Estimativa de público na tarde deste sábado (13) foi repassada pela PM.
Fiéis pagaram promessas e agradeceram graças alcançadas.
A procissão de Santa Luzia, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, reuniu cerca de 200 mil pessoas nas ruas da cidade, de acordo com estimativa da Polícia Militar. A cidade se vestiu de verde e vermelho - cores das roupas da padroeira - para homenagear Santa Luzia. A caminhada saiu da paróquia de São Manoel em direção à Catedral às 17h40. Crianças, jovens, idosos, pessoas de todas as idades participaram da procissão que encerrou a Festa de Santa Luzia na cidade.
A imagem de Santa Luzia percorreu as ruas de Mossoró em um andor confeccionado especialmente para a ocasião pelo artisto plástico Flávio Tácito. A decoração do andor teve como tema os 80 anos da Diocese de Mossoró. "O andor está no estilo barroco, bem tradicional, para homenagear os 80 anos da Diocese. Ele vem também nas cores verde, vemelho e branco, as cores de Santa Luzia, para simbolizar todos os mártires que tiveram o sangue derramado por amor a Jesus Cristo", disse o artista plástico.
A aposentada Maria das Graças Oliveira, de 68 anos, veio de Natal para acompanhar a procissão de Santa Luzia. Devota da santa, ela repete o ritual há 10 anos para agradecer uma graça alcançada. "Minha neta nasceu com problema na vista. Quando ela tinha um aninho os médicos disseram que ela ficaria cega em no máximo dois anos. Eu intercedi a Santa Luzia, pedi que ela olhasse para a minha neta e iluminasse a visão dela. Minha neta hoje tem 11 anos e nunca ficou cega. Eu acredito que foi Santa Luzia quem a curou", disse.
Fiéis aproveitam a procissão pra pagar promessas feitas a Santa Luzia. Alguns carregaram pedras na cabeça durante todo o percurso como forma de gratidão à santa pela proteção. O prefeito de Mossoró, Francisco José Junior, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, e o governador eleito, Robinson Faria, foram algumas dos políticos que participaram da procissão.
O prefeito falou do projeto de construir um Santuário para Santa Luzia com a maior imagem católica do mundo na Serra de Mossoró e ressaltou que a iniciativa vai colocar a cidade no roteiro do turismo religioso do país. "Com a benção de Deus e de Santa Luzia nós vamos construir o Santuário que é um importante projeto para a cidade de Mossoró e para todo o estado. Já estamos correndo com as providências e já garantimos R$ 7 milhões do orçamento do próximo ano para a construção do Santuário", disse.
(Foto: Marcelino Neto/G1)
Procissão de Santa Luzia reuniu milhares de fiéis |
Policiamento
De acordo com o coronel Alvibá Gomes, comandante do 2º Batalhão da PM, 150 policiais trabalharam no último dia da Festa de Santa Luzia. Foram 32 viaturas, 20 motos da Rocam e ainda a cavalaria para garantir a segurança dos fiéis. Segundo ele, não foi registrada nenhuma ocorrência grave até o encerramento da procissão.
Após a chegada da imagem de Santa Luzia na Catedral houve uma solenidade de encerramento e em seguida a última apresentação do Oratório, peça que conta a história da santa.
Foram sete missas durante todo o sábado (13) para celebrar o dia de Santa Luzia. A primeira celebração aconteceu 0h na Catedral logo após a chegada da Motoromaria. Às 5h, 6h30 e 8h também foram realizadas celebrações na Catedral. Às 10h20 começou a missa solene, com quase duas mil pessoas dentro e fora da igreja. Às 14h foi a vez da missa dos romeiros e às 15h30 a última missa do dia que aconteceu na Matriz de São Manoel de onde partiu a procissão.
Santa Luzia é a padroeira da Diocese de Mossoró – que possui 32 paróquias e completou 80 anos em novembro, e também padroeira da cidade de Mossoró. Foram dez dias de festa com vasta programação religiosa e cultural.
(Foto: Marcelino Neto/G1)
Procissão de Santa Luzia reuniu milhares de fiéis (Foto: Marcelino Neto/G1) |
Conheça a história de Santa Luzia
Santa Luzia é conhecida como protetora dos olhos. O pároco da igreja de Santa Luzia, padre Walter Collini, conta que Lúcia, como se chamava na verdade Santa Luzia, nasceu em Siracusa, na Itália, em uma família rica e cristã, no ano 283. Naquela época, o Império Romano não dava às pessoas a liberdade de professar a fé em Cristo e a pena para quem o fizesse era a morte. O pai de Lúcia morreu quando ela tinha cinco anos e ela foi criada pela mãe.
O costume daquele tempo era que as famílias arranjavam o casamento dos filhos e uma família procurou a mãe de Lúcia para que a jovem se casassse com um pretendente. "Ela não quis se casar e disse que estava prometida a Jesus. A mãe dela avisou à família do pretendente e ele, por vingança, denunciou que ela era uma cristã", disse padre Walter.
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A partir daí começou o martírio de Lúcia. O imperador Diocleciano mandou que a levassem a um prostíbulo para que tirassem a virgindade dela. "Conta-se que dez soldados tentaram tirar a virgindade dela, mas não conseguiram tamanha a força dela. Depois ela foi jogada no fogo, mas permaneceu viva. Em seguida arrancaram-lhe os olhos e diz a história que ela reapareceu com dois olhos perfeitos. Como nada a atingia, por último, ela foi degolada. Ela morreu por não renegar a fé em Cristo", contou.
Do G1 RN
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