Servidores da Uern estão em greve desde o final de maio |
Os primeiros seis meses deste ano ficarão marcados, em todas as esferas, pelas greves que têm assolado o Rio Grande do Norte.
Diversas categorias decidiram paralisar suas atividades em busca do cumprimento das reivindicações. A paralisação em vários serviços, incluindo setores da educação e saúde, acaba prejudicando o cidadão.
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) é uma das principais personagens deste novo ciclo de greves. Os docentes e técnicos-administrativos da Uern paralisaram os trabalhos no dia 25 de maio, buscando o cumprimento de sua pauta de reivindicações, que inclui o realinhamento salarial de 57,53 %, que seriam divididos em quatro parcelas de 12,053% e pagos anualmente.
"Fizemos um acordo com o Governo do Estado no ano passado e nos foi assegurado que nosso conjunto de pautas seria cumprido. Negociamos nosso reajuste salarial, dividimos em quatro parcelas, por entender o momento difícil em que vive a economia potiguar, mas ainda assim não houve resposta positiva por parte do poder público. Vamos manter nossas mobilizações até que governo abra uma rodada concreta de negociações", explicou o presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), Valdomiro Morais.
Na esfera federal, a crise na educação também tem preenchido os noticiários. Acompanhando a decisão de diversas instituições, servidores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) deflagraram greve no dia 28 de maio, reivindicando reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas instituições públicas.
"O movimento da greve está em um processo ascendente com outras universidades entrando em greve como as federais do Recôncavo Baiano e a de Campina Grande, que tende a reforçar a mobilização para pressionar o governo a negociar. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) marcou uma audiência com a nossa representação nacional. Esperemos que seja para apresentar propostas que dialogue com nossa pauta de reivindicações", disse o presidente da Associação dos Docentes da Ufersa, Joaquim Pinheiro.
Servidores municipais
Em Mossoró, servidores de várias categorias do serviço público municipal paralisaram suas atividades no dia 1º de junho. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), os trabalhadores reivindicam um reajuste salarial de 13% e o cumprimento de uma série de pautas reivindicadas pelas categorias desde o ano passado.
A presidenta do Sindiserpum, Marleide Cunha, comenta que não há perspectiva para encerramento da greve. Segundo ela, as várias categorias paralisadas aguardam por um posicionamento da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), que até o momento não dialogou com os grevistas.
"Na última semana realizamos um twitaço que mobilizou as redes sociais, além disso, participamos de panfletagens no Mossoró Cidade Junina (MCJ). A procuradoria do município nos chamou para uma reunião a fim de debater a greve, mas nada que possa solucionar o impasse. Amanhã iremos nos reunir para definir um novo calendário de atividade, que pressione o prefeito a atender nossas reivindicações", destacou Marleide.
Judiciário
Os servidores da Justiça Federal, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) também paralisaram suas atividades desde a última segunda-feira (15). As categorias cobram um reajuste salarial que cubra a defasagem de 70%, além de melhores condições de trabalho.
"A greve está ficando cada dia mais forte. Em Mossoró o movimento começou apenas com os trabalhadores da Justiça Federal, mas agora foi aderida pela Justiça do Trabalho. Amanhã haverá uma assembleia para avaliar o movimento, estamos esperando pela proposta do Governo Federal", afirmou a assessora de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Rio Grande do Norte (Sintrajurn), Ana Paula Costa.
Greve na saúde
Na saúde, ainda completa o quadro de paralisações os servidores vinculados ao Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde/RN) também cruzaram os braços no dia 11 de junho. Os trabalhadores reivindicam a equiparação no salário entre funcionários de diferentes tipos de unidades de saúde.
Conforme o coordenador regional do Sindsaúde, João Morais, profissionais lotados para atuarem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) recebem até 30% menos que aqueles que ocupam a mesma função em hospitais. Para os servidores das UBSs e aposentados, o sindicato reivindica aumento de 61%. Já os demais trabalhadores pleiteiam reajuste de 27%.
João lembra que na próxima quinta-feira (25) os servidores em greve realizarão um ato em frente ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), a partir das 10h.
Outras categorias ainda podem paralisar atividades
Além das inúmeras categorias já elencadas, o Rio Grande do Norte ainda pode ter, até o final de julho, um novo ciclo de entidades em greve. Servidores da administração indireta do Estado podem paralisar todas as suas atividades. Trabalhadores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) também irão aderir à greve dos servidores federais, cruzando os braços no dia 7 de julho.
Segundo o dirigente regional do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do Rio Grande do Norte (Sinai-RN), Hermes Oliveira, o Governo do Estado receberá os sindicalistas no dia 25 para tratar da pauta unificada das categorias, protocolada em março deste ano.
"Estamos realizando assembleias com servidores da Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN) e da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac) para avaliar o quadro da campanha salarial. Nenhuma delas sinalizou indicativo de greve, mas, segundo ele, as expectativas não são boas para os segmentos.
Os servidores do INSS já realizam, em todo o Estado, atividades divulgando a greve. De acordo com o representante em Mossoró do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho (Sindprevs), Márcio Freitas, até o dia 7, atos públicos e panfletagens serão realizadas em várias cidades.
"Reivindicamos toda uma política de recomposição salarial para a categoria, que inclui a incorporação de gratificação aos salários e jornada de trabalho de 30h sem redução de vencimentos, além disso buscamos concurso público e reajuste salarial de 27,3%", ressaltou Márcio.
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