Imagem imperfeita
Areia Preta, assim como Ponta Negra hoje,
sofreu os efeitos do avanço do mar. Mas soluções ficaram pela metade
Arrasada pela força do mar, a praia de Ponta Negra pode se tornar uma nova Areia Preta, que teve três pontilhões de pedra construídos mar-adentro, mas que ainda hoje sofre com problemas frequentes quando a maré sobe: ondas se chocando no calçadão, desabamentos e areia invadindo o asfalto. O principal motivo é a ocupação irregular da faixa de areia. Em Ponta Negra, os efeitos das ressacas maltratam o calçadão da praia mais famosa da capital, afastando turistas e comerciantes - desde a última quinzena o problema se agrava.
Instalação de pontilhões é uma das alternativas estudadas para Ponta Negra. Em Areia Preta, custaram R$ 7 milhões. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
Três alternativas foram cogitadas como as mais viáveis para acabar com a destruição do calçadão: a engorda da praia, que consiste em buscar areia no fundo do mar e colocar na faixa de areia com auxílio de uma draga; construir pontilhões de pedra horizontalizados ou fazer um quebra-mar, medida mais polêmica porque acabaria com as ondas da praia. A segunda hipótese foi aventada como a mais viável pela prefeita Micarla de Sousa (PV), na última terça-feira, embora ela tenha admitido que não há recursos próprios para isso e que a prefeitura só faria reparos pontuais até que a bancada federal do Rio Grande do Norte aprovasse, em Brasília, dois projetos em prol da recuperação em toda a orla da capital, incluídos no Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
Alternativas
O geólogo Eugênio Cunha avaliou as alternativas apontadas como solução para Ponta Negra. Segundo relatou ao DN, "a engorda da praia é óbvia. Paulatinamente Ponta Negra perde areia e o material que chega não é suficiente para repor a faixa de praia. A engorda dará estabilidade à região", disse ele. A segunda medida é para garantir que o aterramento não seja feito em vão. Dai começa o problema porque ou se faz um quebra-mar (parede de pedras), como a natural que existe na Praia do Meio - o que inviabiliza ondas -, ou os pontilhões de pedra.
A enseada de Ponta Negra, que também inclui a Via Costeira, é muito grande. Tem quase oito quilômetros, entre o Morro do Careca e Mãe Luiza. É o horizonte que pode ser atingido por alguma medida tomada de forma imediata. É diferente do que no caso de Areia Preta, que tem uma faixa menor de praia, entre Mãe Luíza e a Ponta do Morcego. "Seja para o que for feito, é preciso um amplo estudo. Bem feitas, obras assim não causam nenhum impacto. Sabemos que os problemas em Areia Preta, Ponta Negra e até mesmo na Redinha Nova ocorrem por causa da ocupação irregular da região. As pessoas não poderiam ter construído nada naquela faixa mais próxima da praia".
Fonte: DiariodeNatal
Nenhum comentário:
Postar um comentário