quarta-feira, 19 de março de 2014

DENGUE: ESTADO DE ALERTA

Natal está em estado de alerta

Imagem/blog "naserra"
Natal é uma das 13 capitais brasileiras consideradas em situação de alerta da dengue pelo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, por apresentar larvas do mosquito em 4% dos imóveis pesquisados. No Rio Grande do Norte, 13 municípios estão em risco de epidemia da dengue e sete em alerta, de acordo com o LIRAa. Para ser considerado fora de risco, o índice deve estar abaixo de 1%. De 1 a 3,9 é considerado alerta e acima de 4%, risco de epidemia. Dos 21 municípios analisados na amostra, somente Tenente Laurentino Cruz (0,9%) foi considerado satisfatório. 

O índice de infestação predial na capital potiguar é de 2,8% no primeiro bimestre, mas pode ser maior. O primeiro dos seis ciclos programados para ocorrer durante o ano ainda não foi concluído. O chefe da Divisão de Controle da Dengue em Natal, Lúcio Pereira, explica que o trabalho foi iniciado somente em fevereiro após sanadas pendências com equipamento de segurança pessoal dos agentes de endemia, entre eles o fornecimento de protetor solar. “Teremos uma nova leitura a partir da próxima semana epidemiológica com a normalização do serviço”, disse Pereira.

Ao todo, 388 agentes de endemia estão incumbidos de cobrir 339 mil imóveis em Natal, com visitas a cada dois meses (seis ciclos). No ano passado foram realizados quatro deles. Cerca de 17% dos imóveis não chegam a ser visitados, segundo estimativa do chefe da Divisão. “Temos um trabalho de tentar notificar os proprietários de imóveis fechados e somente quando não conseguimos, por mais de um ciclo, é que nos valemos de chaveiros para entrar neles”, disse.

Por ora, está descartado o uso de carros fumacês, segundo Pereira. Apesar do estado de alerta, a necessidade do equipamento é definida caso ocorra aumento na incidência dos casos. No primeiro bimestre foram 123 notificações, com um óbito ainda não confirmado. “Não há sinalização de epidemia, claro que o quadro pode evoluir, a ocorrência é sazonal”, disse ele.

A situação mais crítica em relação a exposição ao risco de contaminação está em Areia Preta, zona Leste da capital, seguido por Neópolis e Lagoa Nova. Imóveis fechados, lixos e água represadas tem facilitado a proliferação de criadouros do mosquito.

O número de casos da dengue registrados no Estado, no primeiro bimestre deste ano (1.203) teve queda de 56% se comparado ao mesmo período do ano passado - 2.762. Apesar da redução, os dados causam preocupação com a chegada do período chuvoso. As cidades com maior incidência foram Parelhas com 276 casos, seguido por Rafael Fernandes e Natal. “A redução se deve à resposta que o Estado tem dado nos procedimentos de combate e acompanhamento e mesmo pelo ciclo da dengue, que é sazonal”, explica a coordenadora do programa estadual de controle da dengue, Sílvia Dinara Alves.

De acordo com ela, circulam no RN os tipos 4, 2 e 1. A inserção do subtipo 4 trouxe de volta a preocupação com um novo surto. “A gravidade está em a pessoa infectada por um dos sorotipos, poder vir a contrair os outros três. E cada vez que contrai a doença, há mais possibilidade de ocorrer um caso mais grave”, explica Dinara.



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