quarta-feira, 13 de junho de 2012


"MOMENTO SAÚDE"

Pressão baixa/ hipotonia arterial
Dr. Dráuzio Varella
A pressão arterial é consequência da força que o sangue exerce contra as paredes das artérias para conseguir circular pelo corpo. Quando o coração se contrai (sístole) para expulsar o sangue de seu interior, a pressão nas artérias atinge o valor máximo (pressão máxima ou sistólica). Quando a musculatura cardíaca relaxa (diástole) para permitir que o sangue volte a encher suas cavidades, a pressão cai para seus valores mínimos: é a pressão mínima ou diastólica.

De acordo com os critérios internacionais estabelecidos, os valores de referência desejáveis da pressão arterial estão ao redor de120mmHg x 80mmHg, ou 12cm x 8cm.

Considera-se que uma pessoa está com pressão baixa, ou hipotensão arterial, quando esses níveis são menores do que 90mmHg X 60mmHg. É preciso ressalvar, porém, que pessoas saudáveis podem ter níveis assim baixos sem manifestar os sinais negativos da hipotensão arterial.

Pressão baixa não é considerada uma doença em si, mas pode estar relacionada com doenças graves como infarto do miocárdio, embolia pulmonar, diabetes, doença de Addison e a síndrome de Shy-Drager, por exemplo.

Causas

Quedas de pressão podem acontecer em situações que favorecem a perda do controle do fluxo de sangue e a hipovolemia, ou seja, a diminuição da quantidade de sangue no corpo. Desidratação, jejum prolongado, uso excessivo de medicações contra a hipertensão, de diuréticos e de remédios para emagrecer, entre outros, podem ser os responsáveis por essa condição. Da mesma forma, nos dias de calor, a tendência é diminuírem os níveis de pressão, porque as artérias ficam mais dilatadas e o sangue não precisa exercer muita força para circular.

Quedas de pressão podem ocorrer também, quando a pessoa se levanta de repente depois de muito tempo deitada, agachada ou sentada, em decorrência de um déficit momentâneo na irrigação do cérebro por causa do retorno venoso mais lento e do subsequente débito cardíaco. Nesse caso, elas recebem o nome específico de hipotensão postural ou ortostática. Esses quadros são mais frequentes nos idosos tratados com drogas hipertensivas ou nos portadores de diabetes. Já a chamada hipotensão neuralmente mediada pode manifestar-se quando a pessoa fica muito tempo em pé, parada, sem se movimentar, ou em resposta a uma experiência de grande impacto emocional.

O limite aceitável da hipotensão é determinado pela capacidade de perfusão tecidual, ou seja, pelo fluxo sanguíneo e aporte de oxigênio oferecido aos tecidos para mantê-los funcionando. Abaixo desses níveis, a situação é considerada de choque circulatório, estabelecido ou iminente, uma urgência médica de extrema gravidade.

Sintomas

Quando a pressão arterial está baixa, o fluxo de sangue para os tecidos cai e o oxigênio não chega às células em quantidade suficiente. Podem surgir, então, os seguintes sintomas: fraqueza, perda de forças, baixa de energia, tonturas, suores frios, taquicardia e sensação de desmaio, que variam de intensidade conforme o caso.

Diagnóstico

O exame clínico e o levantamento da história do paciente são dados importantes para o diagnóstico da hipotensão, mas testes de laboratório podem fazer-se necessários para respaldar o diagnóstico. Em alguns casos, é necessário pedir um exame chamado MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial).

Tratamento

O tratamento da hipotensão arterial é determinado pelas características, gravidade e causas dos sintomas. Na ausência deles, em geral as pessoas saudáveis com pressão baixa não necessitam de nenhum tipo de intervenção terapêutica. No entanto, quando a hipotensão é determinada por uma doença de base, o objetivo do tratamento deve ser reverter, atenuar ou corrigir esse distúrbio.

Nos casos de queda brusca de pressão arterial, as seguintes medidas podem ajudar a controlar a crise: a pessoa deve deitar-se numa posição confortável e, se possível, com os pés mais elevados do que o coração e a cabeça; deve também ingerir bastante líquido, mas em pequenos goles e dar preferência a sucos de frutas, se estiver em jejum há muito tempo.

No entanto, se os sintomas persistirem por mais de 15 minutos, a pessoa deve ser encaminhada para atendimento médico de urgência sem demora.

Recomendações

* Levante-se com cuidado. Se estiver deitado/a, sente-se primeiro na cama e permaneça nessa posição por alguns minutos antes de ficar em pé;
* Beba bastante líquido para evitar a desidratação e a hipovolemia;
* Verifique se os medicamentos que está usando têm algum tipo de ação sobre pressão arterial;
* Pratique exercícios físicos regularmente: eles têm ação benéfica sobre a circulação sanguínea e a pressão arterial;
* Evite permanecer por longos períodos em ambientes muito quentes e úmidos;
* Procure um médico para avaliação clínica, se as crises de hipotensão se repetirem. A pressão baixa pode ser sinal de algumas doenças, que precisam ser investigadas e tratadas.


Fonte:   Dr. Dráuzio Varella

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