Infectologista afirma que não adianta utilizar soluções imediatas e que este é um conjunto de obrigações com a natureza e a sociedade, negligenciadas, que se acumularam em 500 anos
Diretor da Fiocruz informa que brasileiros terão que
se preparar para enfrentar um problema maior do que se imagina
Creative Commons/John Tann
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Em 2016, o número de infectados com chikungunya teve um aumento significativo em relação ao ano anterior, saltando de 650 municípios notificados para 2.250 só até setembro deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde. No entanto, se a esperança era de que esses números caíssem em 2017, o diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul, o médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, aponta para uma situação contrária.
Uma análise foi realizada para o blog do Centro de Estudos Estratégicos-Fiocruz, explica que a doença será um desafio dos gestores em nível, municipal, estadual e federal. De acordo com o infectologista, os brasileiros terão que se preparar para enfrentar um problema maior do que se imagina no próximo verão. Questionando as soluções, o profissional explica que as medidas imediatas não resolvem a questão e trazem mais danos à saúde e meio ambiente, como é o caso dos inseticidas utilizados em pulverizações.
Apesar das tentativas de evitar a proliferação da doença, os dados apresentados indicam que o número só cresce. Em 2015, durante todo o ano, foram notificados cerca de 38 mil casos de chikungunya no país. Já em 2016, somente até setembro, foram 215 mil casos. Diante disso, o infectologista explica que os desafios estão focados em conquistar recursos e infraestrutura para as pesquisas em andamento, início de outras e parcerias com instituições do exterior, a fim de conquistar mais conhecimento e formas de erradicar a doença.
Surtos da doença
O médico indica que a tendência é as localidades que tiveram epidemia de zika entre 2014 e 2015 não terem grandes epidemias no próximo verão. Isto porque esses surtos criam uma barreira de pessoas com anticorpos ao vírus. Portanto, é possível que nesses locais não haja epidemias como as anteriores. No entanto, a maior preocupação é em relação aos locais onde os surtos foram mais amenos de zika e chikungunya.
Por
Naiane Nascimento
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