Casa do Bem comemora sete anos de trabalho social
Por causa de um sentimento intuitivo e também da boa vontade em ajudar pessoas que o procuravam, o jornalista Flávio Rezende transformou um trabalho social iniciado há 20 anos numa projeto concreto e sólido - a "Casa do Bem", que agora, dia 15 deste mês, completa dois anos que funciona numa sede própria, em Mãe Luiza, na zona Leste de Natal.
Aldair DantasCom doações, sede da Casa do Bem foi inaugurada há dois anos
O ditado popular "faça o bem, sem olhar a quem" é o slogan pintado de preto e em letras garrafais na sede da "Casa do Bem Fernando Rezende", que leva o nome do dentista e pai do idealizador do projeto que, hoje, atende direta ou indiretamente 2.800 pessoas carentes, entre crianças, adolescentes e adultos residentes no bairro situado num morro dunar entre o mar e o bairro de Petrópolis.
Flávio Rezende explica que atualmente são executados 30 projetos na Casa, mas diretamente, com cursos, atividades esportivas e culturais, são atendidas 800 pessoas. Outras duas mil participam de passeios, por exemplo, de atividades de lazer nas áreas cultural e turística.
A "Casa do Bem" confunde-se um pouco com a própria vida de 50 anos de Rezende, que se tornou uma ativista social depois, de uma certa época, ter decidido trocar Ponta Negra por Mãe Luiza. Ele não lembra a data, especificamente, mas foi na época do Cruzado, a moeda brasileira instituída no governo José Sarney nos anos 80, que tudo ocorreu: "Estava com um dinheiro para comprar, no dia seguinte, um terreno em Ponta Negra, mas passando pela Via Costeira, deu aquela 'intuição' e entrei em Mãe Luiza".
Já em Mãe Luiza, perguntou a uma pessoa, que ainda hoje mora em frente à "Casa do Bem", na rua João XXIII, se ali não tinha algum terreno ou casa para vender. O vizinho indicou uma senhora, dona Cecília Maria da Costa, hoje com 87 anos, e que é uma das beneficiadas do projeto de "Alfabetização e Inclusão Digital de Idosos", a qual, na época, concordou em vender uma pequena casa "porque queria sair par morar" em outro bairro.
Segundo Rezende, o terreno em Mãe Luiza era menor do que em Ponta Negra, "mas o valor era o mesmo", e fechou o negócio.
Já morando em Mãe Luiza, passou a conhecer os vizinhos, outras pessoas, e começou a perceber suas necessidades, como parentes que precisam ir a um posto de saúde, maternidade, chegam pedindo para deixá-lo em seu carro: "Nesse tempo não tinha Samu".
Somente há sete anos, esclareceu Rezende, foi que por influência de um amigo - "não tinha feito isso antes porque pensava que a burocracia era muito grande" - decidiu vincular o trabalho social à uma organização não-governamental, que funciona com o apoio de voluntários, que ministram os projetos e apoios institucional de empresas.
A sede própria construída num terreno de 400 metros quadrados foi comprado com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo. Para manter as despesas com água, energia elétrica, telefone e outros custos, assinou um convênio, no valor de R$ 3 mil, com a prefeitura de Natal.
Os servidores da "Casa do Bem" também são 12 voluntários, e do próprio bairro. A instituição é de utilidade pública municipal e estadual, e possui o aval do Conselho Municipal de Assistência Social.
Tanto esforço foi recompensado, por exemplo, com a entrega à "Casa do Bem", na categoria regional, do "Prêmio Nacional ANU" pela execução do projeto "Alfabetização e Inclusão de Idosos".
Serviço
Onde fica - rua João XXIII, 1719
Atendimento - 8 às 20 horas
Telefones - 3202.3441/9902.0092
www.casadobem.org.br.
"Campanha Gente do Bem"
Depósito no Banco do Brasil
Conta-corrente - 26.847-X
Agência - 1.668-3
Fonte - Casa do Bem
Ong implanta TV que vai mostrar bairro pela internet
Os beneficiários da "Casa do Bem" são atendidos conforme atividades inerentes à profissão de cada voluntários. Mas, os jovens que passam pela instituição estão, agora, tomando a iniciativa de escolherem o que fazer.
O caso mais recente é a criação de uma "TV do Bem", em que os jovens vão entrevistar os moradores de Mãe Luiza sobre os problemas e que elas querem ter na comunidade. "Começou como uma brincadeira, com gravação de vídeo pelo celular dos amigos", conta Wagner Henrique Oliveira, de 14 anos.
Ele é um dos repórteres da "TV do Bem", que para funcionar começou com a compra, numa loja de importados de um shopping em Natal, de dois pequenos gravadores de vídeo, que mais parecem um mini-gravador. "A gente comprou os dois numa promoção por R$ 300,00", disse Flávio Rezende.
Wagner Oliveira avisou que os programas da TV serão rodados na rede social da internet - youtube. Até bolou o nome de um: "Na hora do almoço".
Estudante da 9ª Série da Escola Estadual Dinarte Mariz, Wagner Oliveira disse que é nesse horário, "que a família está reunida, todo mundo junto" para ver o programa, porque em outros horários, alguns saem para trabalhar, outros estão na escola.
Hayelle Pinheiro, 16 anos, faz parte do grupo de adolescentes que já começou a gravar os programas da "TV do Bem" e diz que frequenta a "Casa do Bem" pelas amizades "que pode fazer e conhecer mais pessoas".
Até site na internet, a tv já está sendo bolado, informou ela - www.facebook.com/tvdombem . "Vamos começar a mostrar muitas coisas", avisou.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Valdir Julião - Repórter
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