Imagem/Arquivo Blog "naserra" |
A alta incidência fez surgir, em 2010, o primeiro caso de caso de óbito relacionado a picada de escorpião no Rio Grande do Norte, a exemplo do que já ocorreu em outros estados como Paraíba e Piauí. O caso foi de um menino que residia no bairro de Felipe Camarão, periferia da zona Oeste da capital. Chegou a ser socorrido, mas teve parada cardíaca. O hospital Giselda Trigueiro, da rede Estadual de Saúde, é o que realiza atendimentos exclusivamente para acidentes envolvendo animais peçonhentos. O Tityus Stigmurus é a espécie mais comum em Natal e a maior causadora de acidentes.
Os especialistas dizem que os ataques são cada vez mais comuns nas cidades por causa do desequilíbrio ecológico, do desmatamento e do avanço das áreas urbanas sobre as matas. Na maioria dos estados brasileiros, os problemas com escorpiões são mais frequentes nas cidades e não no campo. No Rio Grande do Norte, segundo dados do jornal O Globo, 83% dos casos ocorrem justamente na região metropolitana. Em 2011, foram quase 58 mil acidentes no país e 85 pessoas morreram.
Mulheres, crianças e idosos são os mais vulneráveis
Os escorpiões são muito pequenos, perigosos e estão infestando as cidades. Apesar de ter uma frequência durante todo ano, a bióloga chama a atenção para o atual período chuvoso que, a exemplo do verão, é propício para o aparecimento dos animais. O período junino, onde há maior contato com madeira para fogueira e construção de palhoças, e os preparativos para o fim de ano, quando são realizadas faxinas com maior frequência, também registram grande número de ocorrências. Dentro das residências, os escorpiões tendem a ter hábitos noturnos, quando procuram alimento como baratas, grilos e cupins. Ao amanhecer, se não voltam para seu esconderijo, procuram abrigo no ralo do banheiro, dentro de sapatos, roupas ou no tapete, frestas de portas e janelas, em gavetas, em roupas.
De acordo com Juraci Alves de Lima, bióloga do Programa de Controle de Animais Peçonhentos do Centro de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, em um bairro como Felipe Camarão onde existe vários lixões e terrenos baldios de descartes de entulhos é difícil encontrar quem não tenha se deparado com um escorpião. Os animais procuram abrigo normalmente nos lixões, nos restos de construção e em sucatas de móveis descartados encontrando ali um verdadeiro habitat para reprodução. Mas, A mulher tem sido uma das principais vítimas dos escorpiões devido aos afazeres domésticos. "Ao limpar a casa se depara com o escorpião por trás dos móveis; o menino ao calçar um sapato sem ter o cuidado de bater antes de usar, a toalha que está estendida próximo à parede de casa, o pedreiro que vai pegar o tijolo para a construção", explica Juraci. Crianças e idosos são os que mais correm riscos, porque têm a saúde mais frágil. Segundo os biólogos, a invasão de escorpiões acontece por três motivos: o crescimento desordenado das cidades, a falta de predadores e a abundante oferta de comida, já que esses bichos se alimentam de baratas.
Como prevenir
Os escorpiões só atacam o homem quando se sentem acuados e em circunstância de defesa. Confira as medidas básicas de prevenção:
- Sacuda e examine calçados e roupas antes de usar;
- Mantenha limpos os locais próximos a residências evitando acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção;
- Mantenha o habitat familiar livre de baratas, que são reconhecidas como um dos principais alimentos dos escorpiões nos centros urbanos.
- Não coloque mãos e pés dentro de buracos, montes de pedras ou lenhas;
- Use sempre calçados e luvas nas atividades rurais ou de jardinagem;
- Use telas e vedantes em portas e janelas;
- Use ralos protetores;
- Crie aves domésticas em zonas rurais, que agem como predadores naturais;
- Em áreas sabidamente escorpiônicas, mantenha as camas a uma distância mínima de 10 cm das paredes.
Casos de janeiro a março de 2012
- Janeiro - 154 casos
- Fevereiro - 161 casos
- Março - 203 casos
- Acidentes com animais peçonhentos: 626
- Acidentes com escorpiões: 518
Fonte: Francisco Francerle, para O Poti
Via DNonline
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