quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O VÍRUS DO HIV NO CARNAVAL

Transmissão do vírus HIV no Carnaval pode crescer cerca de 30%


aids_campanhaAmanhã, 17, será iniciada a maior festa popular do Brasil, o Carnaval, evento que mobiliza todo o país durante cinco dias ininterruptos de festa. E junto com a animação do folião a quantidade de relações sexuais praticadas sem o uso do preservativo, o que pode provocar, de acordo com estimativas do infectologista Alfredo Passalacqua, um aumento entre 25% e 30% nos casos de transmissão do vírus HIV nesse período. "Não são números oficiais, mas que há um incremento na disseminação do vírus, há", destaca.
De acordo com Alfredo Passalacqua, a não-utilização do preservativo na maioria das relações sexuais ocorridas durante o período momesco está diretamente associada ao crescimento do consumo de álcool, das drogas lícitas e ilícitas pela população nos dias de folia. "Em todo o Brasil, haverá um aumento na quantidade de relações ocorridas sem o preservativo, o que consequentemente amplia a possibilidade de transmissão da Aids", enfatiza.
O infectologista destaca que para que essa situação seja minimizada é necessário que haja uma maior conscientização das pessoas em relação à doença, e uma campanha intensa de combate ao consumo do álcool. "É preciso adotar uma política de tolerância zero de uso do álcool, e também alertar as pessoas quanto à importância da conscientização. Hoje, a Aids está banalizada, há uma indiferença em relação à doença. As pessoas encontram um parceiro, que está aparentemente saudável, e não toma os devidos cuidados, mas o vírus HIV é lento, pode demorar até 12 anos para se manifestar", explica.
Alfredo Passalacqua acrescenta que, para evitar que o percentual de contaminação cresça, não somente no Carnaval, mas de forma geral, é importante que seja realizado um trabalho de conscientização junto com as crianças. "Esse projeto precisa ser desenvolvido em nível de escola, na infância, já que na população adulta isso se torna mais complicado", esclarece.
Questionado a respeito do índice de infecção pelo vírus da Aids em Mossoró, Passalacqua revela que em 2011 houve um crescimento no número de casos na cidade, em relação a 2010. "Os números precisos, eu não saberia informar, mas houve um aumento nos casos, e acredito que vai continuar aumentando, uma vez que está havendo uma interiorização da doença, que está saindo dos grandes centros, e se instalando nas pequenas cidades. Mossoró, apesar do avanço, ainda é uma cidade do interior", afirma.
Ainda segundo o infectologista, houve na cidade um aumento no percentual de gestantes soropositivas, o que, de acordo com Alfredo Passalacqua, está relacionado ao fato de alguns parceiros (as) praticarem relações sexuais extraconjugais. "O sexo fora de casa pode provocar essa contaminação. Há também a questão de que, como já foi falado anteriormente, o vírus demora para se manifestar, então ao se conhecer o parceiro, ele já pode estar infectado, e a não-utilização do preservativo acarreta na transmissão", conclui. 
 II Unidade Regional de Saúde Pública irá distribuir 100 mil preservativos no período da festa de Momo.
Com foco nos jovens gays, com idade entre 15 e 24 anos, a II Unidade Regional de Saúde Pública (Ursap), a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), em parceria com as secretarias municipais de Saúde e o Ministério da Saúde (MS), está realizando a Campanha contra Aids no Carnaval 2012.
Serão distribuídos 100 mil preservativos para os dias oficiais do Carnaval nos municípios da região Oeste. O tema da campanha este ano é: "Na empolgação pode rolar de tudo. Só não rola sem camisinha. Tenha sempre a sua".
Na cidade de Tibau haverá a distribuição de preservativos e panfletagem na entrada da cidade, nas praias e as equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF) terão o papel de orientar sobre o uso de preservativos para o sexo seguro.
Em Carnaubais, haverá um posto de distribuição dos preservativos e entrega de panfletos aos diretores de blocos carnavalescos. No município de Alto do Rodrigues, durante o Alto Folia, haverá a entrega de preservativos aos blocos alternativos, arrastões, blitz educativa e panfletagem.
Fonte:  Redação do Jornal O Mossoroense

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