Sem pagamento, diretor do Varela Santiago cogita desativar 10 leitos da UTI Pediátrica
Mais
uma vez, a direção do Hospital Infantil Varela Santiago cogita a
suspensão da prestação de serviços devido a problemas em repasses
financeiros por parte do Poder Público. O diretor-geral do hospital,
Paulo Xavier, cogita desativar 10 leitos de UTI Pediátrica da
instituição devido à informação de que 20% dos repasses oriundos da
Secretaria de Saúde de Natal (SMS) não serão pagos no período refente
aos serviços prestados no mês de julho. O valor é de aproximadamente R$
105 mil.
Segundo
o médico Paulo Xavier, a mudança na forma como ocorre o pagamento por
parte do Poder Público ao hospital mudou e está causando problemas. A
diretora médica e financeira da instituição, Maria da Penha Paiva,
explicou que ocorreu uma mudança na forma como a Prefeitura analisa a
prestação de contas por parte do hospital, o que resultou na suspensão
do pagamento de 20% do valor referente ao mês de julho.
Os
recursos que não serão pagos foram "glosados", que é quando há pequenas
falhas nos documentos que informaram a prestação dos serviços. De
acordo com Maria da Penha Paiva, o procedimento anterior era a correção
imediata das falhas apresentadas para que o repasse fosse realizado
integralmente pelo Poder Público.
"Para o
período de junho, recebemos no dia 18 do mesmo mês o relatório pedindo
para ser devolvido até as 18h para a recorreção. As falhas foram
informadas e o pagamento ocorreu integralmente. Nesse mês não foi assim e
20% do faturamento foi glosado", explicou a diretora médica do
hospital, justificando as falhas no faturamento devido à adaptação ao
novo sistema de informática utilizado.
A
direção do Varela Santiago disse que ouviu da Prefeitura a explicação
que o pagamento não seria realizado dentro do período do mês devido à
necessidade de pagamento a fornecedores da SMS. Maria da Penha Paiva
acredita que não será necessário o fechamento de leitos da unidade
hospitalar, mas Paulo Xavier afirmou que não só os 10 leitos poderão ser
desativados, como também todo o hospital caso os problemas nos repasses
continuem.
"Há a possibilidade de desativarmos
os 10 leitos da UTI, mas estamos com o propósito é de fechar tudo. O
problema não vem de agora, mas está pior do que nunca. Se não melhorar,
as opções serão fechar ou voltar a ver as pessoas usando 'mulambos'
dentro do hospital, que mais parecia um depósito de gente", desabafou o
diretor do hospital, Paulo Xavier.
Procurada
pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a secretária interina de Saúde,
Ariane Rose Macedo, informou, através da assessoria de comunicação, que a
SMS está em dia com os pagamentos ao Varela Santiago e que só irá
declarar algo sobre o os repasses de julho quando o mês terminar.
Atualmente,
o Varela Santiago conta com 420 funcionários e a folha mensal varia
entre R$ 500 mil e R$ 600 mil. Além das doações e dos repasses da
Prefeitura, que destina aproximadamente R$ 500 mil por mês ao hospital,
também contribuem com a instituição o Ministério da Saúde e o Governo do
Estado, que efetua o pagamento de três parcelas anuais de R$ 500 mil
para o custeio e manutenção do hospital.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
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