Câmaras de João Pessoa e Campina aprovam 'repúdio' contra Neymar
Título de 'persona non grata' impede que atacante seja homenageado no futuro. Santista é acusado de chamar jogadores de 'Paraíba'
A polêmica envolvendo o atacante Neymar, do Santos, que teria chamado os jogadores do Flamengo do Piauí de 'Paraíba', durante jogo realizado na semana passada pela Copa do Brasil, continua sendo a “pauta do dia” do meio político paraibano. Depois de ser alvo de críticas por parte do deputado federal Efraim Filho, que o acusou de ter cometido "preconceito regional", agora foi a vez de as câmaras municipais de Campina Grande e João Pessoa, as duas maiores cidades da Paraíba, aprovarem moções de desagravo contra o jogador santista.
(Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC)
Neymar em ação no jogo contra o Flamengo-PI
Primeiro foi a Câmara de Campina Grande, que nesta terça-feira aprovou um “voto de repúdio” contra o jogador. Um dia depois, nesta quarta-feira, foi a vez da Câmara de João Pessoa se manifestar e aprovar um título de “persona non grata” contra o atleta. Os dois documentos foram acatados por unanimidade.
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Na prática, o requerimento do parlamento municipal de Campina Grande é simbólico e serve apenas para registrar “indignação”. O requerimento do parlamento de João Pessoa, no entanto, tem um efeito mais prático. Pelo regimento da Câmara da Capital, pessoas que tenham votos de “persona non grata” aprovados contra elas ficam impedidas de no futuro serem homenageadas pela cidade.
O voto de repúdio aprovado em Campina Grande foi de autoria do vereador Alexandre do Sindicato, que em suas justificativas criticou o “tom pejorativo” usado pelo atleta.
- Ai daquele povo se não fossem os nordestinos. Isto tudo é lamentável – declarou, sendo acompanhado por outros colegas de parlamento, que também criticaram o que foi chamado de “tentativa de humilhar os paraibanos”.
Vereador de João Pessoa, Djanilson da Fonseca é o autor do voto de 'persona non grata' contra Neymar (Foto: Renata Vasconcellos / Globoesporte.com/pb) |
Já na capital paraibana, João Pessoa, a propositura foi de autoria do vereador Djanilson da Fonseca. Ele disse que se sentiu “instigado pela população”, já que o caso foi muito mal recebido pelo povo pessoense.
- Sou fã do jogador. Meu filho também é fã de Neymar. Mas eu não poderia aceitar passivamente esta atitude.
Neymar nega as acusações
O curioso é que toda esta repercussão acontece mesmo sem haver registros de que o jogador do Santos tenha mesmo chamado os piauienses de 'Paraíba'. Neymar, inclusive, negou o fato por meio de sua assessoria de imprensa e descartou qualquer ofensa ao povo nordestino.
Toda a polêmica começou após a vitória do Santos em cima do Flamengo-PI por 2 a 0, na Vila Belmiro, pela primeira fase da Copa do Brasil. Após o confronto, o atacante Lúcio Bala, do Flamengo-PI, criticou o santista e o acusou de ter se referido aos atletas piauienses de 'Paraíba', num tom que ele considerou ser “jocoso”. Depois, o treinador flamenguista Josué Teixeira confirmou as acusações.
Eles sabem o que aconteceu dentro de campo. Eu não ofendi ninguém, e eles sabem disso"
Neymar, se defendendo das acusações
Neymar, contudo, nega veementemente qualquer fato do tipo. Disse que nunca ofendeu ninguém em tom preconceituoso, que seu irmão é nordestino e ainda acusa Lúcio Bala de estar mentindo. Para o santista, é Lúcio quem deve explicações.
- Eu nem posso levar isso muito a sério, sabe? Você sabe que meu irmão, o Joclécio (amigo considerado membro da família de Neymar dada a proximidade e convivência), é nordestino, pernambucano. Eu não ia admitir que alguém chamasse ele de paraíba. Os caras estão loucos. No Santos têm jogadores nordestinos. Vai lá perguntar para eles se eu gosto desse tipo de brincadeira. Para, né? Chega! Eles sabem o que aconteceu dentro de campo. Eu não ofendi ninguém, e eles sabem disso. Ponho minha cabeça no travesseiro e durmo tranquilo. O Lúcio é que tem o que explicar, não eu. - resumiu.
(Foto: Renata Vasconcellos / Globoesporte.com/pb)
Câmara de João Pessoa discutiu o 'Caso Neymar'
nesta quarta-feira no plenário da casa
Por Phelipe Caldas e Renata Vasconcellos
João Pessoa-PB
FONTE
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