Pesquisadores do Butantan desenvolvem anti-inflamatório capaz de aliviar dores crônicas
Imagem/Arquivo Blog "naserra" |
Um
potente anti-inflamatório capaz de aliviar dores de difícil controle
está sendo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Butantan. Os
primeiros testes em animais comprovaram a eficácia do medicamento, que
usa uma proteína presente no sangue. De acordo Renata Giorgi,
pesquisadora do Laboratório de Fisiopatologia do instituto, essa
descoberta é um avanço em relação às drogas disponíveis no mercado,
pois, além de ser mais potente, pode ser administrada por via oral.
"Descobrimos que algumas células dos glóbulos brancos contêm uma
proteína capaz de inibir dor proveniente de processo inflamatório. Com a
síntese de um pedacinho dessa proteína, a gente conseguiu que houvesse
viabilidade de administração", disse a pesquisadora à Agência Brasil.
Segundo Giorgi, o tratamento de dores crônicas, de lesão de nervos, é
difícil, pois algumas drogas, como morfina, perdem a efetividade com o
tempo.
Ela destacou que o estudo é inovador ao sintetizar uma proteína,
chamada ligante de cálcio S100A9, produzida pelo próprio organismo.
"Isso demonstra que, em determinadas condições, o próprio organismo tem
capacidade de controlar a dor", disse. Para fabricação do medicamento,
os cientistas identificaram que apenas um pequeno pedaço da proteína é
suficiente, o que viabiliza os custos de produção. "Em termos de
proporção de dose, essa droga é mais potente", declarou Giorgi.
"Esses, no entanto, são apenas os experimentos básicos", reforçou. A
pesquisa parte agora para os testes de toxicidade. "Antes de qualquer
coisa, tem que se realizado o estudo toxicológico. Estamos numa fase de
programar o início desses estudos. Hoje em dia, leva algo em torno de 20
anos pra se comprovar a eficácia de uma droga e conseguir colocá-la no
mercado como medicamento", destacou Giorgi. Os estudos, que iniciaram há
dez anos, continuam ainda com testes em animais.
Serão feitos ainda levantamentos sobre o nível de tolerância do
medicamento. "O paciente que é submetido à droga que tem efeito
analgésico pode, à medida que vai sendo administrada, ficar tolerante ao
medicamento. Então, tem que ser aumentada a dose para que se tenha o
efeito desejado. Nós ainda vamos fazer esses estudos", informou a
pesquisadora.
Fonte: Agência Brasil
Por: Ana Cadengue
Via Jornal O Mossoroense
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