De 2005 a 2014, foram registrados 213 casos de raiva no RN.
Doença pode ser transmitida por gatos, cães, cavalos, morcegos e outros.
(Foto: Eduardo Guidini/ G1)
Sesap orienta que as pessoas não dêem comida
para os saguis
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A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) está intensificando as ações de conscientização da população acerca dos riscos de se contrair a raiva através do contato com animais silvestres como saguis e macacos-prego. O alerta veio após a morte de uma pessoa com sintomas da doença na região de Caicó, na região Seridó. Testes de laboratório estão sendo realizados pelo Laboratório Central (Lacen) para detectar se o animal estava ou não contaminado. De acordo com o Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesap, o resultado dos testes sai até o final de fevereiro.
Segundo a subcoordenadora de Vigilância Ambiental (Suvam) da Sesap, Iraci Nestor de Souza, a vítima era uma trabalhadora rural que foi lesionada por um sagui. Ela não buscou atendimento médico de imediato e algumas semanas após o ocorrido foi internada apresentando os sintomas da doença. “Infelizmente isso contribuiu de forma significativa para o agravamento do seu estado de saúde, vindo a falecer no último mês de janeiro”, explica Iraci.
A técnica do programa de Controle da Raiva da Sesap, Alene Castro, destaca que no Rio Grande do Norte ainda não foram diagnosticados casos de raiva em saguis. No entanto, há uma grande preocupação, pois se observa um aumento no registro de agressões de saguis e macacos-prego em humanos. Nos anos de 2012 e 2013 houve um total de 147 casos, sobretudo em áreas turísticas do estado, onde esse tipo de animal é exposto e tratado como doméstico, de fácil contato.
Além disso, a técnica cita o exemplo do município de Rio do Fogo, a 35 quilômetros de Natal, onde quatro turistas foram lesionados por saguis em 2013. Acostumados a receber alimentos dos humanos, os bichinhos se aproximam bastante dos hotéis da região e se tornam agressivos com os turistas que circulam expondo alimentos. “Esses animais encontram todos os alimentos que precisam na natureza: frutas, insetos, lagartos, flores, cobras, entre outras. Não é preciso alimentar os animais silvestres. O contato com os que estão em cativeiro ou em seus ambientes naturais representa uma grande ameaça à vida das pessoas”, alerta Alene Castro.
De acordo com o Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesap, no período de 2005 a 2014, foram registrados 213 casos de raiva em 61 municípios do estado. Destes, foram 120 morcegos, 46 bovinos, 26 raposas, 8 cães, 3 gatos, 6 cavalos, 1 asinino, 1 suíno, 1 ovino e um caso de raiva em humano.
A raiva é uma doença infecciosa, transmitida pela mordida, arranhão, ou lambedura de animal infectado em pele lesada. Se não for tratada a tempo, pode ser letal no ser humano. Nas cidades, os principais transmissores da doença para os humanos são os cães e gatos. Mas a captura e criação de saguis estão se tornando práticas comuns no interior do RN, apesar de ser proibida pela Lei de Proteção à Fauna.
Do G1 RN
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