Documento lista negócios e responsabiliza 28 pessoas, entre diretores, ex-diretores, empresários e executivos do mercado financeiro
Foto: Flávio Neves / Agencia RBS |
A Polícia Federal descobriu um rombo de R$ 5 bilhões no Postalis, o Instituto de Seguridade dos Correios, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo. O valor é resultado de análise de investimentos feitos nos últimos quatro anos. O relatório aponta mau uso das contribuições dos servidores dos Correios e foi entregue em 15 de dezembro à Justiça Federal no Rio.
Ainda conforme a reportagem, o documento lista os negócios e responsabiliza 28 pessoas, entre diretores e ex-diretores do Postalis, empresários e executivos do mercado financeiro. A PF aponta indícios de gestão temerária, crimes contra o sistema financeiro e organização criminosa.
O Postalis é um dos maiores fundos de pensão do país, junto com Petros, da Petrobras, e Previ, do Banco do Brasil.
Os negócios suspeitos aconteceram, de acordo com a PF, na administração de Alexej Predtechensky, conhecido como Russo, e na atual gestão de Antônio Carlos Conquista. Predtechensky foi indicado pelo PMDB, e Conquista, pelo PT. Apesar das suspeitas, o jornal informa que não se comprovou até o momento se dinheiro do Postalis foi parar nas mãos de políticos dos dois partidos. A partir de depoimentos e análises de documentos, a PF concluiu que os dois gestores tinham conhecimento sobre a aplicação "temerária" dos recursos do Postalis.
Entre os grupos contratados para gerir as aplicações do Postalis e indicar o que seria o melhor investimento estão o banco BNY Mellon e a Risk Office, apontada como a maior gestora de riscos da América Latina. Os investigadores identificaram "conflito de interesses", já que os executivos dos gestores de aplicação do fundo atuavam tanto no Postalis como em alguns planos adquiridos.
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