terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NOVA LEI PARA REDUZIR A META FISCAL

Dilma sanciona sem vetos projeto que reduz meta fiscal do governo
Nova lei foi publicada na edição desta terça (16) do Diário Oficial da União.
Texto foi aprovado pelo Congresso após intensa resistência da oposição.

Imagem/blog NASERRA
A presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos o projeto de lei que autoriza o governo a reduzir o superávit primário (volume de poupança destinado ao pagamento de juros da dívida pública) e com isso fechar as contas públicas de 2014. A decisão foi publicada na edição desta terça-feira (16) do "Diário Oficial da União".

A votação da proposta no Congresso Nacional foi cercada de polêmica. Mesmo em minoria no Legislativo, a oposição utilizou vários dispositivos previstos no regimento interno do parlamento para atrasar a análise do texto. A sessão que avalizou o texto principal do projeto durou quase 19 horas e acabou suspensa, por falta de quórum, quando restava apenas uma emenda (proposta de alteração no texto original) a ser apreciado.

A última emenda apresentada ao projeto foi rejeitada na última terça-feira (9) pelos congressistas. O placar foi de 247 deputados contra a emenda, 55 a favor e duas abstenções (entenda o projeto). Não houve necessidade de votação entre os senadores porque a emenda já tinha sido rejeitada pelos deputados – para ser aprovada, a matéria necessitava de maioria dos votos nas duas Casas.

O projeto sancionado por Dilma é considerado prioritário pelo Palácio do Planalto porque autoriza o governo a descumprir a meta de superávit primário fixada para 2014. Inicialmente, a previsão de superávit era de R$ 116 bilhões. Com a nova leia, a meta passa para R$ 10 bilhões.

Aécio diz que vai ao STF

Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), candidato derrotado na disputa deste ano pela Presidência, disse que pretende questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade do projeto de lei.

“Nosso objetivo é entrar com uma Adin [ação direta de inconstitucionalidade] mostrando a inconstitucionalidade dessa aprovação”, afirmou o tucano ao final da sessão do Congresso da semana passada.

Segundo Aécio, a medida que derruba a meta fiscal desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Isso, a meu ver, afugenta investimentos, desaquece a economia, deixa de gerar empregos para os brasileiros”, enfatizou.

Na visão do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o embate político que marcou as sessões destinadas a apreciar o projeto é normal. “Não há como alterar a LDO sem que essa alteração entre no grau de disputa que entrou”, ponderou o peemedebista na última semana.

Na ocasião, Renan fez questão de lembrar que, em 2001, o então presidente Fernando Henrique Cardoso também já havia proposto alteração na LDO.

Os governistas bateram nessa tecla durante a sessão para contrapor a crítica da oposição de que a mudança na meta fiscal configura descumprimento da Lei de Reponsabilidade Fiscal, aprovada durante o governo FHC.

“Todas as vitórias são importantes. Essa é necessária porque não se deu ao país uma alternativa senão a alteração da LDO, como aconteceu em 2001. Em 2001 houve alteração na LDO e mesmo assim ela não foi cumprida”, declarou Renan.



Do G1, em Brasília

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