segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VOCÊ SABIA ?

Fique atento: Imobilidade das pernas durante viagens longas pode provocar trombose

Foto: Caio Mello
Com os calcanhares apoiados no chão,
movimente os pés alternadamente para cima
e para baixo por cinco minutos, repetindo 
ciclo a cada uma hora.
Em época de férias e lazer, é preciso adotar alguns cuidados para que sua viagem não se torne uma experiência desagradável. Viajar por longas horas, seja de carro ou avião, muitas vezes resulta em um extenso período sem movimentar as pernas, o que pode gerar diversos impactos negativos para a saúde. De acordo com o angiologista Francisco Mansani Queda (SP), ficar com as pernas paradas e em uma só posição por muito tempo (mais de duas horas) provoca a redução do fluxo sanguíneo, ou seja, a diminuição da velocidade do sangue dentro dos vasos, o que pode provocar quadros de trombose, caracterizada pelo entupimento de um vaso sanguíneo por formação de coágulo (trombo).

“As tromboses podem ser superficiais quando acometem veias mais perto da pele, ou profunda, quando atinge as veias do interior do corpo. Podem ser distais, quando são apenas abaixo do joelho, ou proximais, quando acometem veias acima do joelho. E há também a embolia pulmonar, que acontece quando um trombo se desprende e causa uma complicação circulatória nos pulmões. É muito grave e pode ser fatal, apresentando sintomas como dores no peito, falta de ar e tosse com eliminação de sangue”, explica Fábio Espírito Santo, cirurgião vascular do Hospital São Camilo (SP).

Ary Elwing, angiologista e especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser (SP) conta que sintomas como dores na batata da perna, vermelhidão, aumento de temperatura e inchaço (principalmente se uma perna fica maior que a outra) podem indicar a doença. “As pessoas devem ficar atentas aos sinais durante a viagem, pois muitas vezes a trombose é silenciosa”, alerta o especialista. O médico lembra que o problema pode ocorrer não só durante a viagem, mas também é frequente em casos de obesidade, gestantes, mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais e fumantes. “Quem apresenta algum destes fatores tem mais chance de desenvolver uma trombose venosa, independente de realizar ou não uma viagem prolongada”, alerta.
Dicas para evitar a doença e manter a boa circulação sanguínea em viagens longas

Alguns cuidados simples no dia a dia podem evitar a trombose. O angiologista Francisco Mansani Queda destaca os principais: “Para evitar o problema, é importante levar uma vida saudável, com a realização de caminhadas e esportes; evitar o tabagismo e adotar uma alimentação com pouco gordura. Em alguns casos, para as pessoas com maior risco de desenvolvimento da doença, pode também ser benéfica a ingestão de AAS – Ácido Acetil Salicílico, que provoca o aumento da viscosidade do sangue”.

Para usufruir em viagens longas, Ary Elwing também listou algumas dicas que garantem o movimento das pernas durante o trajeto: “Primeiramente, não permaneça sentada por longos períodos. Caso esteja sentada por um período de tempo moderado, eleve as pernas. Durante a viagem é importante que faça exercícios: com os calcanhares apoiados no chão, movimente os pés alternadamente para cima e para baixo por cinco minutos, repetindo o ciclo a cada uma hora. Jamais deixe de fazer pequenas caminhadas durante o percurso e mantenha-se hidratada, ingerindo bastante líquidos e evitando bebidas alcoólicas. Lembre-se de usar roupas confortáveis e também converse com seu médico sobre a necessidade de medicamentos e uso de meias de compressão elástica. Em viagens aéreas, acomode suas bagagens de mão no compartimento específico para que você tenha espaço para esticar as pernas”, recomenda o expert no assunto.
Tratamentos para a cura

Quando perguntamos sobre como se dá a cura da trombose, o cirurgião vascular Fábio Espírito Santo revelou que, em casos em que o paciente não possui contraindicações, o tratamento é feito com medicações anticoagulantes, que desequilibram o sangue para que não ocorra a formação de coágulos. Além disso, é importante procurar saber se não há algum fator oculto que tenha favorecido a aparição da doença. “É fundamental que o diagnóstico médico seja realizado a tempo de uma boa recuperação”, lembra o angiologista Francisco Mansani Queda.

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