sábado, 9 de agosto de 2014

SERÁ O FIM DA DENGUE?

Descoberta substância natural que mata mosquito da dengue

                   Foto: Divulgação/Unesp


Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP) conseguiram um avanço importante ao encontrar uma substância 100% natural que mata o mosquito em estágio de larva e na fase adulta, além de funcionar como repelente.

A descoberta foi feita pelo pesquisador Vinícius Luiz da Silva, em uma parceria entre os laboratórios dos professores Jonas Contiero (Departamento de Bioquímica e Microbiologia) e Cláudio José Von Zuben (Departamento de Zoologia), do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro. O professor Von Zuben estuda há sete anos aspectos da biologia do mosquito para embasar a implantação de estratégias de controle.

O resultado foi obtido através do uso da substância ramnolipídio, um metabólito microbiano oriundo da bactéria Pseudomonas aeruginosa LBI, associada a solos contaminados por petróleo. A bactéria foi encontrada em um terreno onde antes funcionava um posto de combustível pela equipe do professor doutor Jonas Contiero, do Laboratório de Microbiologia Industrial da Unesp, que há 17 anos realiza pesquisas nessa área.

A substância foi testada contra o mosquito da dengue no Laboratório de Entomologia, sob responsabilidade do professor Von Zuben, e obteve-se resultado positivo. O ramnolipídio conseguiu eliminar as larvas do Aedes aegypti e também o mosquito adulto. As larvas ficam submersas na água e precisam subir à superfície para respirar. O que mantém as larvas na superfície é a tensão da água. A substância quebra essa tensão impedindo a respiração das larvas, que morrem. Com relação ao mosquito adulto, a aplicação do produto quebra a cutícula do inseto, ou seja, a parede externa de proteção do corpo, levando-o à morte.

O sucesso nesses dois testes levou os pesquisadores a testar a eficácia do ramnolipídio como repelente. Os testes foram feitos com ratos brancos de laboratório, que foram anestesiados. O animal que teve a substância borrifada no corpo conseguiu repelir o mosquito, enquanto aquele que estava sem o produto foi picado pelo mosquito. Ou seja, a substância comprovou eficácia como bio-detergente, inseticida e repelente.

O professor Von Zuben explica que o produto poderá, no futuro, ser produzido em larga escala para ser utilizado no controle do mosquito da dengue. Porém, para isso, é preciso baratear os custos de produção, que ainda são muito altos. No momento, 10 miligramas da substância custam cerca de R$ 1.500,00. “O grande desafio é continuar os estudos e tentar otimizar a produção, tornando-a mais rápida e mais barata para a exploração comercial”, declara o pesquisador.

Enquanto o novo inseticida não chega ao mercado, a única forma eficiente de controle é a eliminação dos criadouros do mosquito. Ainda mais porque o inseto tem se adaptado ao clima e ao meio e conseguido se reproduzir mesmo em condições adversas, como a falta de chuva e oscilação de temperatura.


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