"MOMENTO SAÚDE"
Pressão baixa/ hipotonia arterial
Dr. Dráuzio Varella |
A pressão arterial é consequência da força
que o sangue exerce contra as paredes das artérias para conseguir
circular pelo corpo. Quando o coração se contrai (sístole) para expulsar
o sangue de seu interior, a pressão nas artérias atinge o valor máximo
(pressão máxima ou sistólica). Quando a musculatura cardíaca relaxa
(diástole) para permitir que o sangue volte a encher suas cavidades, a
pressão cai para seus valores mínimos: é a pressão mínima ou diastólica.
De acordo com os critérios internacionais estabelecidos, os valores
de referência desejáveis da pressão arterial estão ao redor de120mmHg x
80mmHg, ou 12cm x 8cm.
Considera-se que uma pessoa está com pressão baixa, ou hipotensão
arterial, quando esses níveis são menores do que 90mmHg X 60mmHg. É
preciso ressalvar, porém, que pessoas saudáveis podem ter níveis assim
baixos sem manifestar os sinais negativos da hipotensão arterial.
Pressão baixa não é considerada uma doença em si, mas pode estar
relacionada com doenças graves como infarto do miocárdio, embolia
pulmonar, diabetes, doença de Addison e a síndrome de Shy-Drager, por
exemplo.
Causas
Quedas de pressão podem acontecer em situações que favorecem a perda
do controle do fluxo de sangue e a hipovolemia, ou seja, a diminuição da
quantidade de sangue no corpo. Desidratação, jejum prolongado, uso
excessivo de medicações contra a hipertensão, de diuréticos e de
remédios para emagrecer, entre outros, podem ser os responsáveis por
essa condição. Da mesma forma, nos dias de calor, a tendência é
diminuírem os níveis de pressão, porque as artérias ficam mais dilatadas
e o sangue não precisa exercer muita força para circular.
Quedas de pressão podem ocorrer também, quando a pessoa se levanta de
repente depois de muito tempo deitada, agachada ou sentada, em
decorrência de um déficit momentâneo na irrigação do cérebro por causa
do retorno venoso mais lento e do subsequente débito cardíaco. Nesse
caso, elas recebem o nome específico de hipotensão postural ou
ortostática. Esses quadros são mais frequentes nos idosos tratados com
drogas hipertensivas ou nos portadores de diabetes. Já a chamada
hipotensão neuralmente mediada pode manifestar-se quando a pessoa fica
muito tempo em pé, parada, sem se movimentar, ou em resposta a uma
experiência de grande impacto emocional.
O limite aceitável da hipotensão é determinado pela capacidade de perfusão tecidual, ou seja, pelo fluxo sanguíneo e aporte de oxigênio oferecido aos tecidos para mantê-los funcionando. Abaixo desses níveis, a situação é considerada de choque circulatório, estabelecido ou iminente, uma urgência médica de extrema gravidade.
Sintomas
Quando a pressão arterial está baixa, o fluxo de sangue para os
tecidos cai e o oxigênio não chega às células em quantidade suficiente.
Podem surgir, então, os seguintes sintomas: fraqueza, perda de forças,
baixa de energia, tonturas, suores frios, taquicardia e sensação de
desmaio, que variam de intensidade conforme o caso.
Diagnóstico
O exame clínico e o levantamento da história do paciente são dados
importantes para o diagnóstico da hipotensão, mas testes de laboratório
podem fazer-se necessários para respaldar o diagnóstico. Em alguns
casos, é necessário pedir um exame chamado MAPA (monitorização
ambulatorial da pressão arterial).
Tratamento
O tratamento da hipotensão arterial é determinado pelas
características, gravidade e causas dos sintomas. Na ausência deles, em
geral as pessoas saudáveis com pressão baixa não necessitam de nenhum
tipo de intervenção terapêutica. No entanto, quando a hipotensão é
determinada por uma doença de base, o objetivo do tratamento deve ser
reverter, atenuar ou corrigir esse distúrbio.
Nos casos de queda brusca de pressão arterial, as seguintes medidas
podem ajudar a controlar a crise: a pessoa deve deitar-se numa posição
confortável e, se possível, com os pés mais elevados do que o coração e a
cabeça; deve também ingerir bastante líquido, mas em pequenos goles e
dar preferência a sucos de frutas, se estiver em jejum há muito tempo.
No entanto, se os sintomas persistirem por mais de 15 minutos, a
pessoa deve ser encaminhada para atendimento médico de urgência sem
demora.
Recomendações
* Levante-se com cuidado. Se estiver deitado/a,
sente-se primeiro na cama e permaneça nessa posição por alguns minutos
antes de ficar em pé;
* Beba bastante líquido para evitar a desidratação e a hipovolemia;
* Verifique se os medicamentos que está usando têm algum tipo de ação sobre pressão arterial;
* Pratique exercícios físicos regularmente: eles têm ação benéfica sobre a circulação sanguínea e a pressão arterial;
* Evite permanecer por longos períodos em ambientes muito quentes e úmidos;
* Procure um médico para avaliação clínica, se as crises de
hipotensão se repetirem. A pressão baixa pode ser sinal de algumas
doenças, que precisam ser investigadas e tratadas.
Fonte: Dr. Dráuzio Varella
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