quarta-feira, 15 de outubro de 2014

POLITICA 2014

Hermano Morais afirma que peemedebistas vão abandonar Dilma e votar em Aécio Neves
Deputado do PMDB confirma insatisfação de colegas com petistas e revela tendência em voto no PSDB



A insatisfação com o PT, sobretudo com lideranças que atuam em favor da campanha do candidato do PSD a governador, Robinson Faria, está levando peemedebistas a apoiarem a candidatura de Aécio Neves (PSDB) a presidente da República. A informação foi dada hoje pelo deputado estadual reeleito Hermano Morais (PMDB).

“Isso reflete no sentimento das pessoas que no primeiro turno já foram surpreendidas nas propagandas eleitorais e que agora no segundo turno têm demonstrado interesse em votar no candidato Aécio”, disse peemedebista, durante entrevista ao Jornal da Cidade, da FM 94.

Hermano negou que o PMDB romperá com Dilma Rousseff (PT) e declarará apoio a Aécio Neves (PSDB) no Rio Grande do Norte. Segundo ele, isso não acontecerá porque o candidato do PMDB, Henrique Alves, atual presidente da Câmara dos Deputados, “já tem demonstrado a sua correção e também a sua fidelidade”.

Segundo Hermano, o projeto nacional do PMDB pesa, uma vez que indica o atual vice-presidente da República, Michel Temer, como companheiro de chapa da presidente Dilma Rousseff (PT). “É um projeto nacional do PMDB que tem como candidato a vice Michel Temer, candidato da presidente Dilma”.

Entretanto, Hermano salienta que a insatisfação nas hostes peemedebistas se deve à atuação contra a candidatura de Henrique da parte de líderes do PT. No primeiro turno, os petistas do Rio Grande do Norte atuaram fortemente em favor da candidatura de Robinson ao governo. A aliança do PT no Estado foi com o PSD de Robinson Faria. Isso se deveu ao fato de que o PMDB rejeitou a aliança com o PT. Primeiramente descartando a candidatura de Fátima Bezerra ao Senado. Depois, descartando aliança com o próprio partido, preferindo se aliar a legendas como o DEM do senador José Agripino Maia e o próprio PSDB de Aécio Neves.

Ao justificar a não aliança com o PT no RN, Henrique disse a Lula e a Dilma e a Ruy Falcão, presidente nacional do PT, que os empresários do Rio Grande do Norte rejeitaram apoiar a deputada Fátima para o Senado. Na época, segmentos politicamente influentes do empresariado potiguar haviam se reunido em torno da indicação do ex-presidente da Federação das Indústrias (FIERN) Flavio Azevedo, com o objetivo de indicá-lo primeiro suplente da então pré-candidata ao Senado Wilma de Faria (PSB).

Neste sentido, o PMDB acatou a orientação dos empresários, dispensando a candidatura de Fátima ao Senado e do PT, apoiando a candidatura de Wilma de Faria para o Senado, o que terminou não sendo exitoso, devido à derrota de Wilma para a própria Fátima, que teve o apoio de Robinson Faria. Em função disso, o PT se engajou na campanha de Robinson. Inclusive, trazendo a participação do ex-presidente Lula na campanha do pessedista.

Neste sentido, setores do PMDB local poderão dar o troco, votando em Aécio Neves. Hermano mesmo disse hoje na Rádio Cidade que a votação de Aécio deverá ser bem maior no Rio Grande do Norte, no comparativo com o primeiro turno.

“PMDB e aliados estão unidos em torno de Henrique”

Sobre a campanha de Henrique, Hermano disse que o PMDB está forte e unido, assim como os partidos e líderes aliados. Hermano rechaçou declarações do deputado estadual reeleito Fernando Mineiro (PT), que disse que apoiadores do presidente da Câmara dos Deputados estariam migrando para a campanha de Robinson Faria (PSD) no segundo turno.

“De forma alguma. O deputado Fernando Mineiro tem todo o direito de ter a sua opinião. Mas não corresponde à verdade. O nosso candidato teve mais de 80 mil votos (na verdade, pouco mais de 78 mil) de maioria sobre o segundo colocado, e por muito pouco não se elegeu no primeiro turno. Henrique está firme e forte. O PMDB está unido, como os outros partidos”, declarou Hermano, ao ser instado a falar sobre as declarações de Mineiro. Segundo Hermano, “uma ou outra defecção é natural, como também existe o movimento contrário”, ou seja, “apoiadores que resolveram no primeiro turno apoiar o candidato adversário (Robinson) e nesse segundo turno estão apoiando o deputado Henrique”, disse, citando como exemplo o município de “Felipe Guerra e outros do Estado”.

Terceiro deputado estadual mais votado nessas eleições para a Assembleia Legislativa, com 60.813 votos, Hermano sustenta que nesse segundo turno o eleitor vai decidir a eleição assistindo aos debates e refletindo sobre o melhor para o Estado. “Esse voto não vai ser um voto da emoção. Tem que ser o voto da razão. Quem é o melhor para o Estado, aquele que poderá angariar os melhores apoios junto ao governo federal”, declarou.

Hermano disse que a coligação de Henrique aguardava vencer no primeiro turno, mas a votação estupenda de Robério Paulino (PSOL) provocou o segundo turno. Além disso, parabenizou o candidato Robinson pela expressiva votação. “A escolha democrática do povo do Rio Grande do Norte garantiu uma boa votação ao professor Robério, que terminou sendo uma peça fundamental na remessa para o segundo turno da decisão final do pleito estadual. Tivemos o nosso candidato Henrique Alves muito próximo da eleição no primeiro turno, pouco mais de dois pontos o separaram da vitória no primeiro turno. Devemos também elogiar o desempenho do segundo colocado, o ex-deputado e hoje vice-governador do Estado Robinson Faria”, disse.

Hermano frisou ainda o número bastante acentuado de votos brancos e nulos e também a ausência de muitos eleitores, devido ao feriadão que abrangeu o domingo de votação. “Esperamos que haja um melhor comparecimento nas urnas no dia 26 e que o povo no Rio Grande do Norte livremente escolha pensando no futuro deste Estado, que passa por uma fase muito difícil, uma fase de estagnação econômica, uma fase onde os serviços mais essenciais não têm funcionado a contento. Eu acredito que o candidato do nosso partido, sem nenhum demérito ao candidato adversário, reúne as melhores condições de governar o Rio Grande do Norte nos próximos quatro anos”, afirmou.

“Henrique está tranquilo quanto a denúncias da Petrobras”

Com o escândalo da Petrobras ganhando cada dia maior dimensão no país, e tendo o atual presidente da Câmara dos Deputados e candidato a governador do Rio Grande do Norte, Henrique Alves, sido citado pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa em delação premiada como um dos beneficiários do suposto esquema, Hermano Morais disse que a campanha de Henrique e o próprio candidato estão tranquilos em relação a isso. Ele diz que Henrique esperar a elucidação total do caso.

“De forma alguma (temos receio). O nosso candidato está absolutamente tranquilo”, disse Hermano, que teve oportunidade, segundo ele, logo que saíram as denúncias, de conversar com Henrique sobre o tema.

“É bom que seja apurado com toda a austeridade”, disse Hermano, justificando a citação ao nome de Henrique dada posição que o candidato a governador ocupa de presidente de um dos poderes da República.

“O nosso candidato é sempre lembrado pela posição que ocupa: a presidência da Câmara Federal, terceira maior autoridade em sucessão neste país. Além disso, é natural, como líder que é de um partido, do PMDB, o maior partido deste país, que seja lembrado. Com relação a esse assunto, Henrique se sente muito tranquilo, muito à vontade, inclusive desejando que tudo isso seja esclarecido”.

WILMA

Sobre a derrota da candidata da coligação ao Senado, Wilma de Faria (PSB), Hermano negou boatos de que o PMDB cruzou os braços. “De forma nenhuma. O PMDB, como toda a aliança, trabalhou em prol da sua candidatura, da sua eleição. Infelizmente, o resultado foi adverso e foi eleita a deputada federal Fátima Bezerra, que nós reconhecemos como uma deputada atuante e teve todo o apoio do governo federal e tem os seus méritos como deputada e saiu eleita das unas com uma escolha democrática do povo do Rio Grande do Norte”.

Segundo Hermano, o contrário disto é intriga dos adversários. Ele disse que prefeitos do PMDB votaram em Fátima por gratidão e reciprocidade eleitoral. “Mas a orientação do partido foi muito clara: em sua imensa maioria apoiou, mas não conseguimos eleger a governadora Wilma de Faria, que merece o nosso respeito e a nossa consideração”.


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