sexta-feira, 8 de março de 2013

DESCONGESTIONANTES NASAIS: USÁ-LOS OU NÃO?

Especialistas alertam sobre os riscos dos descongestionantes nasais

       Foto: Divulgação
Apesar de serem meros paliativos para rinites e outros 
desconfortos, eles viciam, destroem a mucosa 
das narinas e causam problemas cardíacos. 
Quem nunca recorreu aos descongestionantes nasais para livrar-se da desagradável sensação de estar com o nariz entupido? Seja por resfriado, sinusite ou alergia, volta e meia, as narinas ficam obstruídas e quase sempre as gotinhas garantem alívio imediato. O problema é quando essa solução vira hábito e até vício.


“O uso contínuo do líquido vicia, fazendo com que o organismo precise cada vez mais de quantidade maior do remédio para ter o mesmo resultado. A longo prazo, os descongestionantes podem danificar a mucosa nasal e, até mesmo, provocar problemas cardíacos”, adverte o otorrinolaringologista, Pedro Cavalcanti.

A explicação é que as gotinhas têm efeito vasoconstritor, isto é, fazem com que os vasos sanguíneos do nariz desinchem. Pelo nariz ser um local muito vascularizado, quando entope, há a dilatação das veias, dificultando a respiração. Assim, o remédio atua.

O problema é que o descongestionante não deve ser usado por mais de três dias seguidos. Além disso, com o passar do tempo, a mucosa nasal passa a absorver pequenas quantidades da substância vasoconstritora e isso vai parar na corrente sanguínea. “Outro risco, apesar do assunto ainda não ter sido estudado com profundidade, é que se a pessoa usar demais pode desenvolver também pressão alta e taquicardia”, enumera o especialista.

Com tantos riscos, antes de sair se automedicando ou tornar-se dependente dos descongestionantes nasais, o importante saber por que o nariz está entupido. “A primeira orientação é buscar a causa da obstrução nasal. Os descongestionantes são paliativos, é preciso saber o que a pessoa tem de parar e entrar com a medicação adequada”, reforça Pedro Cavalcanti.

Dependência

O advogado Flávio Henrique , 34 anos, assume o vício. “Já tentei parar algumas vezes, mas é muito difícil, especialmente quando tenho crises de rinite alérgica. Quando saio de casa, a primeira coisa que vai na bagagem é o Sorine”, diz.

Flávio é um exemplo dos muitos usuários de descongestionantes que levam o líquido a qualquer lugar que vai e já chegou a ter duas embalagens do remédio para garantir que não iria passar por nenhum aperto. “Se o nariz começa a obstruir e eu estiver sem o sorine, fico até nervoso”, conta o advogado.

Deixar o remédio de lado, dizem os especialistas, demanda vontade e disciplina dos usuários. O otorrino Pedro Cavalcanti explica que cada pessoa tem uma forma de se “livrar” do remédio. Alguns usuários preferem fazê-lo de uma vez, outros vão eliminando o uso do descongestionante aos poucos. Uma alternativa é diluir metade da embalagem do líquido em soro fisiológico para reduzir a potência do vasoconstritor.

Há também tratamentos alternativos, como o uso de fitas adesivas sobre o nariz para aumentar a entrada de ar. “As narinas funcionam como uma válvula, elas são mais estreitas do que a fossa nasal como um todo. Com esse acessório, a válvula fica maior. Mas isso é um paliativo; dentro do nariz o inchaço dos vasos continua o mesmo”, esclarece o especialista. Em alguns casos, o problema só é resolvido com cirurgia para retirar o excesso de muco acumulado durante os anos de uso do descongestionante.



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