"MOMENTO SAÚDE"
Cetoacidose diabética
Dr. Dráuzio Varella |
Quando há falta de insulina e o corpo não
consegue usar a glicose como fonte de energia, as células utilizam
outras vias para manter seu funcionamento. Uma das alternativas
encontradas é utilizar os estoques de gordura para obter a energia que
lhes falta. Entretanto, o resultado final desse processo leva ao acúmulo
dos chamados corpos cetônicos , substâncias que deixam o sangue ácido,
ou seja, com o pH mais baixo do que o normal. Essa acidez é
extremamente desfavorável para o organismo, porque a a maioria das
reações químicas que acontecem a cada segundo em nossas células depende
de uma faixa muito estreita de pH. Isso significa que o grau de acidez
não pode variar muito.
A cetoacidose diabética é uma complicação aguda grave, potencialmente
mortal. No diabetes tipo 1, ela pode ser a primeira manifestação da
doença ou resultar do aumento das necessidades de insulina por causa de
infecções, traumas, infartos e cirurgias. Já nos portadores do tipo 2,
pode ocorrer sob condições graves como a septicemia, por exemplo
CAUSAS
São consideradas possíveis causas da cetoacidose diabética:
* Desconhecimento de que a pessoa é portadora de diabetes e consequentemente, a falta de tratamento;
* Aplicação de dose de insulina menor do que seria necessário;
* Consumo de energia do corpo temporariamente aumentado, em virtude
de infecções (principalmente as infecções urinárias e do trato
respiratório) traumas, acidentes vasculares (infarto do miocárdio e AVC)
e uso de certos medicamentos, condições essas em que o gasto de energia
do organismo exige doses mais altas de insulina.
SINTOMAS
* Sede intensa e boca seca;
* Aumento da frequência das micções e da quantidade da urina;
* Hiperglicemia;
* Altos níveis de corpos cetônicos na urina;
* Pele seca;
* Fadiga intensa;
* Respiração rápida e superficial;
* Náuseas, vômitos e dor abdominal;
* Hálito com odor acentuado de acetona,
* Confusão mental.
DIAGNÓSTICO
Além da avaliação clínica considerando os sinais e sintomas da
doença, exames laboratoriais de sangue e de urina ajudam a confirmar o
diagnóstico da doença.
PREVENÇÃO
Algumas medidas simples permitem prevenir as crises de cetoacidose diabética. Entre elas destacam-se:
* Informar-se sobre os sintomas da cetoacidose para reconhecê-los precocemente;
* Tomar rigorosamente as doses de medicamentos prescritas pelo médico;
* Controlar os níveis de glicemia no sangue e os corpos cetônicos
(cetonúria) na urina, mesmo em casa, utilizando fitas desenvolvidas para
esse fim;
* Procurar assistência médica, quando as taxas estiverem elevadas ou nos quadros infecciosos e febris.
TRATAMENTO
O tratamento da cetoacidose é hospitalar e inclui a administração de
insulina, hidratação endovenosa, correção das alterações dos íons no
sangue (principalmente de fosfato, sódio e potássio) e acompanhamento
dos níveis de consciência.
RECOMENDAÇÕES PARA OS PORTADORES DE DIABETES
Como gripes, resfriados, diarreias, infecções urinárias e sinusites
podem precipitar a cetoacidose, os portadores de diabetes devem:
* Na vigência de processos infecciosos, medir a temperatura a cada
quatro horas e, se tiver febre, tomar um copo de água a cada uma ou duas
horas;
* Não interromper a alimentação nem a aplicação de insulina;
* Durante as crises, medir a glicemia e a cetonúria a cada quatro horas;
* Procurar serviço de pronto-atendimento se as últimas duas glicemias
estiverem maiores do que 250 mg/dl e os últimos testes de cetonúria
forem positivos.
Fonte: Dr. Dráuzio Varella
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