Dia Nacional de Combate ao Fumo reacende discussões sobre regulamentação de lei
O
Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado hoje (29), reacende as
discussões sobre a regulamentação da Lei Antifumo - que proíbe a prática
em lugares fechados - e a necessidade de conscientização quanto às
doenças relacionadas ao tabaco.
A enfermeira Venilda Feiter tem 51 anos e fuma desde os 17.
Ela diz
que nunca teve nenhum problema de saúde por causa do vício, mas já
atendeu a vários pacientes que sofriam de doenças relacionadas ao
cigarro. Mesmo vendo o que outras pessoas sofrem, ela continua fumando:
"Eu trabalhei muitos anos em hospital. Vi muita gente com câncer
pulmonar, problema de pleura, esôfago, tudo isso já vi. Mas, mesmo
assim, ainda fumo".
Para Feiter, a quantidade de informação que existe hoje ajuda a
evitar que mais pessoas comecem a fumar: "Se, na minha época, alguém
tivesse falado o que falam hoje do cigarro, eu jamais teria fumado. Só
que, àquela época, tinha propaganda, era chique fumar. Se tivesse a
restrição que existe hoje, talvez eu não tivesse começado."
Assim como a enfermeira, várias pessoas experimentam o cigarro pela
primeira vez ainda jovens. É o caso de Henrique Luz, 50 anos, que
tentou, mas não conseguiu se livrar do cigarro: "Não é igual a parar de
beber. Sem cigarro, você fica agoniado, muito ansioso. Comecei a fumar
aos 11 anos de idade, toda a minha família fuma."
Mesmo quem não fuma percebe, nas pessoas próximas, os problemas que o
cigarro causa. O servidor público Francisco Pedreiras é um exemplo de
quem não se sente à vontade com o vício dos amigos: "Na hora do futebol,
eles são os que se cansam mais rápido. Quando estão fumando por perto, a
gente pede que procurem um lugar mais adequado, porque realmente
incomoda".
A auxiliar de limpeza Conceição Costa também observa, em uma colega
de trabalho, os riscos causados pelo tabagismo: "Ela sente cansaço,
tosse muito, está até com problema de diabetes por causa do cigarro".
Ex-fumante, ela reconhece que foi difícil parar de fumar: "Sem ninguém
saber, eu fumava escondida no banheiro".
Na lanchonete em que trabalha o vendedor Thiago Silva, quem mais
compra cigarros são mulheres e jovens de 18 a 22 anos. Mesmo assim, o
lucro não é satisfatório: "Nós ganhamos uma mixaria com a venda de
cigarros, R$ 0,30 por maço. O lucro é usado para comprar outros
produtos. O meu chefe já avisou que vai parar de vender cigarros no
próximo mês".
O governo federal arrecadou, em impostos, com a venda de cigarros, R$
6,3 bilhões em 2011. Em 2012, até julho, já haviam sido arrecadados R$
3,4 bilhões.
Fonte: Agência Brasil
Por: Ana Cadengue
Via Redação do Jornal O Mossoroense Por: Ana Cadengue
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