"MOMENTO SAÚDE"
TOC – Transtorno obsessivo-compulsivo
TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um
distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e
Estatística de Transtornos Mentais” da Associação de Psiquiatria
Americana, que se caracteriza pela presença de crises recorrentes de
obsessões e compulsões.
Dr. Dráuzio Varella |
Entende-se por obsessão pensamentos, idéias e imagens que invadem a
pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se
põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando
dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é
realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas
e pré-estabelecidas que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores
dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode
acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos
tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode
transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como
para a vida da família inteira.
Classificação
Existem dois tipos de TOC:
a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e
rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões
persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.
Causas
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de
um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na
comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a
serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre
as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Sintomas
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais
compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a
presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual
compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.
Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para
pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras
por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça,
pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são
exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o
portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do
tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em
adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer
crianças a partir dos três, quatro anos de idade.
Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da
adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos
dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O
medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de
serotonina. São os únicos que funcionam.
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa
com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a
pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais
brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois
tipos de abordagem terapêutica.
É sempre importante esclarecer o paciente e sua família sobre as
características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema,
melhor funcionará o tratamento.
Recomendações
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento
compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de
tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno
obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;
* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente
normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a
frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito
tênue;
* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais
dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a
lidar com a compulsão que alivia a ansiedade;
* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica
da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de
certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;
* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo
caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.
Fonte: Dr. Dráuzio Varella
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