quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ACIDENTE EM NAVIO-PLATAFORMA NO ESPÍRITO SANTO

Explosão mata três em plataforma

Rio (AE) - Apenas três dias após Aldemir Bendine assumir a cadeira de presidente da Petrobras, uma explosão na casa de bombas do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, na Bacia do Espírito Santo, deixou ao menos três mortos, seis desaparecidos e dez trabalhadores feridos. É o mais grave acidente em uma plataforma da companhia desde março de 2001, quando três explosões sucessivas em tanques de óleo da plataforma P-36, no Campo de Roncador, no litoral norte fluminense, mataram 11 pessoas e acabaram levando a estrutura ao fundo do mar.

Marco Antônio Teixeira
Acidente que matou onze petroleiros e provocou afundamento da P-36, 
em 2001, foi o segundo mais grave da Petrobras
O acidente ocorreu por volta das 12h50 de ontem, mas apenas às 18h a Petrobras divulgou uma nota oficial confirmando a explosão e os óbitos, sem mencionar suas possíveis causas. Após um dia todo de informações desencontradas a empresa informou que 74 trabalhadores estavam embarcados na hora do acidente. 

Surpreendida pela notícia em meio a uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a presidente Dilma Rousseff ligou para Bendine pedindo explicações. O presidente da estatal passou números e explicou que o navio pertence a uma empresa privada, a BW Offshore. “A presidente Dilma lamentou a perda de vidas e, em nome do governo, eu quero prestar as condolências aos familiares das vítimas. Também peço a Deus que os feridos tenham pronto restabelecimento”, disse o ministro.

Os feridos foram levados para Vitória, dois deles com queimaduras graves e oito vítimas de trauma, segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo. Os pacientes foram encaminhados para o Hospital Metropolitano e o Vitória Apart Hospital. O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) afirmou que quatro feridos estavam em estado grave.

Construído em 1988, o navio-plataforma é operado pela norueguesa BW Offshore e afretado pela Petrobras desde 2009 para a produção de óleo e gás na camada pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a 120 km da costa do Espírito Santo. Em comunicado, a Petrobras afirmou que a BW está prestando assistência aos funcionários e familiares, com apoio da estatal.

A Capitania dos Portos do Espírito Santos decidiu abrir inquérito para apurar as causas e responsabilidades na explosão. O prazo para a conclusão das investigações é de 90 dias. O Sindipetro-ES diz que o acidente foi causado por um vazamento de gás na praça de máquinas da casa de bombas da plataforma, onde estariam os seis desaparecidos, uma vez que o local ficou sem acesso depois que as escadas ficaram comprometidas pela explosão. De acordo com o sindicato, bombeiros estariam incumbidos de realizar o resgate. 

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi informada pela Petrobras sobre o acidente uma hora depois. O órgão descartou o vazamento de óleo e garantiu que a plataforma está estabilizada. Duas equipes foram selecionadas pela ANP para investigar o caso. Uma delas ficará dentro da sala de crise da Petrobras, no Rio de Janeiro. A outra permanecerá embarcada na plataforma no Espírito Santo.

Segundo a ANP, a plataforma recebeu declaração de conformidade da Marinha em 2015 e uma atualização de sua documentação marítima foi feita em setembro do ano passado. A diretora de Segurança, Meio Ambiente e Saúde do Sindipetro-ES, Mirta de Souza Chieppe, disse que a plataforma “vinha operando normalmente”.

Ontem, a Gazeta Online, de Vitória, divulgou os nomes dos feridos. Renata Beça, Eduardo Campos, Raimundo José Dantas, Diego Chaves Leite, Danilo Martins Cruz, e um homem conhecido como Bernardes, um filipino, que está em estado grave. Até as 22 horas não havia notícia sobre os nomes dos mortos e desaparecidos. 

Marinha faz operação para resgatar sobreviventes

Rio (AE) - No fim da tarde de ontem, 31 pessoas permaneciam a bordo do navio-plataforma e 33 haviam sido desembarcadas. A Marinha deslocou um navio e duas aeronaves para a área do acidente, “com a prioridade inicial de realizar a evacuação de pessoal e remover as vítimas para os hospitais da Grande Vitória”. Um plano de contingência foi acionado pela Infraero às 13h50 no Aeroporto de Vitória. Uma área foi reservada para pousos e decolagens de helicópteros e o trânsito de ambulâncias na região foi facilitado.

De acordo com a Petrobras, as operações da plataforma foram interrompidas. A produção da unidade era de 2,250 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, bem abaixo de sua capacidade de 10 milhões de metros cúbicos, o que reduz o risco de sobrecarga. 

A concessão de Camarupim é operada pela Petrobras (100%) e a de Camarupim Norte é uma parceria entre a estatal (65%) e a empresa Ouro Preto Energia (35%), de propriedade do ex-diretor da estatal Rodolfo Landim.


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