Foto: Divulgação
A prática é feita sem o acompanhamento de um especialista, representando grave risco à saúde da população. O Conselho Federal de Odontologia (CFO) se posiciona em sinal de alerta e pede para que as pessoas não comprem o produto sem a indicação de um cirurgião-dentista, pois prejudicam sua saúde bucal, muitas vezes sem recuperação.
Para o cirurgião-dentista Ricardo Cruz, presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) – que reúne ortodontistas de todo o País –, é preocupante o uso desses produtos por pessoas não habilitadas e sem a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois a cola usada para fixar os aparelhos pode prejudicar o esmalte dos dentes e trazer lesões na mucosa da boca, além de causar problemas ao organismo, por se tratar da ingestão de um produto tóxico, “com o risco, inclusive, do uso de produtos cancerígenos, podendo causar retração na gengiva, perda óssea e lesões que levam à perda dos dentes”, diz Cruz.
Segundo levantamento da Anvisa, todos os produtos usados em tratamentos que entram em contato com o corpo humano devem ser regularizados na agência. De acordo com o mestre em Odontologia Legal, Malthus Galvão, pelo Código Penal, podemos cogitar o crime de “Lesão Corporal”, culposo ou até doloso, por dolo eventual, hipótese em que o autor assume o risco de produzir o resultado. No mesmo diploma legal, o crime de “Perigo para a vida ou saúde de outrem” também pode ser cometido.
Os jovens estão usando até cerdas de vassouras como fios para chamar atenção, pelas cores diferentes e, segundo os adolescentes, esses aparelhos coloridos representam um símbolo de ostentação, com isso, o que seria para corrigir problemas de fala e de dentição, entre outros, virou símbolo de poder econômico. No entanto, há o perigo do modismo se espalhar por todo o País, criando uma rede clandestina de venda e se instalando como um problema de saúde pública.
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