sábado, 26 de maio de 2012

PROGRAMA REDE CEGONHA


RN registra aumento de casos


Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde mostram que entre os anos de 2010 e 2011 (primeiro ano de funcionamento do programa Rede Cegonha) os números de mortes maternas no Rio Grande do Norte subiram, ao contrário dos dados gerais do Brasil, que registram queda recorde de 21%. Segundo a vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do RN, Maria do Carmo Lopes de Melo, em 2010 foram registrados 35 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos, quando no ano seguinte houve aumento para 65/100 mil. Ela atribui este aumento no Estado ao maior controle de investigação dos casos.

Adriano AbreuRede Cegonha observa também as condições de serviço oferecidas para os recém-nascidosRede Cegonha observa também as condições de serviço oferecidas para os recém-nascidos

Apesar desse maior controle apontado pela Sogorn, Maria do Carmo afirma que os municípios devem aderir ao programa Rede Cegonha para receber incentivos do Estado. As Prefeituras tiveram até o último dia 5 de maio para apresentarem projetos mostrando a destinação que iriam dar aos recursos para combater o problema. No Rio Grande do Norte apenas dois municípios - Tenente Laurentino Cruz e Santana do Seridó - tiveram seus projetos aprovados e receberam os recursos. No Brasil, 59 municípios de nove Estados aderiram à Rede Cegonha.

Nos dados gerais do Brasil verifica-se uma queda recorde nos números de mortes maternas em 2011, segundo o Ministério da Saúde. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas causas.

A Rede Cegonha foi lançada em março de 2011 e já atende mais de 1.800 municípios do país. Destinando investimentos federais R$ 2,5 bilhões para qualificar a  assistência à mulher e ao bebê. Com pouco mais de um ano, a iniciativa já atende 36% das gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as melhorias, o avanço no acesso das mulheres às consultas de pré-natal - em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no mínimo sete consultas pré-natais.

"Essa conquista é muito importante para o país, mas o desafio ainda existe. Nosso esforço é para impedir mortes maternas evitáveis, em parceria entre o governo federal, os estados e os municípios. A Rede Cegonha é uma importante aliada da mulher, pois oferece cuidados integrais à saúde da mulher e da criança", destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a apresentação dos dados, ontem (25), em videoconferência do Ministério da Saúde com as Secretarias Estaduais de saúde.


ESTRATÉGIA

A Rede Cegonha busca assegurar e prevê a expansão e qualificação de maternidades; leitos; Centros de Parto Normal; Casas da Gestante, do Bebê e Puérpera; o direito ao acompanhante no parto; exames de pré-natal; planejamento familiar, acompanhamento das crianças até os 2 anos de idade, entre outras ações. Todos os estados aderiram à Rede.

REDE TEM QUE ASSEGURAR DIREITOS


A coordenadora estadual de  Planejamento e Controle de Serviços de Saúde, Terezinha Rego, explicou que  a Rede Cegonha consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

"É preciso definir as unidades que irão realizar o pré-natal de baixo risco e associar à unidade hospitalar/maternidade que irão realizar o parto", afirmou Terezinha Rego, para estimar que 15% das mulheres gestantes de alto risco necessitam de cuidados especiais: "As mulheres têm que ter como referência uma unidade hospitalar/maternidade que disponha de leitos de UTI adulto e neonatal".

"O Plano de Ação consiste no registro das atividades estratégicas, suas metas qualitativas e quantitativas com as respectivas programações física e financeira, de acordo com as ações descritas na portaria do  Ministério da Saúde", disse ela.

Além disso, ela afirmou que "é  fundamental a suficiência de leitos obstétricos e neonatais de acordo com as necessidades regionais, acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno, vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto".

Para ela, também é importante a realização de "acolhimento com classificação de risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal e acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento".



Fonte:   Jornal  Tribuna do Norte

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