domingo, 24 de agosto de 2014

ANIVERSÁRIO DA ESCOLA DOMÉSTICA - NATAL/RN - PARTE II

Histórias e saudades

Associação

Visando reunir as alunas que passaram pela instituição, a então diretora Noilde Ramalho escreveu em um diário pessoal, ainda em 1945, que desejava criar uma associação, de forma que ao concluir as séries na Escola Doméstica aquelas estudantes continuassem presentes naquele ambiente. A associação foi criada, de acordo com a atual presidente Márcia Marinho, “para que não acabasse o amor pela escola e que trouxesse nossos filhos e netos para cá”. Ela foi aluna da ED entre 1969 e 1973. Apesar da anotação, a associação só foi registrada oficialmente em 1957. Até hoje realiza encontros anuais, tem um grupo na rede social Facebook, com cerca de 2 mil ex-alunas, para mantê-las em contato e na tentativa de resgatar as turmas. “O objetivo é manter viva a associação, respeitando a imagem e memória de Dona Noilde e o legado que deixou para o Brasil e o mundo”, afirma ao lembrar que hoje há ex-alunas da ED em diversos continentes. No site da escola é possível se cadastrar na aba “ex-alunos” para receber notícias do complexo.

Pedro Andrade
Associação de Ex-alunas da ED foi registrada em 1957

Internato

Desde 1914, quando foi criada, a Escola Doméstica teve o internato, até o ano de 2011, quando foi extinto. A estrutura da escola previa que, além dos quatro anos previstos na grade curricular comum para o antigo “colegial”, hoje parte do Ensino Fundamental, havia um quinto ano, interno, quando as alunas tinham aulas práticas de artes, anatomia, cozinha, etiqueta, puericultura e educação doméstica. Até o início dos anos 50 o quinto ano de internato era obrigatório, mas depois passou a ser alternativo. Quando deixou de ser uma obrigação, durante a matrícula era possível escolher entre o internato, semi-internato e o externato. O internato permitia que as alunas deixassem o local aos domingos e recebia principalmente estudantes vindas de outros estados, como Paraíba, Maranhão e Rio de Janeiro. O semi-internato oferecia aulas durante todo o dia, mas as alunas dormiam em casa. Dessa forma permaneceu até o ano de 2011, quando foi oficialmente encerrado e cerca de dez alunas eram internas, vindas de outros estados. Apesar disso, as atividades que diferenciaram a escola continuam sendo oferecidas até os dias de hoje.

Pedro Andrade
Mesmo com o fim do internato em 2011, alunas continuam tendo aulas
como cozinha, etiqueta e educação doméstica

Ex-alunas

Entre as ex-alunas da Escola Doméstica, pelo menos duas estão em atuação na política potiguar. Júlia Arruda e Eleika Bezerra são vereadoras da Câmara Municipal de Natal e lembram suas vivências, em épocas e de formas distintas, nos ambientes da ED.

Pedro Andrade
As vereadoras Eleika Bezerra e Júlia Arruda são ex-alunas da Doméstica

A vereadora e professora Eleika Bezerra conta que entrou na instituição em 1954, um ano após a transferência para o novo prédio, na Hermes da Fonseca. Ela estudou dos 11 aos 15 anos, tendo saído em 1958. “Dizer que foi colega de uma pessoa é uma coisa. Dizer que foi colega na ED é diferente. Havia convivência em todos os momentos, na aula, hora do almoço e na limpeza”, conta.Ela destaca que, apesar de rígida, a disciplina exigida pela direção de Noilde Ramalho foi positiva. “Foi uma exigência que repercutiu na minha formação. Foi por causa de lá que consegui ter um filho sozinha nos Estados Unidos, sem família, apenas com meu marido, assim que casei”, recordou. Apesar de não ter vivido o internato, Júlia Arruda conta que sente certo arrependimento por ter recorrido logo aos estudos voltados para o vestibular. Um histórico familiar influenciou na escolha da instituição onde estudou da 1ª à 8ª série, na década de 1990. “Minha mãe e minhas tias estudaram lá e o que mais me chama a atenção era a disciplina. A roupa precisava estar sempre impecável, eram sempre bem exigentes em relação à aparência”.

Ela também acrescenta a influência da ED no seu comportamento. “Foi lá que aprendi a me portar em sala e com respeito. Foram ensinamentos que ficaram até hoje”, avaliou.

Arquivo Pessoal
Vereadora Eleika Bezerra nos tempos de estudante
Programação

Veja abaixo parte* da programação para comemoração do centenário da Escola Doméstica de Natal:

Quinta, 28 de agosto 

15h - Tarde Cultural com bazar de ex-alunas, relançamento e lançamento de livros no auditório da ED e jardim interno.

Sexta, 29 de agosto

9h - Visita ao prédio antigo da ED, na Praça Augusto Severo, na Ribeira.

Sábado, 30 de agosto

20h – Grande Festa Azul e Branco com orquestra remetendo aos bailes tradicionais da escola em frente à Biblioteca Auta de Souza.

Domingo, 31 de agosto

11h – CarnaED e almoço tradicional das ex-alunas. Expectativa de 1,5 mil pessoas e presença da bateria da Escola de Samba Balanço do Morro, bandas e DJs

Segunda, 1º de setembro

8h - Missa Solene em Ação de Graças pelo centenário da escola na Catedral Metropolitana de Natal
11h – Inauguração do marco comemorativo do centenário da ED na entrada principal da escola
19h – Sessão solene para entrega da medalha Henrique Castriciano e a Grande Festa dos 100 anos com espetáculo “ED nas ondas do rádio” e o Coral a 100 vozes em frente à Escola Doméstica

*A programação completa do centenário da ED está disponível no site http://www.escoladomestica.com.br/



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