sábado, 28 de abril de 2012

SECA NO INTERIOR PODE SE AGRAVAR


Meteorologia diz que quadro 'pode se agravar no interior'




Imagem/Arquivo Blog "naserra"
Os meteorologistas do Nordeste avaliaram, durante reunião realizada quinta-feira e ontem em Maceió (AL), o quadro de estiagem que se caracterizou nos meses de março e abril, com uma precipitação pluviométrica abaixo dos 50% na maioria dos municípios, "pode se agravar no interior" da região.

Na análise dos meteorologistas, nos meses de maio, junho e julho a tendência é de "normalidade" de chuvas na área litorânea e agreste dos estados, mas só a partir do fim de maio para a frente. O meteorologista da Emparn Gilmar Bristot esteve na reunião de Alagoas e disse que a primeira quinzena de maio ainda "apresentará uma condição muito crítica de ocorrência de chuvas", mesmo em relação ao litoral.

Segundo ele, a meteorologia "não enxerga" mecanismos capazes "de quebrar a inércia" de chuvas no Nordeste, em virtude do vento de sudeste, nos meses de janeiro a abril, estar mais forte do que o normal, principalmente durante o período da tarde.

A previsão da Emparn para o fim de semana, nas diversas regiões do Estado, é de que o céu se apresentará de parcialmente nublado a claro, com exerção da faixa litorânea leste que se apresentará parcialmente nublado com ocorrência de pancadas de chuvas isoladas.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC aponta que no norte do RN e nordeste do CE, há possibilidade de pancadas de chuva. No interior da BA, oeste de PE, sudeste do PI e sul do CE: predomínio de sol. Nas demais áreas da região: sol e poucas nuvens. Temperatura estável. Temperatura máxima:33C no noroeste do MA. Temperatura mínima: 13C no sul da BA.

A tendência é de no domingo, na faixa litorânea da região, é de sol e poucas nuvens. No litoral norte do RN e nordeste do CE: pancadas de chuva a partir da tarde. No noroeste do CE, norte do PI e norte do MA: pancadas de chuva isoladas. Nas demais áreas da região: predomínio de sol. Temperatura estável.


Governo aguarda liberação de verbas para construir cisternas

A construção de cisternas e de sistemas simplificados de distribuição de água, previstos pelo governo do Estado, aguarda a aprovação e liberação de R$ 15 milhões, por parte do Ministério da Integração. Em reunião com a presidenta Dilma Roussef, na última segunda-feira, a governadora Rosalba Ciarlini pediu agilidade para ampliar a oferta de água, com obras hídricas complementares  nesse período de seca.

Dentro do conjunto de obras que devem minimizar - a longo prazo - os efeitos da seca nos 139 municípios, as comunidades, explica o secretário estadual de Recursos Hídricos Gilberto Jales é previsto a construção de 8,8 mil cisternas, além de 192 sistemas simplificados e 96 pequenos barreiros. A secretaria deve acelerar a instalação de outros 650 poços para melhorar a oferta de água. Atualmente, existe em todo estado cerca de 800 poços, muitos deles inativos.

Outra aposta, anunciada anteriormente, é a retomada da Adutora do Alto Oeste, que atenderá 23 cidades, três distritos e 26 comunidades da bacia do Apodi, está paralisada, desde 2010, devido ao problema de falta de recursos. Parcialmente construída, a obra consumiu R$ 127 milhões, dos R$ 154 milhões previstos. Segundo Jales, R$ 8 milhões são de recursos federais já garantidos e os demais R$ 22 milhões do Estado. A água será captada no açude Santa Cruz, outro reservatório de recepção das transferências hídricas do Projeto São Francisco. O secretário Gilberto Jales espera que pendências financeiras com a empresa contratada EIT Engenharia, seja solucionado até o final de abril.


CAERN: Prejuízos à vista

A estiagem irá prejudicar a produção e faturamento da Caern. Sem mensurar de quanto será a queda na arrecadação da concessionária mediante a redução na oferta de água, o diretor presidente Yuri Tasso Pinto assegura que o custo não será repassado ao consumidor, tampouco haverá racionamento de água. "Racionamento está descartado, por ora. Mas iremos realizar uma campanha para uso racional e evitar desperdícios", destaca. O sistema de adutoras de Santa Cruz e Pau dos Ferros teria capacidade para abastecer até 3 anos sem chuvas. Já reservatórios menores, como o açude Boqueirão, em Parelhas, devem apresentar problemas caso o período se seca se prolongue.



Situação é mais grave na região do Alto Oeste

O abastecimento de água nos 139 municípios em estado de emergência depende da antiga prática de transporte de água por caminhões - em voga em todo Nordeste. Nas  casas de 29.774 famílias potiguares de 72 municípios, o líquido há muito escasso nas torneiras já chega por meio de carros pipas, operados pelo Exército Brasileiro. Outras medidas, como instalação de cisternas e sistemas simplificados de abastecimentos, aguardam a liberação dos R$ 15 milhões pleiteados pelo governo do Estado junto ao Ministério da Integração, no início desta semana, dia 23.

Do total de cidades atingidas pela seca, somente nove não usam os reservatórios da Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) para o abastecimento de água - cuja demanda é atendida por sistema de adutoras. A deficiência na oferta de água se explica na área de atuação da concessionária, segundo o  diretor presidente da Caern Yuri Tasso Duarte Queiroz Pinto. A cobertura do abastecimento de água no Estado, de 95%, se limita a área urbana.

As comunidades são atendidas por sistemas autônomos, como barreiros e açudes, financiados com recursos dos governos estaduais e federais. No plano estadual de convivência com a seca, explica o diretor presidente da Caern, a Companhia participa indicando pontos de abastecimentos e realizando serviços de extensão de redes e esgotamento sanitário. A Caern repassou à Defesa Civil possíveis pontos de abastecimento em 41 municípios do Estado, que dispõem de reservatórios da concessionária. A oferta de água é considerada suficiente para atender a demanda em cidades vizinhas, sem comprometer o abastecimento local.

Nos municípios de Luís Gomes e Antônio Martins, na região do Alto Oeste Potiguar, a situação é considerada mais preocupante. Os mananciais responsáveis pelo abastecimento secaram. Com a suspensão do serviço de transporte e distribuição de água pelos militares, o que aconteceu há 45 dias, a Caern assumiu a a oferta de água nestas cidades. A operação iniciada em novembro passado consumiu R$ 250 mil, segundo o diretor presidente, de um orçamento de R$ 400 mil para ações de convivência com a seca. A Caern complementa o abastecimento por carro-pipas também em Patu, João Dias e São Miguel.

O número de famílias atendidas  por carros-pipas deverá ser ampliado, até o final do ano, "atingindo a totalidade das cidades afetadas pela estiagem", segundo estimativa do diretor presidente da Caern. Para isso, municípios e Exército, por meio do Governo Federal deverão firmar novas parcerias. "Se a Caern  tiver de assumir mais municípios será necessário um aporte de recursos, o governo terá de captar", diz Yuri Tasso. 


Fonte:  Tribuna do Norte

 

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