quinta-feira, 10 de abril de 2014

BRASÍLIA: PROCESSO DISCIPLINAR CONTRA O DEP. FEDERAL ANDRÉ VARGAS(PT)

André Vargas renuncia à vice-presidência da Câmara


Brasília (AE) – No dia em que Conselho de Ética da Câmara instaurou processo disciplinar contra o deputado federal André Vargas, o líder do PT na Casa, Vicentinho (SP), leu uma carta em plenário em que o petista investigado renuncia à vice-presidência da Casa para se dedicar a sua defesa no processo instaurado ontem pelo Conselho de Ética. “Tomo essa decisão para que possa me concentrar em minha defesa perante o conselho e para não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora, e também preservar a imagem da Câmara, do meu partido e de meus colegas deputados”, diz Vargas no documento.

Gustavo Lima
André Vargas vai concentrar esforços na defesa para preservar mandato de deputado federal

Ao ler a carta, Vicentinho disse que o partido apoia sua decisão e que, a partir de agora, a legenda passará a discutir nomes para substituir Vargas na vice-presidência. O Broadcast Político apurou que os mais cotados são o ex-líder do PT José Guimarães (CE), o vice-líder do governo Henrique Fontana (RS) e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (RS). Vicentinho hesitou em falar sobre uma possível renúncia de Vargas ao mandato parlamentar e limitou-se a dizer que a questão é “de foro íntimo”. “Ele agora quer ter o direito defesa e de ser ouvido”, disse Vicentinho.

A renúncia ao cargo ocorreu uma semana após ir à tribuna tentar se explicar sobre o envolvimento com o doleiro Roberto Yousseff. Vargas passou a ser alvo de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Casa. O colegiado instaurou ontem processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar com base em um requerimento apresentado pelo PSDB, DEM e PPS, que pode culminar na perda de mandato do deputado. Regimentalmente, a votação do parecer final deve ocorrer em 90 dias e seria realizado em meados de agosto, em pleno período eleitoral.

Durante a sessão de instalação do processo, integrantes do PT tentaram uma manobra para adiar o início das investigações no Conselho. Escalado para apresentar uma questão de ordem, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) defendeu que o processo fosse inicialmente discutido na Corregedoria da Câmara, como propôs integrantes do Psol. A manobra arquitetada pelos petistas tinha como motivação o fato de que, com a abertura do processo no Conselho de Ética, André Vargas, caso tenha o pedido de cassação aprovado no colegiado e depois no plenário da Casa, pode se tornar inelegível pelos próximos oito anos.

A tese apresentada por Geraldo foi de que a representação contra Vargas tinha como base apenas matérias jornalísticas referentes à operação da Polícia Federal, Lava Jato, que culminou na prisão do doleiro Alberto Yousseff. “Não existem provas, além de notícias jornalísticas baseadas em fontes anônimas ou obtidas ilegalmente de um inquérito policial sigiloso”, afirmou Geraldo na sessão.

A iniciativa, no entanto, foi rejeitada pelo presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), que na sequência, após sorteio, nomeou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) como relator do processo. No currículo, Delgado carrega como experiência a relatoria realizada em 2005 do processo disciplinar contra o então deputado José Dirceu (PT-SP) acusado de envolvimento no mensalão. Na época, o mineiro apresentou um relatório favorável a perda de mandato de Dirceu, que no ano passado foi condenado no processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



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