Nunca a expressão "cidade do sol" esteve tão presente no dia a dia dos mossoroenses como nos últimos dias. A população tem sentido na pele as consequências das altas temperaturas, intensificadas a partir do final de outubro.
De acordo com o professor do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), José Espínola, em algumas localidades da cidade, os termômetros alcançam a marca de 40 graus em determinados horários. "No centro, por exemplo, como o asfalto absorve muita radiação, e existem muitos prédios, a temperatura pode variar entre 39ºC e 40ºC", diz.
A explicativa para o calor excessivo, segundo José Espínola, está na estação do ano registrada atualmente, a primavera, iniciada em 23 de setembro. Conforme o especialista, esse é o período mais quente para a região.
"A partir da primavera, o sol passa a incidir perpendicularmente sobre a nossa região. Em outubro e nos primeiros dias de novembro, o astro encontra-se mais verticalmente sobre a nossa localidade, gerando uma quantidade maior de energia, e consequentemente um maior aquecimento", explica José Espínola.
Em média, as temperaturas registradas na Estação Meteorológica da Ufersa estão entre 36ºC e 37°C, valores que ocasionam incômodos e podem até mesmo afetar a saúde dos habitantes.
"O calor está insuportável, principalmente agora em novembro. Eu mesma, que há muito tempo não gripava, fui acometida pelos sintomas somente devido a essas temperaturas altas. Até mesmo o vento está quente. Vamos pedir a Deus que chova, e esse cenário seja modificado", pontua a aposentada Marinete Freire.
Para a estudante Pâmella Rochelle, o aquecimento também é percebido antes mesmo dos horários onde as temperaturas já são tradicionalmente elevadas. "Há pouco tempo, entre 8h e 9h, o sol não era tão forte. Agora, nesse período já está tão quente quanto ao meio-dia. Além disso, o ar também está muito seco", diz.
A recomendação do meteorologista José Espínola é que as pessoas procurem ficar em locais abrigados, e aquelas que trabalham em condições de exposição utilizem equipamentos de proteção, para que dessa forma, sejam evitadas possíveis queimaduras. É sugerido ainda a ingestão de bastante líquido, assim como a utilização de umidificadores de ar nas residências. "Nessa época, também acentua-se os índices de radiação ultravioleta, por isso é preciso muito cuidado ao se expor ao sol", complementa.
Aquecimento deve continuar até o início do período chuvoso
Os mossoroenses terão que se adaptar as essas temperaturas mais elevadas até pelo menos o mês de fevereiro, quando se inicia o período chuvoso na cidade.
"Com a chegada do verão, em 21 de dezembro, a tendência é que o aquecimento permaneça. Redução nas temperaturas só quando se iniciar o período chuvoso, que em Mossoró começa em fevereiro e se estende até maio, sendo os meses de março e abril os que, historicamente, mais chovem", conta José Espínola.
Quanto as previsões para as precipitações pluviométricas do próximo ano, o meteorologista evita emitir um posicionamento concreto, uma vez que a primeira reunião que debaterá o tema será realizada no mês de dezembro, na Paraíba.
"No momento, estamos registrando o fenômeno El Niño, que está associado à seca. Ele está fraco, e pode diminuir dependendo da temperatura das águas do Pacífico em dezembro e janeiro. Para nós, o fenômeno El Niña, relacionado ao resfriamento das águas abaixo do normal, é bom devido às chuvas.
Mas não tem como definir essa previsão agora, não sabemos se haverá chuva ou seca em 2013", conclui o especialista.
Fonte: Redação do Jornal O Mossoroense
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