Três alunos do ensino médio da Escola Estadual Moreira Dias desenvolveram, sob orientação da coordenadora pedagógica da escola, um novo creme dental. A ideia partiu do estudante Paulo Ramon, do 3º ano, em virtude dos altos gastos que a escola vinha apresentando com pasta de dente para os alunos do Programa Mais Educação.
"No programa, os estudantes passam o dia na escola, inclusive fazem suas refeições no local. Com isso, o colégio estava tendo muitos gastos com o uso de pasta de dente industrial. Então, eu tive a ideia de desenvolver um produto caseiro que saísse mais barato para a escola. Pensei no juazeiro porque já tinha ouvido relatos sobre os benefícios", afirma o estudante.
Para ajudar no projeto "O uso da raspa do juazeiro no tratamento dentário", Paulo Ramon procurou parceiros na escola que o auxiliassem no desenvolvimento. Depois de ir de sala em sala e não encontrar interessados, as irmãs Thaís e Taianny Oliveira, do 3º e 2º anos, respectivamente, decidiram participar da empreitada. Logo depois, veio a Feira de Ciências da Escola e eles decidiram apresentar o projeto da pasta de dente.
Depois da Feira de Ciências da Escola Estadual Moreira Dias, foi realizada a V Feira de Ciências da 12ª Diretoria Regional de Educação, Cultura e Desporto (Dired), que os estudantes decidiram participar. A coordenadora pedagógica, Maria do Socorro, decidiu orientar os alunos acerca do método científico.
"A bibliografia não estava adequada para o projeto. Com a orientação da coordenadora, conseguimos melhorar para apresentar na Feira da Dired", conta Paulo Ramon. Segundo ele, uma das maiores dificuldades no desenvolvimento do projeto foi a falta de um laboratório na escola.
"Não tínhamos o apoio necessário. Os testes foram adaptados para a sala dos professores, que era o único local disponível. Então, isso mostra a necessidade de um laboratório nas escolas. Nosso objetivo era estudar toda a planta, mas infelizmente não foi possível porque não tínhamos estrutura para isso. O que conseguimos descobrir foram duas substâncias presentes na raspa do juazeiro. Uma delas mata as bactérias e a outra limpa os dentes", afirma Paulo Ramon.
Equipe consegue primeiro lugar na II Feira de Ciências do Semiárido Potiguar e carimba passaporte para Londres
Apesar da originalidade do projeto e o empenho dos estudantes, eles não conseguiram uma boa avaliação na Feira de Ciências da 12ª Dired e não foram classificados para participar da Feira Estadual. No entanto, a consagração viria na II Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, promovida pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC).
O projeto ficou com o primeiro lugar no evento e, como prêmio, os estudantes irão apresentá-lo no Fórum de Jovens Cientistas, que será realizado em Londres, em 2013. "Para Londres, pretendemos ampliar a pesquisa, principalmente naquele objetivo de estudar toda a planta. Então, nós precisamos de patrocínio para complementar nosso projeto", afirma Paulo Ramon.
Na semana passada, os estudantes também apresentaram o projeto na Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Em março de 2013, eles ainda devem participar da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, que será realizada na Universidade de São Paulo (USP).
O creme dental desenvolvido pelos estudantes agora passa pelo processo de registro de patente. "A Natura e outros empresários já mostraram interesse em comprar o projeto para desenvolver o produto. No entanto, nossa intenção é conseguir patrocínio para melhorar a pesquisa. Também temos o interesse de apresentar o projeto para o Ministério da Educação, para que o creme dental seja usado em todas as escolas do Brasil", afirma Paulo Ramon.
Fonte: Redação do Jornal O Mossoroense
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