Prédios desabam no centro do Rio
Marcos de Paula/AEAmparadas por guardas municipais e policiais, mulherescobertas de poeira caminham pela Avenida Treze de Maio, local do acidente.
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi ao local e disse que havia pessoas no edifício Liberdade quando ele desabou - o prédio só costumava fechar às 21 horas. Até o fim da noite, quatro homens e uma mulher feridos tinham sido socorridos - um deles estava dentro de um elevador. Segundo Paes, a princípio não houve explosão e o desabamento não teve relação com vazamento de gás. "Parece que um dos prédios tinha um dano estrutural que causou o desabamento, e esse prédio teria levado o outro", declarou Paes, antes de saber do desmoronamento do terceiro edifício. Há pouco mais de três meses, uma explosão no restaurante Filé Carioca, na Praça Tiradentes, centro do Rio, matou quatro pessoas e deixou 17 feridos.
As operações de resgate prosseguiriam durante a madrugada. Foi montado um posto para atender parentes de desaparecidos. "Eu tinha saído do prédio cinco minutos antes e estava do outro lado da rua. Ouvi um estrondo e, quando olhei, estava caindo tudo. Só deu tempo de correr", disse o analista de sistemas Fernando Amaro, de 29 anos, funcionário de uma empresa que funcionava no quarto andar do Liberdade.
No térreo, havia uma lanchonete de produtos naturais e uma agência do Itaú. Ricardo Santos, de 50 anos, disse que estavam sendo realizadas obras de reforma no prédio. Ele contou não ter ouvido explosão nem visto fogo. "O barulho foi contínuo, como se fosse um avião pousando."
Muitas pessoas corriam em direção à Avenida Rio Branco em busca de transporte, com medo de usar o metrô, gritando para alertar sobre o desabamento. Ônibus paravam no meio da pista. A suspeita de que os destroços teriam atingido a linha do metrô que passa embaixo da Treze de Maio levou a concessionária a interditar a passagem dos trens. O trecho entre as estações Carioca e Cinelândia fica sob o local do prédio que desabou.
Técnicos da companhia vistoriaram os trilhos, mas os resultados não tinham sido divulgados até a conclusão desta edição. Quatro estações foram fechadas. Atônita, a secretária de Cultura do Estado, Adriana Rattes, chegou ao local por volta de 21h30, em busca de informações. Trecho do prédio anexo do Theatro Municipal foi atingido por escombros. Ruas e avenidas próximas foram interditadas e o fornecimento de gás e energia elétrica foi cortado na região.
Ainda sem informações concretas sobre o que pode ter causado os desmoronamentos, o presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo do Rio, Sidney Menezes, disse que a única certeza que se tinha até aquele momento era que havia ocorrido um "colapso estrutural". O que provocou isso só será possível saber após a realização de uma perícia detalhada, quando não houver mais riscos para quem trabalha nos destroços. "É muito prematuro apresentar explicações. Seria especulação." Segundo ele, por se tratar de uma área muito adensada, edificações vizinhas podem ter sido abaladas.
Fonte: Tribuna do Norte
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