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Inovação potiguar para pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica

Imagem/Arquivo Blog "naserra"

Uma doença incurável, com nome e sintomas assustadores, cuja degeneração do sistema motor, com graves consequências para atos simples, como caminhar, comer, falar e manusear um objeto. A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) afeta músculos e neurônios e já matou pessoas famosas, como o físico britânico Stephen Hawking, o jazzista americano, Charles Mingus, e o jogador de futebol brasileiro, Washington – consagrado nos anos 1980 por ser a metade do ‘Casal 20′ do Fluminense.

No Rio Grande do Norte, entretanto, uma experiência inovadora abre um clarão de otimismo para os portadores de ELA. Desenvolvido como uma tese de doutorado do aluno Higor Medeiros, dentro do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação, foi criado um mecanismo de monitoramento dos pacientes de forma integral. Chamado de “Um Anjo para Ela”, o projeto é conduzido e aperfeiçoado pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol).

Os enfermos utilizam um ventilador mecânico, equipamento eletrônico que bombeia ar para os pulmões e o libera de forma gradual, para um melhor funcionamento do sistema respiratório. Qualquer falha nesse acompanhamento pode ser fatal. Como é impossível manter uma equipe (neurologista, enfermeiro e fisioterapeuta) permanente em cada residência, uma visão além do alcance aproximará os envolvidos na batalha pela manutenção da vida.

“Muitas pessoas não sabem como usar o ventilador, o que gera problemas na terapia. Esse equipamento monitora a fuga de ar como se fosse uma câmera acoplada ao aparelho preexistente. Através de hardwares e softwares, teremos uma visão computacional, ou robótica, como queiram, e recebemos a informação sobre o problema com tempo de a equipe entrar em ação. Com isso, podemos prolongar a vida do paciente de 5 para até 15 anos”, fala o coordenador do LAIS, o médico Ricardo Valentim.

Por enquanto, o primeiro projeto de telemedicina da UFRN, voltado para vítimas da Esclerose Lateral Amiotrófica, está em funcionamento apenas no hospital Onofre Lopes, sob os cuidados do neurologista Mário Emílio. Tratada como uma experiência multidisciplinar, a ferramenta passará pelo crivo de uma comissão ética, antes de ser oferecida à população em geral. Um de seus grandes méritos é permitir que o doente com dificuldades de locomoção permaneça em casa, próximo da família e dos pertences.

Mais barato que o ventilador, preventivo quanto a alterações das patologias e, consequentemente, facilitador do trabalho de profissionais da área médica. Um ‘anjo’ que acompanhará a pessoa como uma entidade protetora contra os males orgânicos. A invenção potiguar estará pronta para qualquer pessoa, segundo Ricardo Valentim, ainda em 2013. “A máquina fará parte do papel do médico, de um anjo da guarda”.

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