São Paulo (AE) - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia que o esquema de corrupção que se instalou na Petrobras “é o maior” da história do País. Em mensagem interna a todos os procuradores do Ministério Público Federal, o chefe da instituição revela perplexidade e indignação diante da extensão do escândalo revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Para profunda tristeza dos brasileiros honestos e cumpridores de seus deveres, o País convulsiona com o maior escândalo de corrupção da nossa história”, escreveu Rodrigo Janot, na mensagem a seus pares.
Antônio Cruz/ABr
Em comunicado interno enviado a procuradores, Janot antecipa
como Procuradoria Geral vai atuar no caso de corrupção na Petrobras
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O texto do procurador geral, distribuído à rede Membros do Ministério Público Federal às 12h30 de sábado, foi revelado pelo jornal Correio Braziliense, na edição de domingo, 7. Janot destaca que não vai hesitar em obter punições a políticos citados no escândalo.
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, apontou pelo menos 32 políticos, entre deputados e senadores, como supostos beneficiários de propinas e recursos para financiamento de campanha. O doleiro Alberto Youssef, que também fez delação, confirmou parte do elenco de políticos denunciados por Costa.
Rodrigo Janot deixa claro que fará esforços para punições de suspeitos, inclusive das agremiações políticas mencionadas pelos delatores - Costa e Youssef afirmaram que as propinas na Petrobras abasteceram o caixa do PT, do PP, do PMDB, e que também o PSDB e outros se valeram dos desvios.
Nesta semana, a força tarefa da Lava Jato vai entregar à Justiça Federal denúncia formal contra 11 executivos de seis empreiteiras citadas como integrantes do cartel que se apossou de contratos bilionários da estatal petrolífera em praticamente todas as suas unidades, como a Abastecimento, a Internacional e a Serviços, que foi dirigida por Renato Duque. Indicado pelo PT. Duque foi solto dia 2 de dezembro, por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os procuradores da República atribuem aos empresários corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação, formação de cartel, associação criminosa, além de atos de improbidade administrativa.
Rodrigo Janot não admite insinuações de que estaria agindo para blindar o Palácio do Planalto. Na semana que passou, ele rechaçou a possibilidade de um acordo das empreiteiras do cartel. Elas enviaram à Procuradoria Geral seus advogados, criminalistas renomados. Queriam uma trégua, se dispuseram até a pagar multas pesadas, mas o chefe do Ministério Público Federal rechaçou a proposta.
No recado endereçado a todos os procuradores da República, Rodrigo Janot foi categórico. Ele deixou claro que nada o impedirá de chegar à punição dos envolvidos no escândalo da Petrobras. “Prosseguirei e farei o que for necessário para a punição de todos os envolvidos.”
Rodrigo Janot disse a seus colegas que “jamais aceitará qualquer acordo que implique exclusão de condutas criminosas ou impunidade de qualquer delinquente”. O procurador geral da República acrescentou que mantém “posição intransigente na defesa da probidade e no combate à corrupção que se alastrou na gestão da Petrobras”.
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