Proteína modificada devolveu pigmentação a ratos com vitiligo
Estudo americano usando proteína foi eficaz em barrar progressão do quadro e em repigmentar áreas afetadas pela doença, que não tem cura
Vitiligo: condição na pele que leva à perda de pigmentos em regiões aleatórias, resultando em manchas brancas irregulares (Thinkstock)
Uma proteína relacionada ao stress está vinculada ao desenvolvimento do vitiligo, uma doença caracterizada por manchas na pele. De acordo com um estudo publicado na última edição do periódico Science Translational Medicine, uma versão modificada dessa mesma proteína pode não só barrar a progressão da doença, mas também recuperar as áreas da pele atingidas com manchas brancas.
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VITILIGO
A doença, de causa ainda desconhecida, leva à formação de manchas esbranquiçadas na pele. Ela pode ser desencadeada após um trauma físico ou uma queimadura solar. Uma de suas possíveis causas é o ataque do sistema imunológico da pessoa sobre os melanócitos, células da pele que produzem pigmentação. Embora algumas pessoas recuperem a cor da pele de maneira espontânea, a doença ainda não tem cura.
Caracterizada pela perda de pigmentação em regiões aleatórias da pele (manchas brancas), a doença não tem cura, nem causa conhecida. Atualmente, a única opção de tratamento para os pacientes com vitiligo é o uso de maquiagem ou de pomadas de corticoide – nem sempre eficazes. Em casos severos, os pacientes podem ainda passar por transplantes de pele.
Pesquisa — No estudo conduzido pelo pesquisador Jeffrey Mosenson e Caroline Le Poole, da Universidade Loyola, nos Estados Unidos, a proteína do stress chamada de HSP70, das células do sistema imune que promovem a morte dos melanócitos (células produtoras de pigmentos da pele), foram modificadas. Na versão mutante, a proteína, agora chamada de HSP70i, conseguia se ligar a essas células e desligá-las. Assim, a resposta imune que levava à despigmentação era bloqueada.
Quando injetadas na pele de um modelo de rato com vitiligo, a HSP70i conseguiu proteger as células normais, além de repovoar as áreas doentes — devolvendo a pigmentação a essas regiões. Os pesquisadores afirmam, no entanto, que não se sabe ao certo se a repigmentação da pele é permanente, ou se a mancha volta após o fim do tratamento.
Opinião do especialista
Caio Castro
Dermatologista da Santa Casa de Curitiba e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
"A pesquisa é bastante animadora, porque não existe, hoje, nenhuma medicação criada especificamente para se tratar o vitiligo. A medicina ainda está muito atrasada em pesquisas sobre a doença. Com o estudo da doutora Caroline, ganha-se um passo na direção de preencher essa lacuna. Em uma próxima etapa da pesquisa, por exemplo, os estudos poderão começar a ser feitos em humanos. O vitiligo atinge 0,5% da população, atingindo muita gente. É importante que se comece a desenhar drogas direcionadas à doença."
Fonte: http://veja.abril.com.br
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