domingo, 8 de julho de 2012

INTERNET: PERIGO CONSTANTE


Crime cibernético: alvo de investigações

Imagem/Arquivo Blog "naserra"

Sem armas de fogo, ameaças ou ferimentos físicos. O horário escolhido deixou de ser a calada da noite e a roupa preta com capuz já não é mais a indumentária característica. Escondido por trás de uma tela cintilante e com conhecimento especializado, o criminoso já não precisa se expor para furtar, extorquir ou fraudar. Através da internet, tudo isso é possível. Sob uma aparência menos agressiva, mas talvez igualmente prejudicial, o autor de crimes cibernéticos por vezes não possui consciência da gravidade dos delitos cometidos e continua a praticá-los. Sem distinção de cor, classe social ou religião, o criminoso pode fazer de qualquer internauta a próxima vítima.

Para se precaver de ataques e encontrar os autores dos crimes, os órgãos de segurança pública têm procurado especializar os seus agentes e torná-los capazes de combater esses delitos. Reflexo disso foi a deflagração de duas operações pela Polícia Federal recentemente. Na quinta-feira, 28 de junho, a PF cumpriu mandados em 11 estados do país em combate a uma quadrilha que utilizava a internet para divulgar imagens de pornografia infantil.

Na segunda-feira, 2, a superintendência da PF-RN deflagrou a operação "Pichadores Virtuais". Por trás de ataques contra mais de 40 websites no RN, estavam dois adolescentes de 14 e 16 anos de idade. "Eles não tinham noção dos delitos que estavam cometendo. Não sabia que se configurava como crimes e quais eram as repercussões para as vítimas", disse a delegada Carmen Marileia da Rocha, chefe do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF no RN. "A estrutura atual da Polícia Federal é suficiente para a demanda apresentada no RN. Entretanto, em razão da realização de grandes eventos no Brasil, como exemplo a Copa do Mundo de 2014, estamos com projeto para transformar esses Grupos em Delegacias Especializadas".

Em novembro do ano passado, caminhando na mesma direção, a Polícia Civil criou o Núcleo de Investigação dos Crimes de Alta Tecnologia (Nicat), que dá apoio, mesmo que incipiente, às investigações conduzidas nas delegacias distritais. A delegada Carmen Rocha chamou atenção para a necessidade de constante atualização sobre as novas tecnologias. "É necessário ter conhecimento técnico para investigar esse tipo de crimes. Mais que isso. É preciso estar em constante treinamento para acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias. Aqui no RN temos uma equipe de peritos federais que nos dão todo o apoio nessa área", disse.

Para a chefe do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, o cidadão pode participar sem medo de mídias sociais, desde que se resguarde determinadas informações pessoais. "O cidadão deve tratar o computador da mesma forma que trata sua casa, ou seja, ninguém sai de casa e deixa a porta aberta. Entendo que as pessoas podem participar de redes sociais sem medo, desde que configurem seus perfis de forma a não expor a família, seus amigos ou fotos que possam ser acessadas indevidamente", esclareceu.

Ela chamou atenção ainda para o acompanhamento dos pais nas atividades virtuais desenvolvidas pelos filhos. "É fundamental que os pais acompanhem a forma como os filhos utilizam a internet. Os adolescentes não têm maturidade suficiente para discernir sobre os perigos e ameaças existentes na rede mundial de computadores".

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Fonte:    Jornal  Tribuna do Norte 
Marco Carvalho - repórter

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