terça-feira, 30 de outubro de 2012

O USO DA RASPA DO JUAZEIRO NO TRATAMENTO DENTÁRIO

Estudantes de escola pública desenvolvem creme dental caseiro

Três alunos do ensino médio da Escola Estadual Moreira Dias desenvolveram, sob orientação da coordenadora pedagógica da escola, um novo creme dental. A ideia partiu do estudante Paulo Ramon, do 3º ano, em virtude dos altos gastos que a escola vinha apresentando com pasta de dente para os alunos do Programa Mais Educação.

"No programa, os estudantes passam o dia na escola, inclusive fazem suas refeições no local. Com isso, o colégio estava tendo muitos gastos com o uso de pasta de dente industrial. Então, eu tive a ideia de desenvolver um produto caseiro que saísse mais barato para a escola. Pensei no juazeiro porque já tinha ouvido relatos sobre os benefícios", afirma o estudante.

Para ajudar no projeto "O uso da raspa do juazeiro no tratamento dentário", Paulo Ramon procurou parceiros na escola que o auxiliassem no desenvolvimento. Depois de ir de sala em sala e não encontrar interessados, as irmãs Thaís e Taianny Oliveira, do 3º e 2º anos, respectivamente, decidiram participar da empreitada. Logo depois, veio a Feira de Ciências da Escola e eles decidiram apresentar o projeto da pasta de dente.

Depois da Feira de Ciências da Escola Estadual Moreira Dias, foi realizada a V Feira de Ciências da 12ª Diretoria Regional de Educação, Cultura e Desporto (Dired), que os estudantes decidiram participar. A coordenadora pedagógica, Maria do Socorro, decidiu orientar os alunos acerca do método científico.

"A bibliografia não estava adequada para o projeto. Com a orientação da coordenadora, conseguimos melhorar para apresentar na Feira da Dired", conta Paulo Ramon. Segundo ele, uma das maiores dificuldades no desenvolvimento do projeto foi a falta de um laboratório na escola. 

"Não tínhamos o apoio necessário. Os testes foram adaptados para a sala dos professores, que era o único local disponível. Então, isso mostra a necessidade de um laboratório nas escolas. Nosso objetivo era estudar toda a planta, mas infelizmente não foi possível porque não tínhamos estrutura para isso. O que conseguimos descobrir foram duas substâncias presentes na raspa do juazeiro. Uma delas mata as bactérias e a outra limpa os dentes", afirma Paulo Ramon.

Equipe consegue primeiro lugar na II Feira de Ciências do Semiárido Potiguar e carimba passaporte para Londres

Apesar da originalidade do projeto e o empenho dos estudantes, eles não conseguiram uma boa avaliação na Feira de Ciências da 12ª Dired e não foram classificados para participar da Feira Estadual. No entanto, a consagração viria na II Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, promovida pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC).

O projeto ficou com o primeiro lugar no evento e, como prêmio, os estudantes irão apresentá-lo no Fórum de Jovens Cientistas, que será realizado em Londres, em 2013. "Para Londres, pretendemos ampliar a pesquisa, principalmente naquele objetivo de estudar toda a planta. Então, nós precisamos de patrocínio para complementar nosso projeto", afirma Paulo Ramon.

Na semana passada, os estudantes também apresentaram o projeto na Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Em março de 2013, eles ainda devem participar da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, que será realizada na Universidade de São Paulo (USP).

O creme dental desenvolvido pelos estudantes agora passa pelo processo de registro de patente. "A Natura e outros empresários já mostraram interesse em comprar o projeto para desenvolver o produto. No entanto, nossa intenção é conseguir patrocínio para melhorar a pesquisa. Também temos o interesse de apresentar o projeto para o Ministério da Educação, para que o creme dental seja usado em todas as escolas do Brasil", afirma Paulo Ramon.


Fonte:   Redação do Jornal  O Mossoroense

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