Durante todo o fim de semana, as redes sociais foram tomadas por boatos que circularam por meio de grupos no WhatsApp, ferramenta que permite a troca de mensagens pelo celular usando conexão via internet. Catástrofes climáticas como buracos negros, tempestade de raios, chuva de meteoros e até uma possível fuga em massa da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal, foram supostos acontecimentos disseminados pelo WhatsApp.
Emanuel Amaral
Coronel Araújo demonstrou preocupação com a onda de boatos |
Rapidamente ganharam espaços nas redes sociais e disseminaram o medo. Os textos que anunciam as ‘fatalidades’ estavam assinados por supostos especialistas de órgãos, como UFRN e Semurb. Consultadas pela TRIBUNA DO NORTE, as instituições citadas afirmaram que algumas das pessoas citadas nos textos sequer existem. Em nota assinada pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo, a corporação alerta para a onda de boatos. Coronel Araújo lembrou “que difundir informações falsas com o intuito de causar pânico é crime passível de prisão e que o setor de inteligência do Sistema de Segurança Pública (das Polícias Civil e Militar) já está a postos investigando as prováveis fontes dos boatos”.
Ouvido pela TN, o especialista em estratégias para a internet, Glebe Duarte falou sobre o perigo desses meios de comunicação. “As redes sociais hoje representam um perigo, sobretudo porque as pessoas dissipam informações sem checar as fontes. O WhatsApp, principalmente, é uma ferramenta complexa pois, assim como outras redes sociais, ele tem um poder de compartilhamento muito forte, mas não há qualquer tipo de controle sobre o que é divulgado. No período eleitoral, a justiça terá dificuldade para encontrar os autores de boatos”, afirmou Glebe Duarte.
O especialista ainda afirma que o novo Marco Regulatório prevê penalidades para quem divulgar informações caluniosas, mas que isso não pode ser controlado no WhatsApp. “Hoje, para se retirar uma informação de uma rede social seja ela verdadeira ou não”, explica Glebe, “é necessário entrar com uma ação na justiça. Com o novo Marco Regulatório, se alguém se sentir ofendido com alguma postagem, a rede social terá que retirar imediatamente a informação, antes mesmo de passar pelo alvará da justiça. Mas isso não se aplica ao WhatsApp”.
#boatosS.A
Pelo menos cinco mensagens falsas foram divulgadas através do WhatsApp
Temporal
Um mensagem assinada por um suposto funcionário do “Departamento de Geografia e Meteorologia da UFRN, Márcio Araújo”, anunciava que um temporal estaria prestes a chegar no RN e que órgãos como “Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Cruz Vermelha, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) já estariam de plantão para socorrer pessoas e comunidades em áreas de risco”. A UFRN não tem qualquer Departamento de Meteorologia e nenhum professor com este nome na área de Geografia.
Fuga em Alcaçuz
Uma das mensagens que circulou no WhatsApp citava o comandante geral da PM, coronel Francisco Araújo, como fonte da informação de que 34 presos, inclusive Camaleão, acusado de assassinar gestantes no Agreste, teriam fugido do presídio de Alcaçuz na madrugada desta segunda-feira. Outra mensagem dava informações falsas de que estariam ocorrendo ataques planejados intitulados “Salve Geral” contra policiais militares do RN.
E virou piada...
Até o Pico do Cabugi, em Angicos, virou alvo de boatos. Segundo mensagem divulgada através do WhatsApp, o vulcão extinto entraria em erupção, depois de milhares de anos adormecido, e as cinzas se deslocariam para Natal e, junto com o temporal, traria para a cidade uma tempestade de raios e chuva de meteoros. Outro texto previa que um buraco negro estaria prestes a se abrir próximo a um supermercado na avenida Maria Lacerda Montenegro, na Zona Sul de Natal. O texto que ainda informava que “ele sugará tudo ao seu redor” estava assinado por “Luis Felipe, chefe do Departamento de Astronomia de Natal” - uma pessoa que não existe, de um departamento que inexistente.
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