quinta-feira, 24 de maio de 2012

NATAL/RN: CHUVAS E ALAGAMENTOS

O transtorno de sempre
 
Chuva em Natal repete irritante cenário para o cidadão dos mesmos alagamentos pela cidade

A cidade de Natal enfrentou durante praticamente a manhã inteira de ontem uma forte chuva. Mas mais previsível do que a ocorrência de chuvas fortes na capital - apesar do RN viver a pior seca dos últimos 30 anos - é encontrar certos pontos de alagamentos clássicos nas ruas da capital potiguar. Entre eles, verdadeiras lagoas nas avenidas Engenheiro Roberto Freire, Integração, Moema Tinoco e em diversas outras vias nos bairros principalmente de periferia. O coordenador de Defesa Civil do município, Iramar Matos, afirma que as áreas alagadas foram notificadas e que um relatório sobre elas será enviado a outros órgãos da prefeitura para que sejam tomadas as medidas necessárias. O meteorologista Gilmar Bistrot, da Empresa de Pesquisa Agrária do Rio Grande do Norte (Emparn), avisa que as chuvas devem durar até o final de semana, porém, mais fracas.

Uma verdadeira lagoa se formou na Avenida Roberto Freire, em Capim Macio, dando trabalho a quem passava pelo local e deixando o trânsito lento. Chuvas trouxeram prejuízos aos natalenses. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press
De acordo com Gilmar Bistrot, entre a madrugada e a manhã de ontem foi registrada pela Emparn uma precipitação de 60 mm. Dessa forma, a chuva que caiu entre a meia-noite e o meio-dia de ontem foi considerada entre moderada e forte. O meteorologista explica que a precipitação foi causada por instabilidades no oceano Atlântico que foram trazidas ao continente e encontraram condições de tempo favoráveis relativas a umidade e ventos fracos. "Nesse tipo de sistema é mais comum ocorrer fortes chuvas dentro de 12 horas". Ele acredita que o tempo chuvoso deva perdurar por mais 48 horas, no entanto com pancadas de chuvas mais fracas.

E bastou esse volume para que vários pontos da cidade apresentassem alagamentos. Na Avenida Engenheiro Roberto Freire, em Capim Macio, próximo à Universidade Potiguar (UnP), um bueiro entupido fez com que se formasse uma lagoa na pista, no sentido Centro - Ponta Negra. Os veículos passavam com água acima dos pneus e apenas pela faixa da esquerda. Poucos se arriscavam trafegar pelas demais faixas nesse trecho, principalmente ônibus e caminhões. O condutor de um Citroen C3 tentou passar pela faixa do meio e o carro acabou ficando dentro da lagoa. O trânsito ficou lento no local durante toda a manhã.

O corretor Vinícios Jales, que trabalha em uma locadora de veículos bem em frente a esse trecho, reclama que o problema persiste há mais de dois anos. Quando ocorre, o dia de trabalho é praticamente perdido, pois os clientes não se arriscam a chegar à loja. Ele explica que o bueiro acaba recebendo água das chuvas juntamente com areia, entupindo sempre que há uma forte precipitação. A funcionária de uma loja de suplementos alimentares, Juliane Bezerra, que também fica próxima ao trecho, reclama ainda do mau cheiro que exala do esgoto. "A água não tem para onde escoar e fica assim. E o mau cheiro é tanto que ninguém aguenta ficar dentro da loja".

Ironia: um trecho de 500 metros da Avenida Barragem Armando Ribeiro Gonçalves foi tomado pelas águas no conjunto Brasil Novo, na Zona Norte
A Avenida da Integração, em Candelária, também apresentou alagamento em frente à lagoa de captação que existe nas proximidades da BR-101. Formou-se pela manhã um pequeno filete de água nos dois sentidos da via, forçando aos motoristas a passar com cuidado. Na Moema Tinoco, no conjunto Pajuçara, no trecho próximo ao cemitério público do bairro, o acúmulo de água tomou toda a pista. Mesmo assim, os carros se arriscavam a passar pelo local com a água no nível dos pneus.

No conjunto Brasil Novo, um trecho de cerca de 500 m da Av. Barragem Armando Ribeiro Gonçalves ficou inundado e a água invadiu casas e estabelecimentos comerciais. A moradora Silvia Neves reclama que sempre que chove forte o local fica alagado. "E além da água invadindo as casas, os ônibus param de passar por aqui". No bairro Nordeste, a Av. Felizardo Moura praticamente se transformou numa corredeira com o volume de água descendo até a comunidade do Mosquito, obrigando aos condutores a dirigir devagar. Quando os ônibus passavam junto ao canteiro central, formava-se verdadeiras ondas que "engoliam" os veículos que passavam no sentido contrário.

E a previsão para novas chuvas deixou preocupada a dona de casa Celiane Patrícia, moradora do conjunto José Sarney. Ela mora na Travessa Votuporanga há dois anos e afirma que a água das chuvas costuma invadir sua casa, que fica próxima a uma lagoa de captação que está sendo construída. "A gente fica com medo, mas não pode fazer nada, pois não temos para onde ir".

Ela afirma já ter perdido móveis, pertences pessoais e eletrodomésticos em anos anteriores.

Maiores chuvas

Maxaranguape (Particular) - 79,5
Senador Georgino Avelino (Particular) - 74,1
Baia Formosa (Prefeitura) - 66,4
Natal - 59,8
Nísia Floresta (Particular) - 57,3
Canguaretama (Emater/Barra de Cunhau) - 47,6
Baia Formosa (Destilaria Vale Verde) - 44,5

Agreste potiguar
Monte Alegre (Emater) - 26,0
Santa Maria (Sind.trab.rurais) - 10,0
Vera Cruz (Emater) - 9,7
Jandaira (Sind Trab (ex-particular) - 8,3
Várzea (Prefeitura) - 8,1


Oeste potiguar
Venha Ver (Emater) - 76,0
Riacho da Cruz (Emater) - 9,0
Jucurutu (Emater) - 4,0
Olho d'água Dos Borges (Particular) - 4,0


Central potiguar
Jardim de Angicos (Emater) - 2,7
Santana do Seridó(Emater) - 0,9 
 
 
Fonte:   diariodenatal(caderno CIDADES)
Via   DNonline

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