Bate-papo - Betinho Rosado (Secretário de Agricultura e Pecuária do RN)
Imagem/Arquivo Blog "naserra" |
O Estado, segundo dados do IBGE, tem um rebanho estimado em 1 milhão de cabeças de gado e produção de 600 mil litros de leite por dia. O programa do leite tem capacidade diária para comprar 150 mil litros, mas só estar recebendo cerca de 100 mil em virtude das dificuldades em que o setor enfrenta. Mesmo com o pagamento em dia, nos últimos 90 dias, os atrasos nos anos anteriores desestimularam criadores, produtores, criando essa defasagem de cerca de 33% na capacidade de entrega do produto ao governo.
Como fazer para, em meio a seca e a esta queda na produção, garantir a recolocação do produto no mercado com competitividade?
Para melhorar o desempenho do rebanho bovino, vamos suspender o regime especial de tributação da carne congelada e resfriada, beneficiada pelo Proadi. Isso vai tornar mais cara a chegada da carne de outros estados e incentivar a produção interna. Além disso, estamos intensificando as ações para abertura de poços para abastecimento de água.
Políticas de desoneração tributária é uma das reivindicações da cadeia leiteira. A isenção do ICMS nos derivados do leite poderá ser adotada?
Não. Não há estudos sobre isso. O governo pode vir a analisar.
O preço hoje pago pelo programa do leite, de R$ 0,80 o litro, é o que regula o mercado e também tem sido questionado...
Veja bem, o Governo vem estudando um aumento nesse valor que deverá ser debatido com a categoria.
Já há um percentual de reajuste definido?
Não. Ainda não chegamos a esse ponto. Mas vale destacar que o valor pago no Rio Grande do Norte, mesmo congelado há três anos, ainda é maior que os praticados em Sergipe (R$ 0,72), Pernambuco (R$ 0,74) e agora que a Paraíba passou para R$ 0,82. Ou seja, é compatível com o mercado. Além de ter a vantagem de pagarmos diretamente ao produtor, ao contrário da Paraíba que repassa às usinas e estas descontam o transporte e previdência rural antes de pagar os produtores.
A pecuária recebeu um outro golpe esta semana, com o anúncio das barreiras de restrição de trânsito de animais para outros Estados, uma vez que não cumpriu as exigências do Ministério da Agricultura para também ser incluído na avaliação e avançar em nível de risco da febre aftosa...
Se você viu a portaria, viu que não é só o Rio Grande do Norte que terá essas limitações.
Mas o Estado ficou de fora da avaliação para avançar para área livre e recebeu as restrições devido a falhas apontadas pelo Ministério no Idiarn. Como o Governo pretende sanar estas deficiências? É possível ser incorporado no inquérito de sorologia ainda este ano?
A auditoria feita no ano passado apontou três falhas nas ações para combate a febre aftosa. A primeira foi a deficiência no cadastro de propriedades, que já está sendo atualizado e deverá ser concluído agora em 15 de maio. Com a conclusão da campanha de vacinação poderemos avaliar melhor o nosso rebanho. Outro ponto foi em relação ao quadro de pessoal. Cinco fiscais pediram para sair causando um déficit de 10% no efetivo de 40 servidores. A governadora já autorizou a convocação de novos técnicos. O último foi a conectividade da comunicação dos postos avançados do interior com a sede em Natal e estamos viabilizando, equipando as unidades para essa integração. Com isso, esperamos ainda no segundo semestre podermos ser incluídos nos exames de sorologia e passar da área de risco médio para área livre de aftosa, com 100% de vacinação.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Sara Vasconcelos - repórter
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