O fato de não haver registros anteriores da doença no Brasil pode ter motivado diagnósticos genéricos. Neles, os profissionais de saúde registram a doença simplesmente como “virose” - que de fato é. Esse fator pode deixar uma grande janela de subnotificações, ou seja, casos não registrados. Para se ter uma ideia mais próximo de como a doença tem atingido a população potiguar, os serviços de vigilância epidemiológica deverão adotar estratégias de investigação.
Quando não se fazia exame laboratorial de certos casos, mesmo assim a vigilância epidemiológica acolhia o registro da virose. “Nas unidades de saúde que um profissional colocou virose numa notificação, a gente estava pegando os sinais/sintomas e já direcionando para uma dessas doenças. Tem um sistema de informação que a gente coloca dengue, sarampo, chikungunya e rubéola. E não tinha a opção para uma doença para que a gente ainda não se sabia qual era”, explicou Cristiane Fialho.
Quando os pacientes tinham sua amostra de sangue coletada, o teste sorológico era direcionado para a investigação de alguma das doenças citadas pela subcoordenadora. Como o teste dava negativo para todas, chegou-se à zika.
Os casos que não tiveram coleta de sangue para exame deverão ser registrados como zika a partir da descrição dos sintomas pelo médico. “Dentro da vigilância a gente fecha o caso também pelas características clínicas e epidemiológicas. Mas também vê se uma pessoa que pegou a 'virose' morava perto de outra que teve a sorologia confirmada com exame”, acrescentou.
Se um mosquito pode ter três vírus simultaneamente, em tese, ele pode transmitir os três na mesma picada. Para a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica do RN, essa hipótese carece de confirmação científica. “Isso precisa de muito estudo. Se for aprofundar na literatura não está dizendo isso”, afirmou. Entretanto, ela cita um próximo a essa hipótese. “A pessoa teve chikungunya e depois dengue na Bahia. Realmente, ela não teve sorte. Mas ainda não podemos dizer que houve coinfecção”, finalizou.
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