Para especialistas, nova terapia apresenta resultados rápidos na redução dos sintomas
Beneficiados pelo tratamento com altas doses de vitamina D contra esclerose múltipla juntamente com a Associação Norte Riograndense de Esclerose Múltipla (Anorem) se reuniram na manhã deste sábado (22), no Hotel Maine, para a 1ª Palestra Vitamina D no Rio Grande do Norte e divulgar informações a respeito da nova terapia a outros pacientes que sofrem da mesma doença.
A terapia, segundo os beneficiados, apresenta resultados rápidos e eficientes na redução dos sintomas da doença, ajudando-os a superá-la e ter uma vida normal e sem sequelas. A deficiência de vitamina D está relacionada a centenas de doenças, inclusive a esclerose múltipla.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, na qual o sistema imunitário do próprio corpo ataca a bainha de mielina do sistema nervoso central, que é composto pelo cérebro e a medula espinhal. No Brasil, estima-se que 50.000 pessoas são afetadas pela doença, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). A doença afeta geralmente jovens entre 20 a 40 anos.
Jânio Soares Romão, um dos organizadores do evento, tem esclerose múltipla e há oito meses iniciou o tratamento com a Vitamina D e disse que a palestra tem o objetivo de conscientizar as pessoas a respeito na nova forma de tratamento para pessoas com esclerose múltiplas e doenças autoimunes. “Estou me tratando há oito meses e já tive excelentes resultados. O tratamento convencional era muito desgastando, com inúmeras injeções, medicações fortes e cada dia eu só ia piorando. Esse tratamento com vitamina D foi diferente. Eu deixei de andar apoiado dentro de casa, passei a andar segurando na parede, depois passei a andar só e sair de casa. Além disso, voltei a ler e escrever. Não estou curado, mas estou bem melhor e vi que esse era o caminho”, destacou Jânio Soares.
Ele lembra que para se iniciar o tratamento é necessário acompanhamento médico, pois exige uma dieta rigorosa, com a ingestão de, no mínimo 3 litros de água por dia, e restrição à carne vermelha e derivados de leite. Jânio Soares conta que o SUS ainda não disponibiliza a Vitamina D à população, mas que pode ser adquirido em farmácias de manipulação, com prescrição médica. Uma injeção no tratamento convencional custa até R$ 7 mil, e o tratamento com altas dosagens de vitamina D não ultrapassa os R$ 300 mensais.
“O resultado com a Vitamina D é surpreendente. O tratamento convencional é passado para retardar o acontecimento na doença, mas com a vitamina D o paciente começa de um jeito e termina sempre melhorando, retroagindo a doença”, destacou. No Rio Grande do Norte ainda não há profissionais que recomendem a vitamina D no tratamento destas doenças.
Uma pesquisa publicada recentemente pela Faculdade de Saúde Pública de Harvard é mais uma a fornecer evidências de que a vitamina D pode proteger contra uma série de doenças além daquelas que já são conhecidas, como osteoporose e fraturas ósseas. Segundo o estudo, níveis adequados do nutriente estão associados a uma progressão mais lenta da esclerose múltipla, uma condição cuja causa é desconhecida e para qual não existe cura.
Sabe-se que a esclerose múltipla ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
Tratamento convencional
O tratamento convencional da esclerose múltipla, oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, é feito por medicamentos chamados interferons. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) informa que o tratamento de esclerose múltipla pode ser subdividido em quatro tratamentos, conforme a evolução da doença: surto, modificadores da evolução da doença, sintomático e reabilitacional.
Para o surto, se utiliza habitualmente pulsoterapia com glicocorticoides, que são anti-inflamatórios hormonais e visam abortar a atividade inflamatória e, com isto, o evento sintomático. Os modificadores da evolução da doença visam minimizar os surtos na intensidade e frequência, com isto acarretando menos acúmulos lesionais (em nível de sistema nervoso) e concomitantemente menos acúmulo de incapacitações.
O tratamento sintomático visa amenizar e tornar mais toleráveis os sintomas vigentes. A reabilitação trabalha concomitantemente melhorias funcionais, melhorando funções deficitárias, adaptando e melhorando a qualidade de vida do paciente. O gasto mensal de um paciente com esclerose múltipla varia de R$ 2.300,00 a R$ 5.700,00 com o interferon-beta ou acetato de glatirâmer, segundo o portal da UNICAMP.
O tratamento com Vitamina D
O tratamento com altas doses de vitamina D é conhecido e estudado pela comunidade científica há mais de 40 anos, com mais de 3.700 estudos publicados em revistas científicas. A vitamina D é um hormônio esteróide que controla 229 funções (genes) dos órgãos humanos. A falta desta substância pode causar doenças autoimunes ou não autoimunes. O tratamento não se limita somente a esclerose múltipla. É usado também em outras doenças autoimunes, tais como artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, psoríase, vitiligo, tiroidite de Hashimoto, entre outras. Algumas doenças não autoimunes, como câncer, tuberculose, depressão e esquizofrenia também podem ser melhoradas com o uso deste tratamento.
A vitamina D é uma substância produzida durante a exposição solar. O médico alerta que devido ao estilo de vida moderna, as pessoas possuem baixo nível de vitamina D em seus organismos. Além disso, a vitamina D não é restaurada pela alimentação, ou o valor é muito baixo para permitir a sua substituição no nível apropriado. Estudos mostram que, se apenas 5.000 unidades diárias de vitamina D fossem substituídas nos corpos de população adulta, os casos de câncer poderiam cair para 40%.
Por Roberto Campello
Roberto_campello1@yahoo.com.br
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