domingo, 10 de janeiro de 2016

FIQUE POR DENTRO

Como age o zika vírus?

Pesquisadores estão usando células-tronco e animais, como camundongos e macacos, para tentar entender como o vírus zika afeta as células nervosas do cérebro humano. Os experimentos estão sendo feitos por uma rede de estudiosos, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A coordenação é do professor Paolo Marinho de Andrade Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP). “Tentamos entender o que está acontecendo no cérebro. Estamos usando modelos com camundongos e um modelo humano de microencéfalo, que são células-tronco modificadas, reprogramadas em laboratório, em uma condição na qual elas se desenvolvem tridimensionalmente em uma estrutura parecida com um microencéfalo”, disse o professor.

As estruturas feitas a partir das células-tronco são infectadas pelo vírus zika e, então, analisadas. Nos experimentos também estão sendo infectadas células de origem nervosa de insetos e de macacos. “Estamos começando a analisar o que que o vírus faz”, disse. Outro importante objetivo do grupo é desenvolver um teste rápido para a identificação da doença.

Dados do Ministério da Saúde mostram que já foram notificados 3.174 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika em recém-nascidos no País. O Rio Grande do Norte apresenta 169 ocorrências, sendo 11 óbitos, em 46 municípios. As informações são referentes aos dados até o dia 02 de janeiro e pela primeira vez, está sendo investigado um caso no Estado do Amazonas.

Arquivo TN
Apesar da vacina contra os sorotipos 1, 2, 3 e 4 da dengue,
há necessidade de combate aos focos do 
mosquito Aedes aegypti

As notificações estão distribuídas em 684 municípios de 21 unidades da federação. Também estão em investigação 38 óbitos de bebês com microcefalia, possivelmente relacionados ao vírus zika.

Apoio

O grupo de pesquisadores brasileiros recebeu, nesta semana, o auxílio de estudiosos do Instituto Pasteur, de Dakar, no Senegal, que também desenvolvem testes rápidos para a detecção do zika. “Eles têm alguns testes que estão, inclusive, bem desenvolvidos. O problema é que, mesmo os testes que eles trouxeram para cá e que estamos usando, só podem ser usados em um contexto de pesquisa. Não existe produção suficiente para se disponibilizar os testes para a população, em geral.”

Segundo Zanotto, depois que os testes rápidos forem validados em laboratório, serão disponibilizados para o Instituto Butantan, que os desenvolverá em grande escala. “É importante fazer primeiro a validação em laboratório e depois passar a tecnologia para o Butantan. Aí eles fazem o que se chama scale up [aumento de escala]. Durante a pesquisa básica, a gente não está em ponto de fazer isso ainda.”

Em dezembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta reconhecendo a relação entre o aumento dos casos do vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré no Brasil.

Zanotto explicou que o Zika é um agente que infecta principalmente animais, como macacos e mosquitos, mas pode ser transmitido para humanos. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue da febre chikungunya.


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