Orla de Ponta Negra vai receber 400 sacos de areia
Alex Régis
Ontem, donos de quiosques já tentavam amenizar os efeitos
da destruição do calçadão da praia
A ação emergencial e paliativa de contenção do desgaste do calçadão de Ponta Negra começa hoje, com a colocação de sacos de areia para diminuir o impacto da maré sobre a calçada. Quatrocentos sacos cedidos pelos empresários do setor turístico do Rio Grande do Norte serão utilizados inicialmente nos trabalhos. Segundo a secretária de Obras Públicas e Infra-estrutura (Semopi), Tereza Cristina, após a observação desse primeiro serviço, os técnicos podem identificar se há necessidade de se colocar mais sacos. As decisões foram tomadas na manhã de ontem, no Hotel Praia Mar, em Ponta Negra. Representantes do Município e da Marinha do Brasil se reuniram para discutir o plano de ação. Os sacos medem 90 cm de largura, por 90 cm de comprimento, e 1,20m de altura. Metade deles (200) será enterrada na areia, a uma profundidade de 50 cm, e a outra metade dará apoio para proteger o calçadão da força das águas.
O trabalho será realizado por homens da Semsur, Urbana e da Marinha, com ajuda de uma retroescavadeira. De acordo com Adier Azevedo, proprietário da Big Bag do Nordeste, empresa especializada neste tipo de obra, o serviço a ser iniciado hoje com os primeiros 400 sacos, deve demorar cerca de dois dias para ser finalizado. Os secretários acordaram que iriam tentar conseguir outra máquina para acelerar o trabalho. Os 400 sacos doados pelos empresários devem chegar hoje, por volta de meio dia à praia. Mas o trabalho será iniciado desde a manhã, pois algumas unidades foram adquiridas em Natal para agilizar a ação.
A intervenção não causa maiores danos ao meio ambiente, segundo Wagna Dantas, especializada em Gestão Ambiental pelo IFRN. A especialista diz que como a areia não será remanejada da praia para outro lugar, a ação não é danosa. A secretária Tereza Cristina explica que o que vai ocorrer em Ponta Negra são "movimentos de areia". Uma "raspagem" do material mais superficial, para colocar dentro dos sacos. Depois que a barreira não for mais necessária, os sacos serão removidos e a areia devolvida à sua condição natural. A intervenção contará com a participação de engenheiro fiscal da Semopi, e engenheiros da Semsur.
Ontem também teve início a remoção dos quiosques das áreas atingidas pelo desmoronamento. Os quiosques 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 vão ser realojados no próprio calçadão, em áreas que apresentam um espaçamento maior entre um quiosque e outro. O processo de remanejamento das estruturas estão sendo negociadas entre a associação da categoria e o Município.
RECURSOS
A prefeita Micarla de Sousa vai a Brasília segunda-feira para entregar o relatório de levantamento dos danos e gastos necessários para a reparação do calçadão de Ponta Negra. O documento será entregue ao Ministério da Defesa Civil para que o dinheiro para o início das obras seja liberado pelo Governo Federal. A secretária Tereza Cristina afirma que o montante gira em torno de R$ 2 milhões. As construções a serem desenvolvidas na praia visam soluções corretivas e preventivas. Ou seja, o plano de obras, além de reconstruir o calçadão, contempla intervenções para a prevenção de novas deteriorações provocadas pelas altas na maré.
MARÉ
Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que a maré mais alta deste ano, na costa potiguar, deverá ocorrer nos próximos dias 2, 3 e 19 de agosto. Neste período o mar atingirá picos de 2,5 metros, causando forte ressaca e ondas violentas. A ocorrência desta maré motivou a ação impetrada pelo Ministério Público, mediante os estragos causados por maré semelhante ocorrida no último dia 5 de julho.
Datas de marés mais altas em Agosto:
- Data - 02/08
Horário - 04h30
Maré - 2.5
- Data - 03/08
Horário - 05h09
Maré - 2.5
- Data - 19/08
Horário - 05h17
Maré - 2.5
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Rafael Barbosa - repórter
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