terça-feira, 18 de março de 2014

BASTIDORES DAS ELEIÇÕES NO RN 2014

Suspense: Wilma de Faria discorda do PMDB e só anuncia candidatura em abril
PMDB pretende anunciar chapa completa no dia 28 de março e até já reservou o local para o evento

 Foto: Divulgação

Ex-governadora, Wilma de Faria negou definir rumo antes de abril e aliança fechada com o PMDB: “há apenas um diálogo”. 
O PMDB deve oficializar no próximo dia 28 o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), candidato a governador do Rio Grande do Norte pelo partido. A intenção do PMDB é, neste dia, em evento agendado no Praia Mar Hotel, em Ponta Negra, anunciar a chapa completa, com Henrique para o governo, o deputado federal e presidente do PR para vice-governador, e a vice-prefeita de Natal, e ex-governadora do Estado, Wilma de Faria, para o Senado. Porém, Wilma não confirma a data.

Segundo sua assessoria, o prazo para a ex-governadora anunciar seu projeto para 2014 continua sendo abril, data posterior à pretendida pelo PMDB. Assim, diferentemente do previsto pelo PMDB, Wilma mantém em suspense a possibilidade de disputar o cargo de governadora novamente, já que o único empecilho a esse projeto seria o fato de que o ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), poderia concorrer contra ela ao governo.

Ao deixar para abril o anúncio de sua definição, Wilma, em que pesem as notícias darem conta que ela será candidata ao Senado, termina criando uma situação delicada para Henrique, o PMDB e aliados. Isso porque a ex-governadora, se tiver bem nas pesquisas e com a candidatura ao Senado ameaçada pela candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) também ao Senado, poderá deslocar o projeto do Senado para o governo, onde não teria concorrentes à altura de ameaçarem a candidatura.

“Não existe data nenhuma. Wilma confirma que só anuncia em abril. Não tem data fechada. Admite apenas que o diálogo com o PMDB avançou”, afirmou a assessoria de Wilma, autorizada por ela. A ex-governadora, entretanto, participa ativamente das articulações lideradas pelo PMDB no Estado. Essas articulações visam que o palanque da união dos Alves com os Maias (Henrique, João e Wilma) contaria com uma ampla coalizão de partidos em apoio.

Além de PMDB, PSB e PR, são potenciais parceiros desses partidos o PROS, do presidente da Assembleia Legislativa, o G10, grupo formado por dez partidos que deverá participar do acordão, e legendas como PSDB, PPS e, até mesmo, o DEM, do senador José Agripino Maia e da governadora Rosalba Ciarlini. Assim, o palanque seria aliado aos candidatos a presidente da República Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

As informações, por ora, de bastidores, dão conta de que o PDT, do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, também poderá anunciar apoio à chapa de união de Alves e Maias no RN. O prefeito teria inclusive sacramentado o apoio ao primo Henrique Eduardo e a sua vice-prefeita, Wilma de Faria. O argumento do prefeito para essa decisão foi o fato de Henrique ter ajudado Natal e Wilma ter sido decisiva ao retirar candidatura dela a prefeita de Natal para apoiar a dele, nas eleições do ano passado.

PMDB ainda espera contar com o PT para apoiar candidatura de Henrique Alves para governador

Na próxima quinta-feira, o Diretório Nacional do PT vai se reunir, em Brasília, para discutir a crise com o PMDB e alianças nos Estados. Nesse contexto, haverá a possibilidade de o PT do Rio Grande do Norte declarar apoio à candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Eduardo Alves, a governador do Estado.

A informação consta de notícia veiculada pela Folha Press nesta segunda-feira. Segundo o informe, com 11 mandatos, Henrique Alves poderá desistir de se candidatar a um novo mandato na presidência da Câmara para se dedicar à campanha de governador do Rio Grande do Norte. E, para evitar que o potiguar pavimente uma eventual candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha, seu substituto na liderança do PMDB, à presidência da Câmara, o PT poderá apoiar a candidatura de Henrique a governador. Caso isso venha a acontecer, a entre PSD e PT seria prejudica, com a possibilidade de frustrar as candidaturas do vice-governador, Robinson Faria (PSD), a governador, e da deputada federal Fátima Bezerra (PT) ao Senado.

Para o PT local, tal conjetura não se transformará em realidade. “Eu não acredito. Porque quem isolou a gente não foi o PT, não foi o PT que disse que não queria aliança com Henrique”, disse o vereador Fernando Lucena, se referindo ao fato de que foi o PMDB que excluiu o PT da aliança no Estado, quando esta estava sendo cogitada.

Além disso, segundo o vereador, neste momento, nem o diretório nacional nem o local do PT aceitariam mais mudanças no quadro sucessório, tendo em vista às articulações do PMDB com partidos adversários do PT no Estado, como PSDB, PPS e DEM. “Seria muito difícil, eu não acredito pessoalmente. A não ser que o PMDB abra mão do DEM, do PSDB, e de um monte de coisas, o que também não acredito que aconteça nessa altura do campeonato”, afirmou.

Sobre a chapa que está sendo encabeçada pelo PMDB no Rio Grande do Norte, Lucena voltou a classificá-la como “a cara da derrota”. Além de possivelmente ter Henrique Alves para governador, o palanque conteria o presidente do PR, deputado federal João Maia, como vice, e a vice-prefeita de Natal, e ex-governadora, Wilma de Faria, como candidata ao Senado.

“Essa chapa é a cara da derrota. É a chapa ‘a volta dos que não foram’. A mesma coisa. O povo não vai mais nessa. O que é que muda essa gente toda? Todos estavam com Rosalba. Menos Wilma, que agora vai estar com o povo de Rosalba”, disse o petista. Para ele, “depois que fizeram essa musica ‘Você não vale nada, mas eu gosto de você’, ficou tudo relativo na política do RN. É preciso um mínimo de coerência”, completou.

Para ele, o PMDB “enquadrou” todos os políticos do RN. “Só ficou fora Robinson e o PT, o restante todo foi enquadrado”, observou, declarando que a chapa Robinson e Fátima “está confirmada”. Para Lucena o primeiro teste da sucessão 2014 acontecerá em Mossoró. “Vamos ter os palanques que vão acontecer nessas eleições. Daí vai ter ideia de como vai ser isso”.


Alex Viana
Repórter de Política

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