presidente, ele conta com a ajuda do genro, o também advogado Cristiano Zanin Martins, e suas duas filhas, as advogadas Valeska e Larissa. É com esse perfil de amizade indissolúvel que os advogados de Lula entram em campo para defendê-lo. A banca tem agido mais com o fígado do que com a cabeça. O time de advogados fiéis a Lula adota uma estratégia de defesa baseada num tripé tão surrado quanto elementar que consiste em: 1. Atacar a Justiça, em especial, o juiz Sérgio Moro; 2. Tomar medidas protelatórias e 3. Negar tudo, mas sem contestar os fatos. Aliás, os fatos para eles são como o gol para Parreira: meros detalhes. Ao agir dessa forma, invertem papeis. Processam, por exemplo, o juiz Moro e procuradores, colocando Lula como vitima de um processo jurídico consistente, com abundância de provas e testemunhas. Chegaram ao cúmulo de pedir a prisão de Moro por abuso de autoridade, mas perderam, por óbvio. Trata-se de uma linha de defesa preventiva para o caso de uma apelação da sentença que Moro vier a dar.

O ápice da tática dos advogados de Lula será alcançada na audiência marcada pelo juiz Sérgio Moro para tomar o depoimento do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá no próximo dia 10. Lula e seus advogados devem transformar a sala do magistrado num palanque eleitoral, dizendo-se perseguido, cerceado em sua defesa, acusado injustamente, sem que seus detratores tenham provas do que dizem, entre outras aleivosias do tipo. Ocorre que os fatos são cada vez mais eloquentes. Afinal, é o próprio dono da OAS, Léo Pinheiro, quem diz que o tríplex pertence a Lula e que tratou-se de uma contrapartida pelas propinas que a empresa recebeu de seus negócios escusos com a Petrobras no tempo em que ele era presidente da República e depois que deixou a cadeira, mas manteve a ascensão sobre o governo Dilma Rousseff. Lula refuta que o tríplex seja seu, mas não tem conseguido explicar o que fazia no apartamento ao lado de Léo Pinheiro durante as reformas, nas quais sua mulher Marisa Letícia pedia aos engenheiros da obra para que construíssem um elevador privativo no local, a fim de facilitar o deslocamento do casal pelo imóvel de três andares.

INVERSÃO DE PAPÉIS 
Lula parte para desqualificar Sérgio Moro 
(Crédito: Paulo Whitaker / Reuters) 
(Crédito:Sebastião Moreira/EFE; 
Paulo Whitaker/REUTERS)

Sem conseguir rebater as acusações de corrupção, os advogados pintaram Moro como um ser diabólico, perseguidor, inquisidor. Percebendo que não têm elementos para refutar as acusações do MPF, encampadas pelo juiz que transformou o ex-presidente em réu, os advogados do petista partem para o ataque. Em praticamente todas as audiências das quais participam com Moro, integrantes da banca de Lula, sem juízo, desrespeitam o juízo. No final do ano passado, chegaram a denunciar Moro à ONU, dizendo que este exercia o “lawfare” (perseguição jurídico-política). Lula ingressou na Justiça também contra o procurador Deltan Dallagnol, em razão da denúncia que ele fez contra o petista por corrupção. Lula chamou a denúncia de “Power-point” e pediu uma indenização de R$ 1 milhão. Não logrou êxito. Recentemente, amargou outra derrota nos tribunais: no processo em que pediu R$ 1,5 milhão do ex-senador Delcídio do Amaral. Contrariados por não verem seus conselhos atendidos, José Roberto Batochio, Juarez Cirino Santos e Nilo Batista, abandonaram a defesa do petista. Possivelmente também por terem perdido a esperança na absolvição do ex-presidente. Sobrou para a banca de compadres.

Embaraço à Justiça

Na segunda-feira 24, o ex-presidente voltou a entoar a velha cantilena: “Não sou de reclamar, mas ninguém aguenta. São quase 18 horas de Jornal Nacional tentando massacrar este pobre coitado que veio de Guaranhuns”, disse Lula durante um seminário do PT, em Brasília. No evento, o petista voltou a escancarar suas reais intenções, caso retorne ao Planalto: defenderá a regulamentação da mídia, um eufemismo para censura à grande mídia. “Vou dizer algumas verdades. Ser candidato para depois dizer que você tem que jantar com os Marinho, almoçar no Estadão? E a Veja você vai conversar? Não vou”, sapecou Lula.

Enquanto Lula repisa o velho refrão de alma mais honesta do planeta, os advogados tentam criar embaraços de toda ordem para postergar as decisões judiciais. Na ação em que o ex-presidente é acusado de corrupção ao receber a doação do terreno para o Instituto Lula e o duplex em São Bernardo, foram arroladas 87 testemunhas. Se o juiz ouvir uma por dia, sem considerar feriados e finais de semana, serão necessários quase cinco meses para conclusão do processo. A ideia é essa, obstruir a Justiça.

Na última segunda-feira 24, a tropa de choque de Lula ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para que os dez termos de investigações contra Lula determinados pelo ministro Edson Fachin não sejam remetidos a Moro e sim à Justiça de Brasília ou de São Paulo. É a tal história: quem não deve, não teme. Neste caso, Lula teme não só por seu futuro político, cuja imagem já foi jogada na lata do lixo da história.

O ataque como defesa

Os advogados de Lula usam a estratégia futebolística para livrar o ex-presidente da prisão: a melhor defesa é o ataque

. Ataque à Justiça. Como não têm argumentos, os defensores de Lula procuram desqualificar o juiz Sérgio Moro e os procuradores do MPF da Operação Lava Jato

. Medidas protelatórias. Os advogados de Lula adotam medidas protelatórias para dificultar o andamento processual, como o pedido de que o juiz Sérgio Moro faça a inquirição de 87 testemunhas no caso em que o ex-presidente é acusado de ganhar um terreno para a nova sede do Instituto Lula e um duplex ao lado do seu em São Bernardo

. Negar tudo. A tática dos advogados é de negar todas as acusações, mesmo as mais evidentes e recheadas de provas, como no caso do triplex do Guarujá, mas sem conseguir contestar os fatos

Inversão de papeis. Dessa forma, invertem papeis. Processam, por exemplo, o juiz Moro, procuradores e jornalistas, colocando Lula como vitima de um processo jurídico consistente, com abundância de provas
e testemunhas


Por
Germano Oliveira


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TAPADA DE TUDO

A negação de Dilma

Mesmo diante das fartas provas testemunhais indicando que ela tinha conhecimento de que o dinheiro de suas campanhas em 2010 e 2014 era fruto das propinas da Odebrecht, Dilma repete Lula na surrada estratégia de contradição aos fatos. Não cola mais.


“Não ouvi nada” “Não vi nada” “Não sei de nada”

A ex-presidente Dilma Rousseff não se cansa de contraditar o incontestável. A cada nova denúncia que surge envolvendo seu nome no escândalo da Lava Jato, ela recorre à rede social para contestá-las com respostas evasivas, carregadas de raiva e sem qualquer comprovação ou vínculo com a verdade. Primeiro, afirmou que não sabia de nada e que nunca autorizou o uso de caixa dois nas eleições de 2014. Depois, disse que todos os depósitos de campanha foram legais. Por fim, garantiu que não sabia de nada e que jamais havia mantido contato com um dos seus principais delatores, Marcelo Odebrecht, para falar sobre caixa dois.O tom foi mantido, mesmo depois de o depoimento do empresário à Procuradoria-Geral da República ter sido exaustivamente exibido a milhões de lares brasileiros. Nos vídeos liberados pelo ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, o príncipe-herdeiro da Odebrecht, que pagou propinas a meio mundo dos políticos, em troca de contratos públicos, afirmou com todas as letras que a petista tinha, sim, ciência que uma das fontes doadoras de sua campanha, no caso, sua própria empresa, usava dinheiro ilegal. Ou seja, oriundo de desvios da Petrobras.

Em julho do ano passado, quando João Santana e Mônica Moura apenas rabiscavam os termos de um acordo de delação premiada dentro da prisão, Dilma batia no peito para dizer que seus principais soldados da campanha à reeleição nada teriam a contar sobre sua conduta pessoal ao juiz Sérgio Moro. Em entrevista à rádio “France Internacional”, a petista se vangloriava porque os marqueteiros, em tese, não teriam nada contra ela: “Nem o João Santana nem a mulher dele acusaram a minha campanha. Eles se referem a episódios que ocorreram depois de encerrada a campanha e depois que o comitê financeiro foi dissolvido. Dois anos depois. Então, não há nenhuma acusação que atinja a mim”, disse Dilma, achando que poderia enganar a todos o tempo todo.

Agora, depois das novas revelações do casal de marqueteiros, na segunda-feira 24, Dilma mudou novamente a versão. Na nota divulgada no dia seguinte ao depoimento dos dois ao Tribunal Superior Eleitoral, a ex-presidente disse que João Santana e Mônica Moura foram induzidos a delatar “fatos inexistentes”. E não parou por aí. Ela pediu, por meio de seus advogados, que os dois delatores apresentassem provas que comprovassem os relatos. Ocorre que contra fatos, não há argumentos. Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, no âmbito da ação proposta pelo TSE, que apura se houve uso de caixa dois por parte da chapa de presidenciáveis vencedora em 2014, João e Mônica não só repetiram aquilo que Marcelo afirmou sobre Dilma, de que ela sabia da existência do pagamento não declarado à Justiça Eleitoral, como detalharam em quais circunstâncias isso ficou comprovado.

Conta na suíça

Segundo Mônica, numa reunião com a então presidente no Palácio da Alvorada, Dilma perguntou com todas as letras sobre a conta no exterior. O encontro ocorreu no fim de 2014. Foi o segundo naquele ano. O inaugural teria sido em maio, conforme relatou Mônica. As declarações do casal de marqueteiros foram dadas ao relator da ação impetrada pelo PSDB, o ministro Herman Benjamin. Mônica afirmou que Dilma referia-se a uma conta a qual ela e o marido possuíam na Suíça, em nome da offshore de sua propriedade, a Shellbill Finance AS. Era por meio desta empresa que eles receberam os valores pagos por fora pelos serviços de publicidade e marketing prestados durante a campanha da petista aqui no Brasil. Ao aprofundar as investigações sobre a movimentação no banco, a força-tarefa da Lava Jato constatou a existência de depósito de US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, feitos pela Odebrecht e por Zwi Skornicki, apontado como operador de propinas. O casal e o lobista do estaleiro Keppel Fels foram presos em 22 de fevereiro de 2016 durante a Operação Acarajé e soltos em agosto do mesmo ano após pagarem fiança de R$ 2,7 milhões. Em fevereiro deste ano, o juiz federal Sérgio Moro condenou os dois a oito anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro.

As denúncias de João Santana e Mônica Moura complementam o capítulo dessa longa série composta por fases – e não por episódios – chamada Lava Jato que começou a ser narrado pelo próprio Marcelo Odebrecht. No dia 1º de março, ele relatou ao mesmo TSE que pagou, em 2010, R$ 50 milhões em propinas que mais tarde seriam usadas na campanha à reeleição de Dilma. Na presença do ministro Herman Benjamin, relator do processo naquela corte eleitoral, ele disse ainda que se encontrou com Dilma fora do Brasil. No encontro ocorrido em maio de 2015, no México, o empresário demonstrou à ex-presidente que estava preocupado com a movimentação da conta de Santana no exterior. Alguns pagamentos, segundo ele, feitos ao marqueteiro, estavam “contaminados” pelas propinas da Petrobras, o que poderia despertar a atenção dos sempre vigilantes investigadores da Lava Jato.

MALAS GORDAS João Santana e Mônica disseram que 
receberam dinheiro em malas para as campanhas de Dilma 
(Crédito:Felipe Rau / Estadão)

Separação no TSE

Por causa das declarações de Marcelo, à Dilma não restou outra alternativa senão mudar a versão outra vez. Ela admitiu que houve um almoço e uma reunião com empresários naquele país e que Marcelo estava lá realmente. Os dois, porém, só se encontraram no fim do dia. Ela se recorda de que Marcelo a alertou sobre a contaminação da conta, mas sua reação foi ignorar. A frieza com que ela recebera o aviso no México tinha um motivo: Dilma já sabia do risco que os depósitos na conta de Santana oferecia a ela e, por isso, já tinha tomado providências no sentido de tentar se blindar. Segundo relatou o casal no depoimento prestado ao TSE, logo após a reeleição, Dilma demonstrou preocupação ao perguntar a eles se a conta que recebia os repasses por fora “estava protegida” da Lava Jato.

O depoimento do casal acrescenta novos elementos ao julgamento iniciado pelo TSE. A defesa do presidente Michel Temer pretende usar o depoimento de João Santana e Mônica Moura como munição para reforçar a tese de que o PT é que tinha o controle do financiamento da campanha em 2014. “Ela reforça que ele (o presidente Michel Temer) não teve qualquer responsabilidade financeira pelas contratações pelo PT e pelo então presidente”, frisa o advogado Gustavo Guedes.
Outro fato que pode sustentar o pedido de separação da chapa Dilma-Temer é a constatação do TSE de que a campanha à reeleição da presidente Dilma, em 2014, havia utilizado gráficas para lavar dinheiro do Petrolão. Uma perícia apontou evidências de lavagem de recursos desviados da Petrobras, as quais se confirmaram a partir de notas frias emitidas pelas empresas VTPB, Focal e Red Seg. Juntas, as firmas de fachada receberam R$ 52 milhões apenas naquele ano. A sessão no TSE encontra-se interrompida desde o dia 4 de abril, após o plenário concordar em conceder um prazo maior para a defesa e incluir o depoimento das novas testemunhas. A volta dos trabalhos na corte eleitoral pode significar um ponto final no malabarismo verbal de Dilma, a ex-mandatária que nada ouve, nada diz e nada sabe.

Santa inocência

Apesar de os brasileiros terem ficado estupefatos com os depoimentos dos delatores da Odebrecht, que escancararam a corrupção nas campanhas petistas, a ex-presidente Dilma ainda diz não saber que sua eleição foi financiada com dinheiro sujo:

1. Primeiro, ela afirmou que nunca autorizou o uso de caixa dois nas eleições de 2014

2. Depois, disse que todos os depósitos de campanha foram legais e que ela nunca viu nada de ilícito

3. Finalmente, garantiu que não sabia de nada e que jamais havia mantido contato com um dos seus principais delatores, Marcelo Odebrecht, para falar sobre caixa dois

4. Marcelo, contudo, provou que falou com ela no México, dizendo que os pagamentos para os marqueteiros no exterior, por fora, estavam “contaminados”. Ela não deu bola

5. Os marqueteiros, por seu lado, falaram a ela que recebiam por meio de uma conta no exterior. Dilma fez cara de paisagem.


Por
Ary Filgueira



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terça-feira, 25 de abril de 2017

A BARCA FURADA

O desembarque

“É doloroso ver que o PT não pôde manter 
as mãos fora da caixa registradora” 
Noam Chomsky, filósofo, ícone da esquerda mundial

“No PT eu não voto nunca mais. 
Fazia isso por uma integridade que não existe” 
Antônio Fagundes, ator
“É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores do Brasil – que implantou medidas significativas – simplesmente não pôde manter as mãos fora da caixa registradora. Juntou-se à elite extremamente corrupta, que está roubando o tempo todo, e desacreditou-se.” A frase é do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, 89 anos, um dos maiores pensadores da esquerda da atualidade. Foi dita em uma de suas últimas entrevistas, dada ao site de notícias Democracy Now, e resume com perfeição a desilusão de parte significativa da esquerda mundial com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aos poucos, assim como seu ícone Chomsky, ela desembarca do projeto PT.

Forte desilusão

O lance mais recente a dar força a esse movimento foi a divulgação do conteúdo das delações dos ex-executivos da Odebrecht escancarando a promiscuidade das relações entre os governos petistas e a empreiteira. Diante das provas indiscutíveis de conluio com a empreiteira baiana, muitos apoiadores do partido, alguns de primeira hora, estão revendo suas posições e já falam publicamente a respeito do assunto. Uma dessas pessoas foi a psicanalista Maria Rita Kehl, de São Paulo. “É claro que é muito decepcionante que Lula tenha sido delatado na Lava Jato. Ele não era uma pessoa tão bacana e tão íntegra”, disse em reportagem do Jornal “Folha de S. Paulo”.

“Sou um esquerdista desiludido. 
Acreditava que haveria uma mudança” 
Luís Fernando Veríssimo, escritor
O desapontamento particularmente com Lula é um dos fatores a estimular a retirada do apoio da esquerda ao PT. Em sua fala, o marxista Chomsky é incisivo ao demonstrar o efeito nocivo que os ilícitos cometidos pelo ex-presidente provocou para o sonho de execução de programas de governo que, a princípio, deveriam ter sido regidos por princípios éticos e progressistas. Por isso, na sua crítica ao comportamento da esquerda na América Latina, o intelectual pede o surgimento de lideranças que tenham a honestidade como uma de suas marcas. “Espera-se forças mais honestas que, primeiro de tudo, reconheçam a necessidade de desenvolver a economia de uma maneira que tenha um alicerce mais sólido, não apenas baseado na exportação de matérias-primas e, em segundo lugar, sejam honestas o suficiente para desenvolver programas decentes sem roubar o público ao mesmo tempo.”

Até o Petrolão, a debandada mais expressiva do PT havia ocorrido no Mensalão, em 2005. Na ocasião, petistas históricos, como Chico Alencar e Plínio de Arruda Sampaio, deixaram o partido. De lá para cá, no entanto, a escalada de denúncias contra o partido causou a retirada gradativa de apoio de muita gente. Incluem-se aí o ator Antônio Fagundes e o escritor Luís Fernando Veríssimo. “No PT eu não voto nunca mais. Todo mundo que votava no partido fazia isso por uma integridade que estamos vendo que não existe mais”, disse Fagundes. 

“É claro que é decepcionante que Lula
 tenha sido delatado na Lava Jato”
Maria Rita Khel
, psicanalista
Veríssimo apresenta-se como um esquerdista desiludido. Declarou publicamente que se decepcionou com Lula, de quem foi eleitor. “Acreditava que haveria mesmo uma mudança na política brasileira.” Agora, a gravidade das denúncias da Lava Jato abala até mesmo quem havia se desencantado lá atrás. “Fiquei muito triste. E envergonhado”, desabafou Gilson Menezes, um dos fundadores do PT e hoje filiado ao PDT. “Houve um tempo em que eu colocaria minha mão no fogo por Lula. Hoje não mais. Também estou muito decepcionado com outros ex-companheiros, como José Dirceu e Antônio Palloci.”


Por
Cilene Pereira


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