quarta-feira, 12 de março de 2014

PT DISPENSA ALIANÇA COM O PMDB NO RN

PT dispensa PMDB e pergunta o que Henrique Alves fez pelo RN, anuncia Lucena

Vereador afirma também que PDT será “ingrato” se não apoiar Fátima Bezerra para o Senado Federal

                                                                                         


“Aqui não há mais possibilidade de a gente se aliar ao PMDB. O PMDB tentou nos isolar de todas as formas. Vem trabalhando isso, mas nós procuramos uma aliança com o PSD, do vice-governador Robinson Faria, está muito bem essa aliança. Eu acho que nós vamos avançar muito e vamos ganhar as eleições com Fátima para o Senado e Robinson para o governo”. A frase é do vereador Fernando Lucena, em entrevista nesta terça-feira ao “RN em Debate” (12h15, TV União). Confira a entrevista.

Jornal de HojeQue avaliação faz da crise entre PT e PMDB no nível nacional?

Fernando Lucena – Eu só acho que nós temos o vice-presidente do PMDB. Eu não sei, então, para que está servindo o nosso vice-presidente? Eu acho que a tarefa do vice-presidente da República era conduzir o seu partido. Nós temos aliança em três ou quatro estados PT-PMDB, então para que serve esse vice-presidente da República? É um jarro no canto da sala? É o que está parecendo o Michel Temer hoje, é o que está servindo para o governo do PT. Além do mais, essa vontade de ter poder de cargos do PMDB que é insaciável. Não é possível você ter um aliado como esse, que fica quatro anos com cinco ministérios, isso fora as estatais, cargo por tudo quanto é lugar, mais do que o PT, e aí quando chega perto de uma eleição bota a faca no pescoço. Eu acho que a presidente Dilma não deverá aguentar essa pressão, acho que o PT também não deve tolerar esse tipo de chantagem, porque o povo é que tem que ver, o povo é que tem que olhar o que está acontecendo. O PMDB não está preocupado com o Bolsa Família, o PMDB não está preocupado com os programas sociais do governo, mas sim em conquistar espaço para os seus amigos, como se o governo fosse um bolo a ser fatiado entre pessoas, e não é assim que o PT pensa, por isso eu acho que chegou a hora de o PT endurecer com o PMDB.

JH – Que reflexos pode haver essa crise para o cenário político estadual?

Lucena – Veja bem, até que ponto a presidente Dilma vai tolerar isso? Eu tenho uma opinião, eu sou do “volta, Lula”. Eu acho que a gente tinha que dispensar o PMDB, porque Lula já ganhou com o PMDB na oposição e tinha que voltar o presidente Lula nessas eleições, para a gente ganhar no primeiro turno e se livrar do PMDB, porque na verdade o PMDB é um fardo pesado para se carregar, porque a fome do PMDB por cargo e poder é muito grande.

JH – Essas negociações nacionais entre PT e PMDB, pode haver reflexos na formação de palanques no Estado?

Lucena – Aqui não há mais possibilidade de a gente se aliar ao PMDB. O PMDB tentou nos isolar de todas as formas. Vem trabalhando isso, mas nós procuramos uma aliança com o PSD, do vice-governador Robinson Faria, está muito bem essa aliança. Eu acho que nós vamos avançar muito e vamos ganhar as eleições com Fátima para o Senado e Robinson para o governo.

JH – O PT conta com o PDT de Carlos Eduardo nesta aliança?

Lucena – O não apoio à deputada Fátima Bezerra e a essa chapa seria uma ingratidão. Porque eu sou vereador e tenho como testemunha os 29 vereadores e o que nós temos votado de contrapartida não é brincadeira, recursos de contrapartida em obra do governo federal. A deputada Fátima Bezerra tem se dedicado muito ao Rio Grande do Norte e principalmente a Natal. Ela tem trazido muitos recursos para Natal e não é brincadeira, são milhões e eu acho que o prefeito Carlos Eduardo reconhece isso. Ele sabe que sem o apoio da deputada Fátima ele estaria com muita dificuldade, nas obras de mobilidade urbana, de saneamento básico da Zona Norte, tudo isso está sendo feito com recursos federais e a deputada Fátima tem se dedicado muito a isso. Seria uma ingratidão o fato do prefeito Carlos Eduardo não apoiar essa chapa. Eu estou acreditando que ele virá sim, o PDT virá apoiar, e com o apoio de Carlos Eduardo, de Maurício Marques e se a gente ganhar Mossoró – e tudo indica que nós vamos ganhar – então estaremos a um passo da vitória com Robinson Faria e Fátima para o Senado.

JH – Que acha da candidatura do PMDB, com Henrique ou Fernando Bezerra?

Lucena – Eu acho ambos muito fracos. Fernando Bezerra porque está há tanto tempo fora da política e perdeu a eleição para Rosalba. A própria Wilma já disse isso, que com ele não vai, porque é fraco e eu também acho, pelo tempo que ele ficou fora da política. Henrique nós sabemos que ele tem 44 anos de deputado e só tem um projeto que eu tenho conhecimento de Henrique que foi – e até foi uma homenagem correta – o nome de Aluízio Alves para o Aeroporto do Rio Grande do Norte, fora isso, é o único projeto que eu conheço de Henrique, há 44 anos. Assim não tem condições de ser governador, não diz pra que veio. E quando você escuta uma entrevista dele, desde a Fortaleza dos Reis Magos até à Ponte Velha de Igapó foi ele quem fez, mas na verdade se você for atrás ele não tem nada. É um deputado, é presidente da Câmara, é o terceiro homem do poder, mas o que é que trouxe para o Rio Grande do Norte? Alguém pode me dizer uma obra que ele ajudou? Ele fica dizendo, mas na prática não é. É tudo programado pelo governo federal. Agora, a deputada Fátima pode dizer. Estão aí os IFRNs, estão aí as obras de Natal, as emendas da deputada em todos os municípios do RN. Enquanto Henrique você pergunta, onde estão as emendas de Henrique? Nem as emendas parlamentares, que são um direito do deputado, ele coloca para o Rio Grande do Norte. Portanto, eu acho que Henrique é um candidato muito fraco. Eu quero repetir aqui a frase do companheiro presidente Siqueira: “Qualquer um ganha de Henrique”. Eu acho que nós vamos ganhar sim.

Mineiro desconhece pressão de Brasília para mudar chapa Robinson e Fátima

O Rio Grande do Norte não está dentro do acordo feito pela presidente Dilma Rousseff com o PMDB nesta segunda-feira, no sentido de apoiar o candidato do PMDB a governador, provavelmente o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves. A informação é do deputado estadual Fernando Mineiro (PT). “Desconheço qualquer mudança de rota”, afirmou Mineiro ao Jornal de Hoje, destacando que “o RN não se enquadra nessa situação” em que o PT retirará candidaturas nos estados para apoiar projetos peemedebistas.

Segundo informou a imprensa nacional nesta terça-feira, na reunião de ontem a presidente Dilma Rousseff teria topado ceder a pressões do PMDB em pelo menos seis estados, entre eles o Rio Grande do Norte, como forma de atenuar a crise que envolve os dois partidos nacionalmente. A reforma ministerial e mesmo a recondução dos presidentes da Câmara e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria ficado de fora da pauta da conversa, que teria se centrado apenas nos acordos regionais.

Ainda não há informações seguras a respeito de eventual exigência do presidente da Câmara à cúpula nacional do PT no tocante ao PT do Rio Grande do Norte. Nos bastidores, há forte intriga no sentido de que Henrique teria exigido o apoio do PT a sua candidatura a governador, o que não é confirmado por petistas locais. Segundo Mineiro, os veículos trouxeram informações desencontradas sobre a reunião de ontem.

Apenas um deles, o Estado de S. Paulo, citou o RN como parte do acordo. Os demais, entre eles a Folha de S. Paulo, excluíram o estado da base de acordo. O presidente da Câmara Henrique Alves não atendeu nem retornou às ligações de O Jornal de Hoje.

RN FORA

Para o deputado Mineiro, o RN não integrou o acordo com Dilma e o PT nacional, segundo os jornais, porque, no estado, o PT não tem candidato a governador. “O Estadão está desinformado. Nós não temos candidato ao governo. O PT já retirou candidatura ao governo desde outubro do ano passado, para facilitar entendimento com o PMDB, e nós fomos descartados pelo PMDB”, afirmou o petista.

Mineiro disse ainda não ter conhecimento de nenhuma discussão envolvendo a retirada candidatura do PT ao Senado, que no Rio Grande do Norte é representada pela pré-candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT), que ontem mesmo reafirmou que será candidata ao Senado, numa dobradinha com a candidatura do vice-governador Robinson Faria, presidente estadual do PSD, ao governo. “Não tem nenhum conhecimento sobre discussão de candidatura ao Senado. Meu entendimento continua sendo de que a Fátima só não será candidata ao Senado se ela não quiser. É o desejo do PT nacional”. (AV)



 Alex Viana
Repórter de Política

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