O avanço do diabetes no mundo é uma verdadeira bomba relógio, de pavio curto, queimando devagar e perigosamente. O número de casos cresce de forma bastante preocupante. Cerca de cinco milhões de pessoas morreram da doença e suas complicações apenas em 2013. E as expectativas não são nada animadoras.
A Federação Internacional de Diabetes estima que mais de 38 milhões de pessoas terão diabetes até 2035 na América Latina. Atualmente, são 24 milhões — o que representa 9% dos adultos do continente.
O Brasil segue a tendência de avanço da doença. Hoje, mais de 13 milhões de brasileiros são diabéticos e as estimativas são de que esse número ultrapasse os 19 milhões até 2030, um crescimento de 58% em um espaço de 20 anos.
Adriano Abreu
Mais de 13 milhões de brasileiros são diabéticos, e as estimativas
são de que esse número ultrapasse os 19 milhões até 2030
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E um dos principais vilões desse avanço todo é o aumento da obesidade no mundo.
De acordo com a endocrinologista Anna Karina Medeiros, muita coisa mudou desde os anos 80 no Brasil, com relação ao diabetes. Naquela década, cerca de 7% da população tinha a doença. Hoje, 12% dos brasileiros na faixa entre 18 e 69 anos são portadores. A partir dos 70 anos, o índice sobe para 20%.
“Um índice bem alto mesmo. E é devido ao advento do aumento da obesidade. As pessoas passaram a comer melhor, começaram a ter hábitos de vida mais sedentários também e com isso o aumento da doença”, comenta a médica.
A doença
Existem dois tipos de diabetes, 1 e 2. O primeiro corresponde de 5% a 10% dos casos. A endócrino o classifica como “uma fatalidade” e diz estar geralmente associado a uma doença autoimune, como lúpus ou fibromialgia, além de acometer mais crianças e adultos jovens. Já o tipo 2 tem um componente genético, além do estilo de vida do portador. “O tipo dois tem correlação muito grande com a obesidade e com sobrepeso. Então, 80% das pessoas com diabetes desse tipo estão acima do peso. Esse diabetes tipo dois que, na verdade, representa 90% dos pacientes com diabetes é que tem essa relação forte com sobrepeso.”
A diabetes é caracterizada pela incapacidade do pâncreas de transformar a glicose — o açúcar em nosso sangue — em energia, por falta de insulina, hormônio produzido pelo órgão. Quando isso acontece, a glicose se acumula na corrente sanguínea, causando a doença.
Os principais sintomas do diabetes tipo 1 e de alguns casos do 2 são sentir muita sede, urinar em excesso e perder peso sem motivo aparente. Já no diabetes mellitus tipo 2, nem sempre as reações citadas se manifestam, principalmente no início da doença. Por isso, é de extrema importância uma avaliação médica para obter um diagnóstico correto e precoce. Cerca de 50% dos portadores não sabem que tem diabetes.
Isaac Ribeiro
Repórter
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