sexta-feira, 30 de março de 2012

GREVE NA EDUCAÇÃO MUNICIPAL EM NATAL/RN

Município sem aulas por tempo indeterminado



Os professores da rede municipal de Educação de Natal estão em greve por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleia, realizada na Assem, ontem pela manhã. Hoje, os professores voltam à sala de aula apenas para informar alunos e pais os motivos da greve, que deixará 56 mil alunos sem aulas. O município tem 74 escolas e 71 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis).


Frankie MarconeNa assembleia, professores foram quase unânimes no voto pela greve sem data para retornoNa assembleia, professores foram quase unânimes no voto pela greve sem data para retorno

Ontem pela manhã, devido à assembleia, as aulas na rede municipal foram suspensas. Os professores querem a implantação  do piso nacional, o que implica num reajuste de 22,22%. A proposta da Secretaria Municipal de Educação era de reajuste de 10% sobre os salários atuais. O percentual seria pago em três parcelas, de 3,2%, cumulativos, com a primeira aplicada na folha deste mês.

"Nós consideramos que houve uma quebra de acordo, uma ruptura", disse o titular da pasta, Walter Fonseca, "e, por isso, já mandei tirar da folha de março a primeira parcela do reajuste". O secretário anunciou que  vai pedir  a ilegalidade da paralisação. "Aguardo apenas a oficialização da greve, por parte do Sinte, para encaminhar pedido de judicialização à Procuradoria Geral do Município", afirmou.

Fonseca disse que, em dezembro do ano passado, a secretaria tomou a iniciativa de buscar o sindicato. "Procuramos nos antecipar para dialogar e estabelecer uma proposta que fosse viável para as duas partes e estávamos avançando. Agora cessou o diálogo", afirmou Fonseca. "Se sem greve não conseguimos fechar o acordo, imagine com greve", arrematou.

Segundo Fonseca, os professores com carga horária de 40 horas já percebem salários 83% acima do piso nacional, que é de R$ 1.451,00. "Na verdade, os professores com 20 horas deveriam receber em torno de R$ 700,00 e, no município de Natal, não há nenhum um só professor que ganhe menos de R$ 1.200,00", afirmou o secretário.

Na assembléia de ontem, temendo exatamente o retrocesso na negociação, a coordenadora do Sinte/RN, Fátima Cardoso, absteve-se, no momento da votação. "Não estou em cima do muro, apenas estou defendendo os interesses da categoria, que vai ser prejudicada. As conquistas que já tivemos serão retiradas da mesa de negociação", afirmou, após a votação. Além da proposta de 10%, a SME tinha garantido o enquadramento dos educadores infantis, já na folha de abril.

Esse enquadramento resultaria num  aumento de 20% sobre os atuais salários. Outras reivindicações da categoria como a eleição direta nos CMEI's, a redução do número de alunos em sala de aula e o aumento do número de professores auxiliares estavam praticamente acordadas. "Mas a categoria é única. Vamos à luta pra trazer todas essas conquistas", acrescentou.

Ontem, o Sinte enviaria documento ao titular da SME oficializando a greve e solicitando audiência para negociação. Por enquanto, a SME, segundo Fonseca, não cogita o corte de ponto dos educadores. Ele lamentou que, no momento, em que "a secretaria faz um mutirão para manter as escolas em bom funcionamento", os professores entrem em greve.

Questionada sobre o prejuízo aos alunos, Fátima Cardoso disse que "os alunos já estão prejudicados, pela deficiência das escolas". Segundo ela, o ano letivo começou tumultuado com falta de professores, de merenda escolar, materiais de expediente e didático. "Esse trato que a gestão tem dado à educação tem causado muita insatisfação dentro da categoria", disse ela. Ela deixou claro que a categoria não está dividida. Ontem, praticamente a unanimidade dos professores  aprovaram a paralisação.


Fonte:  Tribuna do Norte

Um comentário:

  1. SOCIEDADE DE NATAL FIQUEM ATENTO QUE MESMO SEM GREVE NAO TEMOS BONS SERVIÇOOS, E NAO E POR FALTA DE PAGAMENTO OU SALARIO ATRASADO, MA VONTADE E PREGUISSA DE MUITOS FUNCIONARIS.

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