"MOMENTO SAÚDE"
Esquistossomose
Dr. Dráuzio Varella |
Esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni,
parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita
de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para
desenvolver seu ciclo evolutivo.
A transmissão desse parasita se dá pela liberação de seus ovos
através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos
eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos
para se alojar. Se os encontram, porém, dão continuidade ao ciclo e
liberam novas larvas que infectam as águas e posteriormente os homens
penetrando em sua pele ou mucosas.
A esquistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente
com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados
brasileiros, principalmente os do Nordeste.
Sintomas
A doença tem uma fase aguda e outra crônica.
Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e
dermatites, febre, inapetência, tosse, diarreia, enjôos, vômitos e
emagrecimento.
Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarreia
podem alternar-se com períodos de obstipação (prisão de ventre) e a
doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado
(hepatomegalia) e cirrose, aumento do baço (esplenomegalia), hemorragias
provocadas por rompimento de veias do esôfago, e ascite ou barriga
d’água, isto é, o abdômen fica dilatado e proeminente porque escapa
plasma do sangue.
Tratamento
O tratamento da doença pode ser feito com medicamentos específicos que combatam o Schistossoma mansoni. Uma nova droga quimioterápica, o hicantone, já se mostrou eficaz para curar a doença na grande maioria dos casos.
No entanto, educação sanitária, saneamento básico, controle dos
caramujos e informação sobre o modo de transmissão da doença são medidas
absolutamente fundamentais para prevenir a doença.
Recomendações
* Esteja atento às normas básicas de higiene e saneamento ambiental.
Evite contato com a água represada ou de enxurrada que pode estar
infestada pelo parasita;
* Saiba que os caramujos podem ser combatidos de várias maneiras
diferentes: por controle biológico, químico e das condições do meio
ambiente. Como seu habitat natural preferido são lugares com pouca água
e correnteza, algumas medidas podem ser tomadas como drenar, aterrar
ou aumentar a velocidade da água na área em que vivem. O controle
biológico pode ser exercido por animais que se alimentam dos caramujos
(peixes, patos, etc) e o químico pelo uso de moluscocidas;
* Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver que entrar em contato com águas supostamente infectadas;
* Cabem às autoridades sanitárias a destruição do habitat das larvas e
o trabalho de informar a população. Isso não isenta ninguém da
responsabilidade de alertar as pessoas, principalmente as que vivem
em áreas presumidamente infectadas.
Fonte: Dr. Drauzio Varella
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