quarta-feira, 25 de abril de 2012

"MOMENTO SAÚDE"

Doença de Kawasaki

Imagem/Arquivo Blog "naserra"
Vasculites são doenças que se caracterizam por inflamações das paredes dos vasos sanguíneos causadas por proteínas produzidas pelo próprio sistema imunológico (autoanticorpos). Quando elas se instalam, o fluxo de sangue fica prejudicado e as células que dependem desses vasos para receber oxigênio têm sua função prejudicada.
A doença de Kawasaki é uma das vasculites mais comuns da infância. Em geral, acomete mais os meninos de origem asiática, com idade entre 2 e 5 anos. Uma vez instituido o tratamento, na maioria dos casos, as crianças se recuperam sem sequelas em até 6 meses.
Não se conhece a causa da doença (assim como a da maioria das vasculites). Entretanto, existem algumas hipóteses:
Resposta imunológica: para combater uma agressão, as células de defesa do corpo produzem algumas substâncias com o objetivo de reparar o dano. Os anticorpos fazem parte dessa resposta. Em algumas situações, no entanto, eles podem voltar-se contra o próprio organismo e lesar outras células. Ainda não se sabe por que isso acontece.
Infecções: foi levantada a possibilidade de que a doença de Kawasaki seja causada por um agente infeccioso, uma vez que os sinais e sintomas são parecidos com aqueles de algumas doenças virais. Além disso, há o fato de que ela ocorre em surtos e é mais freqüente no inverno. A constatação de que crianças com menos de seis meses são raramente acometidas pela doença sugere que, durante a amamentação, a passagem de anticorpos maternos fortaleça a imunidade dos bebês.
Fatores genéticos: a doença é mais comum em membros de uma mesma família e nos asiáticos.

Sintomas

Podemos registrar três fases clínicas distintas da doença.

a) Inicialmente, os sinais e sintomas são febre alta (perto de 40º C), por mais de 5 dias (pode durar até 2 semanas), vermelhidão do tronco e da região genital, olhos vermelhos (conjuntivite), lábios rachados e língua inchada e vermelha (também chamada de língua em framboesa). Dor de garganta e aparecimento de linfonodos inflamados (ínguas ou gânglios), principalmente na região do pescoço, podem ocorrer nessa primeira fase da doença.
b) A segunda fase é marcada por descamação dos pés e das mãos, dores nas juntas, diarreia, dor abdominal e vômitos.
c) Na terceira fase, os sintomas regridem lentamente até a recuperação.
Uma em cada cinco crianças pode apresentar complicações cardíacas, mas menos da metade terá lesões permanentes. Entre elas, destacam-se:
* Miocardite (inflamação do coração);
* Cardiomegalia (aumento do coração);
* Arritmias (alteração no ritmo cardíaco);
* Inflamação das artérias coronárias (que suprem o coração de sangue).
Quando as artérias coronárias são afetadas, podem formar-se pequenas dilatações (aneurismas) que favorecem o aparecimento de coágulos. Estes podem interromper a passagem de sangue pelas coronárias e levar ao infarto do miocárdio. Por isso, o aneurisma
de coronária é a complicação mais temida da doença de Kawasaki. Felizmente, poucas crianças apresentam o problema.

Diagnóstico

Não existem testes laboratoriais específicos para respaldar o diagnóstico, que é basicamente clínico, leva em conta os sinais e sintomas da doença e deve obedecer aos critérios estabelecidos pela American Heart Association. Entretanto, alguns exames de sangue, urina e do coração podem sugerir a manifestação da doença.

Tratamento

O tratamento inicial tem como objetivo reduzir a inflamação e prevenir as complicações. Na maioria dos casos, está indicado o uso do ácido acetilsalicílico e, eventualmente, a administração na veia de uma substância chamada gamaglobulina (proteína que participa do sistema imunológico). Depois dessas primeiras medidas terapêuticas, é preciso investigar se houve complicações cardíacas.

Recomendações

* Procure assistência médica se a criança apresentar febre alta, por mais de 3 dias;
* Mantenha o tratamento prescrito pelo médico, mesmo após a recuperação, se a criança recebeu o diagnóstico de doença de Kawasaki;
* Lembre-se de que o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são fundamentais para evitar as complicações da doença.

Fonte:  Dr. Drauzio Varella

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